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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

PINHAL DAS ARTES

Por Eduardo Louro

                                                                      

Decorreu no passado fim-de-semana o VI festival das artes para a infância, em S. Pedro de Moel. Em pleno pinhal, num espaço privilegiado da natureza, numa excelente organização da Sociedade Artística e Musical dos Pousos (SAMP) e do seu mentor – o músico Paulo Lameiro.

O sucesso das anteriores cinco edições não se repetiu apenas porque foi amplamente superado. Atingiu a excelência: uma organização de excelência, com todas as infra-estruturas necessárias, e uma programação de excelência!

Os espectáculos sucedem-se ao longo dos dias em tendas temáticas espalhadas pelo pinhal, cada um para a sua faixa etária específica.

Passei por lá no domingo, com a minha netinha, precisamente no dia em que cumpria os seus oito meses de vida e só não fiquei mais encantado que ela própria porque me isso me pareceu impossível. Espantosa a forma como ficava pregada e envolvida nos espectáculos destinados à sua idade e como, logo de seguida, num outro com outros destinatários, se desligava daquilo tudo para se entregar exclusivamente aos seus impulsos. Sempre de rara e encantadora felicidade!

Este ano já passou. Mas deixo aqui a sugestão para o próximo: a melhor forma de passar um dia – ou vários, para quem puder – com a criançada que houver por perto!

Não há só dias cinzentos e deprimentes. Ainda há dias felizes… O Paulo Lameiro e a sua equipa encarregam-se disso. Por isso aqui ficam os meus parabéns, para ele e para a multidão de voluntários que faz do Pinhal das Artes um acontecimento único!

 

EURO 2012 (XXX) - PONTO FINAL!

Por Eduardo Louro

                                                                      

Este é o ponto final nesta série, um dia depois de ter caído o pano sobre o mais bem jogado campeonato da Europa!

Na véspera do pontapé inicial fizera aqui eco da desconfiança com que se olhava para a participação da selecção nacional e apontava as selecções que iriam marcar este europeu. As favoritas, como é costume vaticinar-se nessas circunstâncias: Alemanha e Holanda, na primeira linha, logo seguidas da Espanha – que considerava enfraquecida pelas ausências de Puyol e David Villa e por achar que as principais selecções não iriam chegar à Polónia e à Ucrânia sem antídoto para o tiki-taka – da França e da Itália e, por último, pela Rússia, que acabara de dar um banho de bola à Itália.

Destas seis apenas a Holanda e a Rússia se ficaram pela fase inicial. A Rússia por algum deslumbramento e pelo já tradicional défice competitivo. A Holanda, mais que pela guerra de estrelas e que pelo défice de liderança na gestão de egos, pelos efeitos traumáticos da injustiça na derrota no jogo inicial com a Dinamarca, do calendário e da história. Perder com a Dinamarca, olhar para o calendário e ver lá a Alemanha, não ajudava nada. Voltar a olhar para o calendário e ver Portugal era, mais que ver um adversário, ver uma história de eliminações. Só com derrotas no torneio – apenas a Irlanda assinalou presença tão negativa - foi a grande decepção!

Das restantes quatro apenas a França não chegou às meias-finais. E foi também decepcionante. Não apenas por não ter atingido a fase mais nobre da prova – só lá poderiam chegar quatro – mas pela desilusão do seu futebol e das suas estrelas, também elas com egos difíceis de gerir. Não esteve ao nível da vergonha do último mundial, mas também dela não se redimiu, a deixar perceber que não serão fáceis os próximos tempos dos bleus. Que a Babilónia de que o futebol francês se alimentou nos últimos trinta anos de sucesso poderá estar a começar a tornar-se num problema!

Decorre daqui que Portugal foi a grande e boa surpresa! E teria podido surpreender ainda mais se a tanto ajudassem o engenho e a arte, mas também a sorte e a ambição. Fica, para além da classificação – não percebo por que é, como sucede no campeonato do mundo, o campeonato da Europa não haverá de apurar o terceiro classificado -, o registo do único adversário a quem o campeão não conseguiu ganhar nem marcar. Do único que verdadeiramente assustou a selecção de Del Bosque… E do único dos restantes três semi-finalistas que resistiu ao seu lado lunar!

Que assombrou a Alemanha no jogo com a Itália que, por sua vez, veria esse dark size no jogo da final. Os alemães apresentaram uma grande equipa, a mais jovem da prova e, por isso, de largo futuro e de muitas glórias. Eram os principais favoritos e ainda hoje penso que, sem os equívocos de Low, seria bem capaz de destronar a Espanha.

Mas também pensava isso da excitante squadra azurra e foi o que se viu. Mas com bastante azar! A Itália foi ontem uma equipa infeliz: sofreu um golo quando ainda nada o justificava, ficou sem um dos principais defesas - Chiellini - logo no início do jogo, viu Pirlo praticamente anulado e, por nova lesão, ficou reduzida a dez na última meia hora. Fica a revolução que Prandelli encetou na selecção italiana. Que não tem a juventude da alemã, mas das revoluções há sempre algumas coisas que ficam!  

Da campeã Espanha que mais se pode dizer? Dizer que é um justo campeão e que é uma geração de jogadores que ficará na história do futebol pode ser pouco. Mas é muito!

Dizer que apenas justificou o título em duas horas de futebol – a meia hora do prolongamento com Portugal e a hora e meia da final – é pouco. Mas também é verdade!

Para a UEFA o melhor jogador foi Iniesta e nos 23 melhores inclui três jogadores da selecção nacional: os três do Real Madrid, Pepe, Fábio Coentrão e Cristiano Ronaldo. Iniesta terá ontem tirado o pão da boca a Pirlo, o único jogador por três vezes distinguido como o melhor em campo e, apesar do eclipse no jogo da final, o que mais intensamente e durante mais tempo brilhou.

A revelação da prova foi Jordi Alba, o lateral esquerdo dos campeões europeus que, com as exibições dos dois últimos jogos, superou claramente Fábio Coentrão, até aí o melhor naquela posição. Vai direitinho para o Barcelona, onde assentará que nem uma luva!

A seguir viria Selassie, o lateral direito da selecção checa, que não conhecia e que me encheu as medidas.

Os máximos goleadores da prova ficaram-se pelos três golos. Foram vários, entre os quais Cristiano Ronaldo. Coube a Torres esse prémio por na, súmula dos critérios de desempate – assistências e tempo jogado – ter sido o que precisou de menos tempo para essa cifra.  

Como é habitual nestas ocasiões multiplicam-se os melhores onzes. Também aqui fica o meu, com um sistema discutível (tentei arrumar os jogadores de que mais gostei) mas, com estes jogadores, e especialmente com estes laterais, seguramente eficaz.

 

 Casillas

           

          Selassie

 

     Pepe

        S. Ramos

 

                           Jordi Alba

           
   

       Khedira               Pirlo

   

        

          Moutinho

     

     Iniesta

   

 Modric

   
           
 

           

Mário Gomez              

 

 

TOUR DE FRANCE I

Por Eduardo Louro

 

Aí está o Tour! Está na estrada um dos maiores espectáculos desportivos do mundo, que anima o Verão europeu, depois do europeu de futebol e antes dos jogos olímpicos. Pontualmente em Julho!

Vai já no terceiro dia e é 99ª edição. Prestes a atingir o centenário!

Com Lance Amstrong já jubilado, e sem Contador e Andy Schleck será provavelmente o mais aberto dos últimos anos. Mas está Cadel Evans, o categórico vencedor do ano passado!

Iremos, de vez em quando, lá dar uma espreitadela. Quando as coisas aquecerem, como se espera, lá mais para a frente!

 

 

EURO 2012 (XXIX) - E VIVA ESPAÑA

Por Eduardo Louro

                                                          KIEV, UKRAINE - JULY 01:  Spain fans enjoy the atmosphere ahead of the UEFA EURO 2012 final match between Spain and Italy at the Olympic Stadium on July 1, 2012 in Kiev, Ukraine.  (Photo by Jasper Juinen/Getty Images)            

É por isto que o futebol tem um encanto único. É por isto que o futebol é paixão!

A Espanha chegara à final depois da sorte dos penaltis, depois de não ter conseguido superiorizar-se à nossa selecção nacional mas, mais que tudo isso, depois de parecer ter-se esquecido que os jogos se ganham com golos, e estes fazem-se de remates. Quando o seu famoso tiki-taka já enjoava e aborrecia, servindo apenas para defender, para ter a bola não para construir jogo, remates e golos mas apenas para que o adversário a não tivesse. Depois de garantido o apuramento no seu grupo – o que ditaria os finalistas de hoje – com mácula, com a mancha da arbitragem naquele jogo com a Croácia. A mancha que, como aqui se disse, não seria fácil de limpar!

A Itália chegava à final depois de uma vitória que, não sendo clara e expressiva nos números, fora categórica pela exibição. Sempre em crescendo, depois do jogo inaugural do seu grupo de apuramento, precisamente contra esta mesma Espanha, onde já mostrara não ser inferior. Uma equipa objectiva, constituída por grandes jogadores, com um Pirlo sublime e Balotelli a aparecer, como que a querer dizer que este seria um europeu onde haveria de deixar marca. Desde logo como principal marcador!

E de repente, como só no futebol acontece, tudo isto foi virado ao contrário. Quem parecia estar por baixo, renascia. E quem parecia estar por cima estava afinal lá bem em baixo!

E essa Espanha que enjoava de repente voltou a encantar e, sem piedade, goleou e humilhou esta Itália renovada e sedutora. Sem essa posse de bola pornográfica – pela primeira vez esteve em inferioridade nesse capítulo, 43% no final da primeira parte – a selecção espanhola goleou e criou inúmeras oportunidades de golo mas, acima de tudo isso, encantou os adeptos do bom futebol (também há dos outros). E obrigou a Itália a partir precisamente pelo seu ponto mais forte: a defesa. Estranhamente pela defesa, que tão bem se entendera no primeiro jogo com esta mesmíssima equipa, a do 4-6-0, sem ponta de lança e com Fabregas. Mas que não era a mesma defesa…

Prandelli tinha então apresentado três centrais, sistema que abandonou logo a seguir, para começar a construir o futebol sedutor com que chegaria aqui. Hoje não quis regressar à primeira fórmula, e estará provavelmente bem arrependido.

Mas não é apenas no atípico pormenor da posse de bola, na inimaginável superior posse de bola dos italianos, nem nos buracos abertos pela defesa italiana, que este jogo surpreendeu. Casillas teve muito mais trabalho que Buffon, que sofrendo quatro golos - e poderia ter sofrido alguns mais - fez apenas duas defesas em todo o jogo. A primeira no último minuto da primeira parte, muito fácil, num remate à figura de David Silva. E a segunda no último minuto do jogo, que nem se deveria chamar defesa, porque foi Sergio Ramos a entregar-lhe a bola quando, de calcanhar, tentou concluir uma excelente assistência de Torres. E, na primeira parte – que foi quando o jogo se resolveu, a segunda foi mero proforma, especialmente depois de Prandelli ter, muito cedo, esgotado as substituições e a equipa ter ficado reduzida a dez, com a lesão de Thiago Motta (apenas três minutos em campo) aos 60 minutos – as equipas remataram o mesmo número de vezes: oito! E no entanto a superioridade de la roja foi imensa…

Pirlo, que vinha sendo a estrela que brilhava mais alto, na azurri e no campeonato – e que provavelmente discutiria hoje com Iniesta o título de melhor jogador deste euro – hoje apenas teve oportunidade de se mostrar nas bolas paradas. E se confronto havia, perdeu-o para o catalão. Xavi, de quem se dizia que passara ao lado do torneio, cansado ou mesmo esgotado, ressurgiu hoje ao seu nível. E já não surpreende que, com o melhor Xavi, tenha aparecido a melhor Espanha. Como um cavalheiro que traz a senhora de braço dado, pela melhor passadeira: a da final!

A Espanha soube apresentar-se ao seu melhor nível neste desafio que a História lhe propunha. Tornou-se na primeira selecção a vencer por três grandes competições consecutivas: europeu – mundial - europeu. E igualou, com três títulos europeus, a Alemanha. Com um único golo sofrido - logo no primeiro jogo - e doze marcados. Só sofreu da Itália e só não marcou a Portugal. Notável!

Pedro Proença está em maré de sorte, ninguém tem dúvidas. Deixou um penalti por marcar, logo no início da senda parte, a favor da Espanha. Mas, com 4-0 ninguém se vai lembrar disso…

E viva España!

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