Faltou um bocadinho assim – lembrando um anúncio a um iogurte que por aí andava. O Real Madrid esteve perto de dar a volta à eliminatória perdida… há uma semana em Dortmund. Faltou um golo. O tal bocadinho assim!
Mais que esse bocadinho assim, faltou Cristiano Ronaldo. Não fosse isso e o bocadinho que faltou não teria faltado.
A equipa de Mourinho fez 15 minutos do outro mundo – o primeiro quarto de hora foi espectacular, de uma intensidade fantástica e, evidentemente, impossível de sustentar por muito mais tempo – e dez fantásticos: os últimos dez minutos do jogo. No primeiro quarto de hora criou quatro oportunidades claras de golo. Mas não fez nenhum. Nos últimos dez minutos fez dois, e bem podia ter feito outro. O tal!
Pelo meio a equipa alemã foi sempre superior, como já havia sido na Alemanha. O que quer dizer que a equipa de Cristiano, Coentrão – ambos em campo – Pepe e Ricardo Carvalho – ambos de fora – cedo esgotou as pilhas. Duraram quinze minutos, porque naqueles últimos dez já não foram pilhas a movimentar a equipa: foi o golo. Foi aquele golo aos 82 minutos que fez ressuscitar a equipa para os dez minutos finais. O outro, logo a seguir, apenas prendeu toda a gente ao jogo até ao apito final do Sr Howard Webb, cinco minutos depois dos 90!
O presidente apelou ao consenso, mas parece que pouco mais faz que quebrá-lo. Ou que avisar… Bem avisar!
O governo quer estender para fora o consenso que não existe lá dentro. Nos conselhos de ministros parece que já pouco falta para andar tudo à batatada… Até Vítor Gaspar apela ao consenso, e chama-lhe agora consenso esclarecido, quando o único consenso é correr com ele. Se forem capazes…
Consenso, consenso é no PS. O congresso deste fim-de-semana foi mesmo para mostrar ao Presidente e ao Governo que consenso é com eles. António José Seguro é ele próprio o consenso, eleito com mais de 96% dos votos. Na nova Comissão Política não podia haver mais consenso…
É até consensual que Seguro aplaudiu o discurso de Cavaco. Não aplaudiu de pé, é certo. Foi apenas sentado, o que - é consensual - faz toda a diferença. E não põe em causa o consenso no PS contra o discurso de facção do presidente…
São ambos colombianos, ambos os nomes começam por J e ambos bem anglófonos, com apelidos bem latinos. Se ambos falham os penaltis que generosamente têm para marcar, por que é que um é “Rames” e o outro não é “Rackson”?
Poderia dizer-se que os panzers alemães entraram por Barcelona e chegaram hoje a Madrid, cilindrando tudo à sua passagem. Ou que, nesta cimeira germano-espanhola das meias-finais da Champions, os alemães vieram de Porche e os espanhóis nos velhinhos SEAT. Ou ainda que os dois primeiros do campeonato alemão humilharam os dois primeiros do super mediático campeonato espanhol... Ou que até no futebol a Alemanha não manda apenas na Europa. Humilha!
Não podemos é dizer que andamos uns anos para trás, e que regressamos ao tempo em que o futebol era um jogo de onze contra onze e que, no fim, ganham os alemães. Porque eles agora não ganham por serem alemães. Ganham porque são muito melhores!
Nem que ninguém estava à espera disto. Não esperaríamos que Bayern e Borussia Dortmund goleassem Barcelona e Real Madrid mas, lá no fundo, todos víamos como mais provável uma final alemã na Champions deste ano!
O 4-1 do Real Madrid de hoje não é tão mau como o 4-0 do Barcelona de ontem. Como afinal o desempenho da equipa de Madrid foi, apesar de tudo, menos mau que o da catalã. Mas é um resultado que fica muito longe da reversibilidade, tão longe quanto o desempenho individual e colectivo dos craques de Madrid está do daqueles rapazes de amarelo e preto. Muitos deles fabulosos e alguns - como o polaco Lewandovsky que, fabuloso, marcou os quatro golos, e o miúdo alemão Mario Gotze - já de saída. De Dortmund, que não da Alemanha: também no futebol é lá que está o dinheiro!
Posso estar enganado, mas desconfio que em Málaga hoje alguém sorriu: é chileno e chama-se Manuel Pellegrini!
O governo tem este problema congénito: só consegue olhar para um lado... Nunca consegue olhar para mais que um lado!
Acha que para estimular a economia basta incentivar a oferta. Acha que os empresários, só porque têm acesso a crédito ou IRC mais baixo, vão desatar a investir e a criar postos de trabalho.
Do lado da procura... nada! Nem mesmo estando obrigado ao pagamento do subsídio de férias dos funcionários públicos, que ora é de férias ora de natal... Sem procura, investir para quê?