TEMA DA SEMANA
Por Eduardo Louro
O tema da semana foi indiscutivelmente a campanha de marketing provocatório do Pingo Doce. Não se falou de outra coisa!
Também aqui o tema foi abordado, o qb, porque o que é de mais é moléstia! Mas não têm faltado achas para a fogueira. A última faz a capa de hoje do SOL: Soares dos Santos diz que nem ele soube de tão gigantesca operação. Não admira, o governo também não!
Mas isso eu percebo. A sério!
O que eu não percebo é por que é que esta foi uma questão de direita e de esquerda e não uma questão de princípios, como o respeito – pelos outros e pela História – ou a ética, empresarial e cívica! O que eu não percebo é como tudo o que é fazedor de opinião de direita, que sempre acusam a esquerda de arrogância e de complexos de superioridade intelectual, não tenham resistido a aproveitar esta oportunidade para se atolarem em populismo e se perderem num labirinto de ideias demagogas e de disparates sem nunca encontrarem a saída. Quiseram fazer confundir uma campanha promocional – de mau gosto, mas é apenas uma opinião – como uma missão de solidariedade. Uma provocação com uma actividade de intervenção social!
Quem o fez – à excepção dos que, acéfalos, se limitaram a seguir a onda - não o fez por falta de capacidade e de inteligência para perceber o que se estava a passar. Fê-lo porque percebeu que aquilo era uma atitude política, que lhes convinha fazer passar por empresarial, para dela tirar conclusões políticas. As que lhe interessavam, evidentemente!
Para isso não se dispensaram de se aventurar pelos segredos do dumping e por teorias de estratégia empresarial que nunca passariam pelo mais aberto crivo da sensatez, nem resistiriam à mais simples das operações aritméticas.