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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

"ESTIGMATIZÓIDE"

Por Eduardo Louro

 

 Os novos passes sociais estarão apenas disponíveis para cidadãos cujo rendimento mensal não ultrapasse 1,3 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS). Feitas as contas, têm acesso ao passe social as pessoas com rendimento bruto inferior a 545 euros por mês.

Postas as coisas assim segue-se o inevitável: fazer prova desse rendimento! Apresentar a declaração de IRS!

Tenho uma sugestão melhor. Deixo-a aqui de borla, sem cobrar nada a ninguém. A administração fiscal que, a acompanhar a nota de liquidação de IRS, passe a enviar para os contribuintes um autocolante para aplicar na testa!

 

BOLA DE BERLIM

Por Eduardo Louro

 

Não resisto, na praia, a uma bola de Berlim, com creme; de preferência muito, a sair daquela abertura e a escorrer por entre o açúcar. Bola de Berlim, para mim, rima com praia; não me imagino de volta de uma coisa daquelas à mesa do café, da pastelaria ou da esplanada. Nem pouco mais ou menos!

Da mesma forma que, sendo eu um fanático dos pastéis de nata, nunca me imaginaria a comer um pastel de nata na praia. É assim mesmo, há coisas que têm destinos marcados. Nasceram para aquilo e não resultam noutras circunstâncias!

Se há coisas que são só minhas – as minhas manias (e são tantas…) – não me parece que seja o caso desta. Sem que, para o efeito, tenha efectuado qualquer estudo, não tenho dúvidas em afirmar que a maior parte do consumo de bolas de Berlim ocorre na praia: há dados empíricos que são como o algodão; não enganam!

Admito que qualquer estrangeiro, que provavelmente conhece muitas outras – a Berliner, a alemã donde lhe vem o nome, a da Polónia, a da Áustria, a de look mais semelhante à nossa, a da Ucrânia ou a de Israel -, ache isto a coisa mais estranha do mundo e que vendo a malta, de dentada na bola e com a boca cheia de açúcar, a torrar ao sol, pense com os seus botões que não há quem entenda estes portugueses. Se a bola de Berlim tem tudo – frito, óleo, creme, açúcar – o que as boas práticas alimentares condenam, tem também tudo o que, à partida, faria dela um bolo de inverno. Nunca de Verão e menos ainda de praia!

Mas é assim e eu diria que é cada vez mais assim. A bola de Berlim é hoje a rainha das praias, dando uma autêntica banhada aos gelados, à razão de um para cinco: por cada vendedor a anunciar o velhinho “olhó gelado…rajá fresquinho” (Rajá confundia-se com o produto – o gelado era um rajá, como uma máquina de barbear é uma Gillette - e o pregão permaneceu mesmo após o desaparecimento da marca) há cinco a apregoar – nos mais variados sotaques, do português com açúcar dos brasileiros ao português frio do leste europeu) – “bola de Berlim, olha à bolinha”!

A bola de Berlim e a praia há muito que casaram. É, ao contrário dos outros, um casamento duradouro e, com já referi, cada vez mais sólido. Tempos houve em que as bolas de Berlim nos eram servidas por umas mãos claramente divorciadas da higiene. Depois veio a tenaz e, mais tarde, a verdadeira perseguição da ASAE. Creio que terá mesmo sido o fundamentalismo inquisitorial da ASAE que criou a autêntica instituição que é hoje a bola de Berlim. O povo saiu à rua, a reacção não passou, e a bola de Berlim aí está, mais forte que nunca! E mais higiénica, é bom que se diga!

Há sempre coisas boas que ficam das guerras. Desta guerra ficou um cartuchinho e um lenço de papel!

Foi neste cartuchinho branco e neste lenço de papel que este Verão descobri os resquícios de uma invulgar campanha de marketing: a Optimus (será que com o acordo ortográfico terá de mudar?) resolveu aproveitar aqueles espaços, alvos e virgens do cartuchinho e do guardanapo, para a sua publicidade. Não para transmitir uma qualquer mensagem publicitária, das mais estapafúrdias às mais inteligentes que saem da cabeça dos criativos, mas para, pura e simplesmente, se apresentar como patrocinador oficial da bola Berlim!

Ora aí está o que faltava: uma marca de telecomunicações arvora-se em patrocinador de uma instituição como a bola de Berlim. Qualquer dia teremos a Vodafone a patrocinar a Torre de Belém, a TMN o pastel de Belém, a ZON o cozido à portuguesa, a MEO as ondas da Ericeira ou a PT a neve da Serra da Estrela!

Por curiosidade e porque acho que esta gente da comunicação e do marketing sabe o que faz, fui tentar saber mais sobre esta campanha. Vai já no segundo ano e percebi que a ideia é que o público, que associa o Verão à bola de Berlim, passe também a associá-lo á Optimus.

Bem me parecia que Verão é praia e praia é bola de Berlim… Que é óptima! Mas ... Optimus?

FAIR PLAY

Por Eduardo Louro

 

Acabei de assistir a um dos principais clássicos do futebol inglês: Manchester United vs Arsenal.

Um jogo fantástico com 48 remates às balizas e 10 golos – quase todos verdadeiramente fantásticos - com o United a humilhar os londrinos, ganhando por 8 a 2. No fim, os adeptos do Arsenal aplaudiram os seus jogadores, que não fugiram a correr para os balneários e agradeceram aos seus adeptos, aplaudindo-os de volta!

Como eu gostava que fosse assim em Portugal!

  

FUTEBOLÊS #90 GESTO TÉCNICO

Por Eduardo Louro

  

Gesto técnico é uma das principais expressões do futebolês. Tem tudo o que faz do futebolês uma subcultura com expressão própria!

É pretensiosa, mesmo a roçar o pedante, e é redonda, completamente abaulada! Porque poderia muito bem ser apenas gesto. Ou movimento. Ou acção. Ou, mais simples ainda, o que de facto é em cada caso: uma finta, ou um drible, que é a mesma coisa. Um toque de calcanhar, um domínio da bola, com paragem da dita no peito ou na coxa, uma recepção, um passe, a bicicleta, ou o pontapé da dita, enfim…

Quando alguém diz que o Xavi num gesto técnico perfeito colocou a bola nos pés do Messi que, com outro gesto técnico ainda mais perfeito passou por cinco adversários. Ou que o Cristiano Ronaldo num gesto técnico irrepreensível colocou a bola fora do alcance do guarda-redes, ninguém fica a perceber muito bem o que se passou, tanto mais que já todos sabemos que isso é o que cada um desses faz. Sempre e bem! Já quando se ouve que o Helder Postiga, com um gesto técnico desastrado, sozinho à frente da baliza atira a bola para a bancada, todos percebemos o que se passou. E já nem é por estarmos habituados à cena, é porque a bola para a bancada diz tudo!

Os gestos técnicos estão, como tudo ou quase, sujeitos às tendências da moda. E, como se sabe, não faz moda quem quer. Apenas quem pode!

Vejamos estes dois gestos: a trivela e o passe de letra. Do primeiro já falamos aqui há uns tempos, nada a acrescentar. Para a letrapasse, mas também remate, que ainda cá não tinha sido trazida – há que dar uma ajuda.

Diz-se que o passe é de letra – ou o remate, porque o gesto é também já utilizado para rematar à baliza – quando é efectuado a partir de um movimento em que o pé que toca a bola está por trás – e não ao lado - do outro, o de apoio, num movimento em que as pernas se cruzam num movimento contrário ao habitual, da frente para trás. Nunca percebi por que lhe chamam de letra - até porque o futebol não é muito dado a estas coisas das letras – mas admito que alguém veja ali o desenho de um L…

Ao evocar estes dois gestos técnicos alguns lembrar-se-ão de um ciganito que por aí andou há uns tempos: Ricardo Quaresma. Bem poderia ter sido ele o criador da moda, mas não fica assim na história. Quando era Nuno Gama no Porto quis ser Roberto Cavalli em Milão! Não resultou (terá sido dos anéis?) e lá vai ele parar à Turquia, que não é exactamente um grande centro mundial da moda. E hoje, trivela e passe de letra, são vulgares, massificados e estão disponíveis em qualquer pronto-a-vestir. Até nos chineses…

Já a bicicleta tem a grife de Cristiano Ronaldo e está tudo dito: sucesso garantido! É o gesto mais estúpido que existe, mas é do CR7, nada a fazer… Ah! Uma ajudinha, também: a bicicleta é aquele movimento em que, simulando o pedalar da bicicleta, se passam uns segundos que parecem uma eternidade sem que nem o jogador que o executa, nem a bola, nem o adversário - que é suposto enganar - saiam do mesmo sítio. Nunca dá em nada, mas pegou moda e é vê-lo por aí repetido por esses campos fora, como se de grande gesto artístico se trate! É o gesto preferido de Hulk, e nem os grandes jogadores do Barcelona o dispensam, como ainda agora se viu no Mónaco!

Já o pontapé de bicicleta não tem nada a ver com isto. É um gesto de elevado grau de dificuldade e de grande espectacularidade. Vale por si mesmo e não entra em modas. Se é moda é intemporal! Precisamente porque é um recurso último, quando só resta rematar com o pé que está mais à mão, como vimos esta semana Witsel (que grande jogador!) exemplificar no primeiro dos seus dois golos e dos três com que o  Benfica despachou a equipa de Co Adrianse.

O que já se vê muito pouco é o chamado pontapé de moinho. É um pontapé em que o movimento circular do corpo, todo estendido no ar paralelo ao solo, sugere o de um moinho. Ou o pontapé de tesoura, uma designação sinónima, que associa o movimento das pernas no momento do remate ao de uma tesoura. Artur Jorge, há 40 anos, no Benfica, foi quem em Portugal mais contribuiu para a fama deste gesto, mais difícil de executar e mais espectacular ainda que o pontapé de bicicleta. Executava de forma brilhante, e com muita frequência, este movimento que ficará para sempre ligado ao seu nome: um pontapé à Artur Jorge!

Como ao seu nome ficará também ligado o toque de calcanhar. Porque era ele o treinador do FC Porto que ganharia a Taça dos Campeões Europeus, em 1987 em Viena, com o tal golo de calcanhar de Madjer. A partir daí, e por muitos e bem mais espectaculares golos de calcanhar que tenham acontecido – e muitos foram, incluindo os do agora madrileno Falcao, que me lembre é o único jogador que apresenta no seu cardápio de golos toda esta gama de gestos técnicos – calcanhar e Madjer passaram a ser a mesma coisa.

E, curiosamente, o mais banal de todos os gestos técnicos, continua com a cotação em alta!

A MONTRA

Por Eduardo Louro

 

Não se podia exigir que o Porto ganhasse ao Barcelona. Não sei se isso chegou a passar pela cabeça de alguém mas, se aconteceu, foi apenas um devaneio!

Era, contudo, uma montra com muitas coisas para mostrar. E mostrou algumas!

Mostrou que o Barcelona não precisa de todos os seus titulares para continuar a passear a sua superioridade. Mesmo com centrais de recurso – um médio (Mascherano) e um lateral (Abidal) – não dá hipóteses

Mostrou que Messi até numa cabine telefónica consegue fintar toda a gente, uns atrás dos outros.

Mostrou que não vai ser possível esquecer Falcao e que não vale a pena Pinto da Costa dizer que não anda à procura de um substituto. Que os portistas podem estar descansados porque o Ulk não seguirá as pisadas de Falcao e de Álvaro Pereira. E monstrou porquê. Por que é que Moutinho e mesmo Varela aguçam o apetite muita gente por essa Europa quando, do Incrível, ninguém se lembra. Não é pelos 100 milhões, esses sim, da treta: é pelo que se viu!

Mostrou por que é que o André Vilas Boas perdeu o número do telefone do cabo-verdiano Rolando. E talvez tenha mostrado alguma coisa aos árbitros portugueses…

COISAS QUE NÃO BATEM CERTO

Por Eduardo Louro

 

Os ricos querem pagar impostos para ajudar os seus países nesta crise que não tem fim. Os ricos querem pagar a crise, respondendo a um célebre repto dos tempos do PREC em Portugal. O movimento começou na Alemanha, há perto de dois anos, como aqui então dei nota. Passou para os Estados Unidos e por Warren Buffett e para a França, já com uma longa lista de personalidades – algumas, mas apenas algumas, mesmo muito ricas – a assumirem o dever patriótico de pagar impostos.

Há aqui qualquer coisa que não bate certo!

O normal seria que os ricos, tal como todos nós, protestassem contra os impostos que têm de pagar. E normal ainda seria que o Estado lhes cobrasse os impostos que a sua condição ditaria!

Nada disto é normal, e sugere que afinal o Estado, como todos nós já desconfiávamos, não tem tido a preocupação de ir procurar dinheiro onde ele está. Tem preferido ir tirá-lo a quem o não tem, ou a quem tem pouco. O que, como é bom de ver, não bate certo!

Mesmo sem que nada disto bata certo a moda também chegou a Portugal. Onde logo o primeiro da lista dos mais ricos se apressou a dizer que não. Que não é rico, mas um simples trabalhador! Faltou-lhe dizer que, na sua qualidade de trabalhador, já paga impostos de mais. Como todos nós! E aí começaríamos a descortinar alguma normalidade no país sobre a matéria…

Mas não tardou que começassem a surgir mais sinais da normalidade portuguesa. Começou logo pelo governo anunciar que iria estudar o assunto, como vem sendo normal. Uma certeza: o que aí vier surgirá em sede de IRS. Com muito cuidado, para evitar que os ricos – que são já tão poucos em Portugal – fujam todos!

E logo surgiu um exército de fazedores de opinião a explicar que não vale a pena ir por aí: são tão poucos os ricos em Portugal que, tribute-se o que se tributar, a receita nunca passará de peanuts. Nem vale a pena incomodar essa gente, deixem-nos em paz – era esta, ao fim e ao cabo, a mensagem que teria de passar!

E logo houve quem surgisse a simplificar as coisas: tributem-se os rendimentos sujeitos a IRS a partir de 100 mil euros anuais – Miguel Beleza dixit! Está resolvido o problema: rico, mesmo rico em Portugal, é quem ganha 7 mil euros brutos por mês, que hoje leva para casa perto de 3 mil! Não se preocupem com os outros!

Não bate certo: mas esses não são os mesmos? Mas esses não são a classe média? Os que têm estado a pagar tudo?

Afinal a importação do tema, para consumo interno, serviu apenas para nos levar a concluir que não há ricos em Portugal e que, ao contrário do que parece possível noutras paragens, terão de ser sempre os mesmos a pagar a crise.

Estavam bem enganados aqueles que há trinta e tal anos escreveram por essas paredes fora: os ricos que paguem a crise!

 

A CHAMPIONS, FINALMENTE!

Por Eduardo Louro

Benfica de primeira rumo à Champions (SAPO)

Com a melhor exibição deste início de época o Benfica chega, finalmente, à Champions. Pelo caminho, desta vez, ficaram os holandeses do Twente que, depois de lisonjeiro empate a dois golos na Holanda, perdeu hoje na Luz por 3-1.

Com uma exibição empolgante, o Benfica não só justificou a presença entre os grandes da Europa como confirmou ser o dono do melhor futebol que, nesta altura da época, se pratica em Portugal!  

ESTRATÉGIA E ACASO

Por Eduardo Louro

 

A selecção nacional de sub 20 conquistou um brilhante segundo lugar no campeonato do mundo, na Colômbia, quebrando, assim, um longo jejum de êxitos desportivos das nossas selecções de futebol, e em particular das mais jovens, escalões onde especialmente ao longo da década de 90 - o primeiro título mundial tinha surgido em 1989, em Riade - nos habituamos ao sucesso.

O sucesso da prestação da equipa portuguesa na Colômbia, inquestionável e que, de repente, pôs toda a gente a olhar para esta selecção - muitos nem sabiam que existia – voltando a unir os portugueses à volta do seu futebol, levanta a velha questão dos objectivos das selecções jovens. Tão simplesmente isto: deverão as selecções jovens, ditas de formação, estruturar-se para ganhar títulos ou, pelo contrário, deverão antes estruturar-se e vocacionar-se para assegurar o futuro competitivo da selecção principal, esta sim, ganhadora e porta-estandarte da verdadeira competitividade na mais globalizada das indústrias que é o futebol?  

Este é uma questão antiga. Mas também curiosa: é que só vem à tona quando uma qualquer selecção de jovens atinge o sucesso desportivo. Quando estas selecções não ganham nada – nem se percebe que estejam a construir coisa alguma – não há qualquer questão. Ninguém se lembra que nada está a ser feito em prole do desenvolvimento e do futuro do futebol português. É verdade, é assim. Porque nós somos mesmo assim: se não temos nada, está tudo bem; mas se temos alguma coisa decidimos minimizá-la para enfatizar o que não temos!

E no entanto a questão existe, é séria e deve colocar-se: o que mais importa? Vencer campeonatos da Europa e do Mundo de sub 17, sub 19 ou sub 20 ou preparar o futuro? O que não me parece bem é que apenas seja lembrada quando ganhamos alguma coisa…

Excepção feita ao Brasil e à Argentina – que, por razões demográficas, sociológicas, de desenvolvimento e até de natureza - têm um campo de recrutamento praticamente inesgotável, as grandes potências do futebol mundial não eram as mais bem sucedidas nas competições do futebol jovem. E isto pareceria apontar num sentido claro: as grandes potências encaram a competição no futebol jovem como mero espaço de crescimento. De formação e maturação de futuros craques!

Ora, parece-me que o que se passa em Espanha vem esclarecer muitas destas coisas. Não há dúvidas, pelo menos da minha parte, que nuestros hermanos detêm, de há década e meia a esta parte, a melhor escola de formação do mundo. Neste período obteve assinalável sucesso competitivo nos escalões mais baixos e foi, por uma única vez – Nigéria, 1999 – campeão mundial de sub 20, onde não conta com mais qualquer presença na final. Mas foi essa selecção que se fez campeã da Europa em 2008 e do Mundo em 2010. E que vem encantando o planeta com um futebol do outro mundo, que deixa argentinos e brasileiros rojos de vergonha! Uma selecção que já vem muito de trás e sempre ganhando!

Quem seguiu com alguma atenção este campeonato realizado na Colômbia pôde perceber que a selecção espanhola foi a que melhor futebol apresentou, igualzinho ao da selecção A - campeã europeia e mundial, repito – e que só não ganhou por circunstâncias próprias do jogo, onde nem sempre ganha a melhor equipa. Ficaram pelos quartos de final, eliminados pelo Brasil - depois de um jogo fabuloso que dominaram por completo - através dos pontapés da marca de grande penalidade, mas pôde perceber que ali, naquela equipa e naquele campeonato do mundo, se estava a tratar do futuro do futebol espanhol! E concluir que esse futuro está assegurado.

Pois bem: a selecção portuguesa foi brilhante – não retiro uma vírgula ao que aqui deixei logo depois da final perdida – mas percebeu-se que tocava a solo. Onde havia coisas que não batiam certo. Que nada daquilo tinha a ver com uma ideia para o futebol nacional, que era mesmo, como então salientei, a antítese daquilo que o caracteriza, virado exclusivamente para o resultado naquela competição.

Não direi que esta nossa selecção, agora recebida em apoteose, tenha morrido em Bagotá, logo que o árbitro deu o apito final – como poderiam sugerir os últimos minutos daquele dramático prolongamento – mas ninguém consegue ver ali o futuro que se vê aqui ao lado.

A FPF, que há muito se desligou da formação e que vive à grande à custa do tempo em que a fez, terá de perceber que há estratégia e acaso. Enquanto há dinheiro…

 

UM LOUCO A MENOS!

 

Por Eduardo Louro

 

 

Este, já era… Mesmo com todas as hesitações, mesmo deixando o povo líbio entregue a si próprio!

42 anos de tirania, perseguindo, torturando e matando, dentro e fora de fronteiras, têm que ir a julgamento! Isto não pode ficar tudo bem embrulhado num exílio dourado à beira do Mediterrâneo!

E lembrarmo-nos que ainda há tão pouco tempo ele esteve por aqui, acampado com as suas excentricidades e os seu delírios. Com todas as honras! E que, ainda há menos de um ano, era o nosso governo que lá estava, de mão estendida

É apenas menos um louco que anda por aí!

 

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