Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

UM VOTO ATÍPICO

Por Eduardo Louro 

 

A chegada do ano novo é sempre tempo de alinhavar novos projectos, de projectar sonhos e desejos. É tempo de esperanças, novas ou renovadas… É tempo de desejar a concretização de sonhos e projectos - novos ou adiados – ou simplesmente de ilusões, daquelas que sabemos que nunca passarão disso!

É tudo isso que estamos habituados a reflectir nas mensagens de ano novo que trocamos, com os votos de um bom, feliz e próspero ano novo!

Não é certamente o caso deste novo ano que nos preparamos para receber. Tendo como certo e adquirido que 2012 vai ser o nosso annus horrbilis, é de admitir que, bom mesmo, seria fazer deste ano o que as Ilhas Samoa fizeram desta sexta-feira, 30 de Dezembro, que a riscaram do calendário para directamente passarem para sábado, 31. Bom mesmo seria que, desta noite de 31 de Dezembro de 2011, passássemos para 1 de Janeiro de 2013. Ou de 2014. Ou de 2015!

Mas parece não ser possível dar esse salto no tempo. O que os samoenses fizeram com um dia não poderemos nós fazer com um ano. Daí que, em vez de desejarmos um bom ano uns aos outros, se justifique desejarmo-nos não apenas um mau ano mas o pior de todos os anos das nossas vidas. Se não conseguimos trocar as voltas este ano novo, se ele vai ser o que se anuncia - e já que, contra crenças, profecias e mitos, o mundo não irá acabar em 2012 - então que seja mesmo o pior. Que não voltemos a ter mais nenhum como este, que seja o da remissão definitiva dos nossos pecados, para que possamos voltar a ter a esperança de anos melhores para todos!

Por isso perdoem-me mas, desta vez, não vou apresentar votos de um bom, feliz e próspero ano novo. Vou precisamente desejar que este seja o pior ano das nossas vidas! E que passe depressa, logo este que, bissexto, ainda é maior!

Porque, contrariando Nostradamus, não será certamente o último... Valha-nos isso!

A PRIMEIRA VEZ

Convidada: Joana Louro *

 

Desde que a minha filha nasceu, sentei-me hoje pela primeira vez ao computador para escrever um texto para esta minha página... E aqui sentada, sem a angústia da página em banco mas tentando organizar as ideias, apercebo-me que ainda não tinha tido tempo para pensar, reflectir e digerir tudo o que me aconteceu nestes últimos meses. Entre mudar fraldas, dar de mamar, pôr a bolçar, vestir, despir, preparar banhos, consolar, dar miminhos, em ciclos que se repetem sucessivamente ao longo do dia e dos dias, sempre cheios que nem um ovo, não sobra tempo para mais nada... Nem sequer tempo para pensar e reflectir sobre este turbilhão de sentimentos e emoções, inéditos e arrasadores, que me enchem a alma, me aquecem o espírito e me preenchem a mente.

Ou talvez me engane. Talvez não seja de tempo que esteja a falar - temos muitas vezes a tendência de confundir tempo com disponibilidade, relativizando-o, como se ter tempo deixasse de ser ter tempo para ser tão só aquilo que fazemos come ele – tempo eu até seria capaz de ter. Na realidade, acho que sobra tempo para mais, muito mais...

Só que nada mais importa, nada mais é tão importante que mereça roubar o tempo que lhe não pertence. O protagonismo é único deste pequeno Ser que, tão pequeno, ocupa todo o Espaço e todo o Tempo: nada é tão grande no mundo nem nada é tão importante na vida. Nada é mais importante que assistir a cada momento seu, a cada conquista, a cada sorriso, a cada olhar. Nada é mais importante que viver este processo de crescimento e de descoberta. Onde o tempo aparece agora no esplendor da relatividade, numa outra dimensão, que parece ter ganho uma nova velocidade, assustadoramente rápida... Onde a Natureza se impôs na magnitude da sua beleza e perfeição...

Desde que a minha filha nasceu que tenho a estranha e a permanente sensação de primeira vez... Sinto que estou a fazer pela primeira vez coisas que já fiz um milhão de vezes. Os mais banais momentos ou as mais triviais situações parecem inéditos. E que pela primeira vez encontro novas soluções para antigos problemas. Afinal tudo mudou. A minha vida mudou... O meu mundo mudou... Eu mudei! Sem qualquer processo de aprendizagem ou de estudo intensivo, a maternidade presenteou-me, natural e instintivamente, com uma nova percepção do mundo e uma nova abordagem da vida. Francamente melhor, seguramente!

Poderia continuar a teclar durante horas, na tentativa de descrever momentos e de traduzir por palavras o que já extravasa do coração... Ou simplesmente a divagar, pelo simples prazer da divagação. Mas o meu tempo tem agora um novo relógio! Aí está o primeiro gemido - que antecipa outro e outro, logo seguido de um choro tímido que rapidamente ganha vigor, para se tornar na emergências das emergências - a interromper-me este momento e trazer-me de volta o verdadeiro prazer da realidade.

Feliz Natal!! Também este o Primeiro!!

 

 

* Publicado no Jornal de Leiria

CURIOSIDADES DE FIM DE ANO (II)

Por Eduardo Louro 

 

Continuamos na senda dos balanços e inventários de fim de ano, e ainda no mundo da blogosfera.

O portal Sapo dá conta que nos blogues aí alojados se escreveram 100 milhões de palavras. E elaborou uma lista das 100 cujo uso mais subiu em relação ao ano passado. Que ganharam em 2011 uma relevância que nunca tinham conhecido. No topo dessa lista, com um crescimento – imaginem – de 25038%, está a palavra troika. Nos dois lugares seguintes, mas a enormíssima distância, estão dois nomes: Mubarak e Kadhafi, respectivamente.

É natural. A troika não entrou apenas no nosso quotidiano, veio mexer com a nossa vida e acordar-nos no meio de um pesadelo. O problema é que o pesadelo não acabou com o esfregar dos olhos, acordamos e percebemos que estava a começar!

A troika associamos outra palavra, também pouco usada antes: memorando. E Merkel, a senhora que aprendemos a odiar. Pois bem, se a primeira surge no sétimo lugar da lista, o nome de Merkl surge na 23ª posição, pouco atrás de FMI, no vigésimo lugar.

O triângulo da troika aparece aqui com um só lado - o FMI. Mas entende-se, os restantes dois são, à nossa vista, apenas um: Merkel!

Não há Comissão Europeia, nem Banco Central Europeu: há Merkel. Ponto final.

 

 

SÓ FALTAVA ESTA...

Por Eduardo Louro 

 

Hugo Chavez não tem dúvidas que os Estados Unidos desenvolveram uma tecnologia para induzir individualmente o cancro. Só assim se explica – explica ele – a onda de neoplasias que tem recentemente atingido os líderes sul-americanos!

Por agora isto até poderá parecer estranho – concede – mas daqui por 50 anos ninguém terá dúvidas. Pronto! Até lá vamos todos ter que viver com uma grande dúvida: o que é que será mais difícil de explicar? A tecnologia americana ou mais uma das loucas teorias chavistas?

CURIOSIDADES DE FIM DE ANO (I)

Por Eduardo Louro 

 

Nesta altura do ano fazem-se balanços e retrospectivas. Inventariam-se acontecimentos e publicam-se estatísticas.

O portal Sapo fez algumas dessas coisas, tendo os blogues por referência. Por exemplo, divulgou o top 20 dos homens e mulheres nacionais mais referidos nos blogues que, como este, utilizam a sua plataforma. Eis essa lista, onde, a vermelho, estão identificados os nomes que nunca passaram aqui pelo Quinta Emenda. Estão assinalados a vermelho mas, pelos vistos, deveriam estar a cor-de-rosa!

         

 

Homens

Mulheres

Posição

 

Nº de posts

 

Nº de posts

1

   José Sócrates

21349

   Manuela Ferreira Leite

591

2

   Passos Coelho

7535

   Júlia Pinheiro

523

3

   Cavaco Silva

5696

   Mariza

463

4

   Jorge Jesus

3628

   Daniela Ruah

451

5

   Hulk

2908

   Fanny

414

6

   Paulo Portas

2184

   Rita Pereira

401

7

   Manuel Alegre

1939

   Judite de Sousa

389

8

   Mário Soares

1693

   Isabel Alçada

378

9

   Coentrão

1601

   Luciana Abreu

358

10

   André Villas-Boas

1553

   Fátima Lopes

321

11

   Fernando Nobre

1552

   Ana Gomes

316

12

   Cristiano Ronaldo

1519

   Assunção Cristas

315

13

   Angélico Vieira

1428

   Teresa Guilherme

301

14

   Alberto João Jardim

1391

   Ana Moura

297

15

   Durão Barroso

1338

   Margarida Rebelo Pinto

294

16

   Teixeira dos Santos

1243

   Simone de Oliveira

250

17

   Salvio

1151

   Assunção Esteves

240

18

   Nolito

1073

   Rita Guerra

233

19

   António Costa

1062

   Ágata

227

20

   Renato Seabra

945

   Cláudia Vieira

223

           

 Quer dizer: a maioria das mulheres dos blogues do Sapo não é a praia do Quinta Emenda!Já para o lado dos homens poderá dizer-se que duas andorinhas não fazem a Primavera... E repare-se como José Sócrates é querido por esta gente: o triplo dos blogues de Passos Coelho e o quádruplo dos de Cavaco!

SEM VERGONHA NA CARA

Por Eduardo Louro 

 Aumento dos impostos vai custar 160 milhões aos madeirenses em 2012 (DE)

Por todo o lado, os responsáveis mais próximos pelos desastres da sua governação foram afastados do poder, sendo já novas as caras que vieram dar a cara pelos sacrifícios exigidos pelos resgates. Por penalização eleitoral, como em Portugal ou em Espanha, ou por imposição externa, como em Itália ou na Grécia!

Por todo o lado excepto na Madeira. Aí é a mesma cara, uma cara sem espaço para a vergonha. Alberto João Jardim – mais uma vez igual a si próprio, sem vergonha na cara - apresentou a factura aos madeirenses como se nada tivesse a ver com aquilo. Com a impunidade de sempre, como ininputável. Como se não tivessem havido eleições há apenas dois meses, e como se, então, nada houvesse que julgar!

Parece-me que ninguém poderá dizer que a culpa seja só dos madeirenses. Há outros com culpas nesta singularidade insular!

A BOTA E A PERDIGOTA

 

Por Eduardo Louro 

 

Durante este ano, segundo o Secretário de Estado das Comunidades - José Cesário - terão emigrado entre 100 e 120 mil portugueses. Não se sabe ao certo nem, segundo diz, é possível sabê-lo. Por aqui se vê a falta que faz a tal agência de que falava o eurodeputado Paulo Rangel: enquanto ia empurrando os portugueses para a fronteira sempre os contava…

Mesmo sem saber exactamente quantos já tiveram que optar por abandonar o país ao longo deste ano, certo é que muita gente está a seguir o conselho do governo: emigrar!

Estranho é que, depois do topo da pirâmide do governo ter reforçado conselho do pioneiro Secretário de Estado da Juventude, venha agora o secretário de estado José Cesário, a propósito destes números, declarar-se preocupado: “…quando vejo emigrar jovens com grande preparação académica e científica, claro que fico preocupado”, referiu ao jornal i e à Antena 1. Como o ouvi ainda salientar que considera que o país está a perder “massa cinzenta”, indispensável aos desafios de crescimento e de internacionalização que se colocam à economia nacional.

Eu também acho! Mas não parece nada que estas preocupações sejam partilhadas por quem tem muito maiores responsabilidades no governo… Parece que a bota não bate com a perdigota

 

CONFIANÇA

Por Eduardo Louro 

 

Na sua mensagem de Natal o primeiro-ministro enfatizou duas ideias: reformas estruturais e confiança!

São – curiosamente, ou talvez não – dois dos grandes calcanhares de Aquiles que são apontados aos seus primeiros seis meses de governação. O governo tem sido acusado de procurar dinheiro e de cortar em tudo o que mexe, sem mexer em nada do que deveria cortar, sem tocar nos intocáveis – PPP, por exemplo – e sem limpar as famosas gorduras do Estado. Ainda recentemente, como aqui se deu nota, depois de criadas expectativas elevadas à volta daquele domingo de trabalho extraordinário, a montanha pariria mais um rato. E, de reformas, ficamos na mesma!

E de, com isso, dizimar a última gota de confiança que eventualmente pudesse resistir. Com isso e com um discurso realista, é certo, mas nada galvanizante, como a mais que badalada e recente tese da emigração. Em apenas seis meses o país passou de um primeiro-ministro que negava e escondia a dura realidade para inventar raios de sol e de esperança, que não olhava a meios para puxar pela auto-estima nacional, para um outro que, com uma narrativa de verdade, é certo, não encontrava outra cor que o preto carregado para pintar o seu discurso.

O país passou de um primeiro-ministro que puxava pelo país e o rebocava alegremente para o abismo, para outro que parecia nada mais  conseguir que observar, impotente, um país a desfazer-se em cacos pela ravina abaixo. A verdade que ambos minaram a confiança, a mola real do desenvolvimento. Um, porque não merecia o mínimo de crédito, nem sequer de respeito, e outro porque, apesar de respeitável, não dá mostras de um rasgo capaz de fazer alguém acreditar que encontre uma solução. Um, um líder desacreditado e ética e moralmente desautorizado. Outro, um líder respeitado mas sem espírito de liderança. Ambos a deixarem o país órfão de liderança. Ora, sem liderança não há confiança e, sem confiança, nem o mundo nem o país pula e avança!

 

 

Pág. 1/5

Acompanhe-nos

Pesquisar

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D

Mais sobre mim

foto do autor

Google Analytics