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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Máquina de alto rendimento

Moreirense-Benfica, 1-4 (destaques)

 

Não era fácil a tarefa do Benfica nesta sua segunda visita a Moreira de Cónegos, em cinco dias. Depois da fantástica exibição da última terça-feira, tudo o que hoje o Benfica fizesse estaria sempre prejudicado por uma bitola altíssima e difícil de atingir.

E não era imaginável que a exibição se repetisse. Porque cada jogo é um jogo? Porque não há dois jogos iguais? 

Nada disso, isso não passam de balelas do futebolês. Simplesmente porque não é fácil repetir uma exibição daquelas. 

O jogo de hoje foi na realidade outro jogo. O Moreirense fez tudo para que o Benfica não repetisse esse jogo, tentando sempre possível alongar o jogo, e mesmo parti-lo. E no entanto o desfecho final só não foi o mesmo por circunstâncias meramente acidentais. Entre as quais dois penaltis que ficaram por assinalar contra a equipa minhota.

O próprio golo do Moreirense, do mesmo Iuri Medeiros, na última jogada do desafio, com o Benfica já em descompressão, acabou por enfatizar os circunstancialismos que impediram a repetição do resultado.

E isto diz tudo sobre o momento que o Benfica atravessa. Pode não conseguir atingir sempre o brilhantismo de nota 20. Mas, com os mesmos ou com outros jogadores, mantem-se sempre num plano exibicional que poucos atingem e sempre em alto rendimento! 

No momento em que regressou Gaitan, a ditar o injusto regresso de Carela ao banco, teme-se pela lesão de Lizandro, ainda antes do regresso de Luisão. Que faria igualmente injusto o regresso ao banco do central argentino... 

 

Mangas de alpaca

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António Costa - e quase todos nós, afinal - estava convencido que, com tantos e tão graves problemas para resolver - refugiados, Schengen, crescimento económico, terrorismo, sei lá ... - a Europa não nos iria chatear muito. E era bem capaz de deixar passar uma incongruência aqui, um bicada num conceito ali, uma alínea do Tratado Orçamental acolá... Ou até mesmo um errozito qualquer numa ou outra conta de um orçamento cheio de contas difíceis. A tal quadratura do círculo, de que aqui se tem falado...

Afinal, não. Nada disso: a Europa não tem nenhum problema para resolver. O problema único é mesmo umas décimas no défice de um pequeno país que não conta para nada, que tem um quarto dos custos do trabalho da Dinamarca, Suécia ou Bélgica. E menos de metade dos da média europeia.

Poderia pensar-se que a Europa, esta Europa, se preocupa com pintelhos, como diria Catroga, uma autoridade na matéria. Até parece, mas se calhar não é bem assim: os burocratas e mangas de alpaca que, para mal dos nossos pecados, tomaram conta da Europa, estão lá para evitar que aos governos nacionais cheguem ideias que saem fora da cartilha que lhe entregaram para impôr. Nada os preocupa o que se passa na Hungria, e na Polónia, mas... alto lá: Um governo apoiado pela esquerda? Quem autorizou uma coisa dessas? Já não se lembram da Grécia?

É a cartilha a sua razão de ser, nada é mais importante. Nem que à sua volta tudo arda e tudo desapareça na destruição das chamas...

Nus. Ou sem cuecas...

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Não houve tempo a perder. Uma semana depois de terem sido levantadas as sanções o presidente iraniano fecha negócios de dezenas de milhares de milhões por Itália e França. Pelos milhões, e para que nada pudesse beliscar a obscura sensibilidade de Hassan Rouhani, os italianos mandaram tapar todas os nus das obras de arte espalhadas pela capital. Já em França, onde os milhões dos negócios eram ainda mais milhões, com muitos aviões e ainda mais petróleo, o vinho falou mais alto que os nus... E Hollande cancelou o almoço com o comprador de bolsos cheios: não há vinho, não há almoço.

Assim é que é. À italiana é que não: quando se baixa muito mostra-se o cu. Nem precisa de estar nu. Basta não ter cuecas... Mas disso o senhor gosta!

Atitudes

 

Ainda - e sempre - com os resultados eleitorais de Outubro atravessados na garganta, e esgotada a pausa para as presidenciais, a direita pafista - em especial o CDS, que agora precisa ainda de gritar mais alto para se ouvir a si próprio - volta a atacar a agenda informativa, socorrendo-se dos inestimáveis serviços das agências de rating e aproveitando a oportunidade da discussão do orçamento com Bruxelas, bem como a visita de inspecção dos técnicos da troika, para recriar o ambiente de há um ano atrás, então com a Grécia como centro.

É muito fácil de perceber o que está hoje e aqui em causa. Em causa estão duas opções de política económica: uma centrada na continuação do que ficou conhecido - e continuemos a chamar-lhe assim, para facilidade de expressão - por política de austeridade, apadrinhada pelas agências de rating e impostas pelos técnicos das diferentes instituições, mesmo da União Europeia, e outra que, atentos os resultados que essa gerou, entende que a solução não está na retracção mas no crescimento económico. 

Sabemos no que deu a primeira. E sabemos como foi acolhida nas instituições europeias, como sabemos qual foi a atitude submissa e reverencial do governo que a conduziu. Não sabemos no que dará a segunda, mas sabemos que os grandes problemas do país, o desemprego e a pobreza, não se resolvem sem crescimento económico e sem investimento. 

Por isso vai mal a direita mais ressabiada em invocar as agências de rating e chamar pelo papão europeu. E vai mal o CDS e a sua futura nova liderança - se não houver mais revogações - se não tem outros argumentos. E vai bem António Costa quando diz que são apenas técnicos os senhores da troika que estão em Lisboa. E quando não se ajoelha aos primeiros recados de Bruxelas. E quando estica a corda porque sabe esticá-la. E sabe que a pode esticar...

São outras opções políticas. E económicas. Mas é também outra atitude, mais corajosa e mais digna. E mais inteligente, por que não?

 

 

 

 

Uma mão lava a outra

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O meu amigo Jorge Tomé disse ontem que lhe parecia que o Banif, a que presidira, tinha sido usado como moeda de troca. Que parecia que há muito estaria prometido ao Santander...

Não disse mais - o  Jorge Tomé para além de extraordinariamente competente, é incondicionalmente institucional. Mas nós podemos especular. Ou nem tanto: apenas lembrar a velha estória dos Swaps da Maria Luís. E vem-nos à memória que a coisa com o Santander era um bocado complicada...

Moeda de troca, Jorge. Bem lembrado... Também há quem diga que uma mão lava a outra...

O Santander está a apresentar lucros de 5,9 mil milhões de euros. A prenda no sapatinho rendeu logo de imediato 4,7% disso: praticamente o dobro do valor simbólico que teve de pagar!

Regressos

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O campeão voltou!

O Nelson Semedo voltou. O Gaitan voltou. O Talisca voltou. Até o Gonçalo Guedes voltou...

A arte à volta de uma bola voltou. A magia do jogo voltou... Os golos de encantar voltaram. Tudo voltou. Partir, partir mesmo só os patinhos feios. Partiram todos, não ficou nenhum!

Gaitan voltou, mas não voltou sozinho. Voltou com a magia única que só ele transporta: aquele terceiro golo é uma coisa do outro mundo. Talisca, e ver aqueles golos - três, o último também para não esquecer - é ter a garantia que, ao contrário do que toda a gente pensava, ele não tinha mesmo desaparecido. Apenas foi mal tratado, e regressou logo que alguém soube cuidar dele...

 Agora que tudo - quase tudo - voltou, tem que ser para ficar...  

Ah... Já me esquecia: o jogo foi em Moreira de Cónegos, uma capelinha (uma miniatura da Catedral), e  ficou em 6-1. A máquina continua a fazer golos. Muitos e bonitos!

 

Ponto final

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É o ponto final na história de uma fraude. O reembolso de parte da sobretaxa, é agora oficial, foi um dos maiores e mais desavergonhados embustes eleitorais de Passos, Portas e Maria Luís.

Já se sabia. Há muito que se sabia da fraude, bem preparada desde cedo para ganhar as eleições. As tais que se lixassem... 

Agora é vê-los - não a eles, que fogem sempre de tudo o que cheira mal, mas aos seus paus mandados - jurar que nunca ninguém garantiu nada. Pois não: no final de agosto, Maria Luís disse "... que se o ano acabasse agora esse crédito fiscal de sobretaxa seria de 25%. Mas a minha expectativa neste momento é que possa até ser um resultado melhor do que esse". Com a aproximação do dia das eleições esse resultado chegaria aos 35%!

Cavaquices

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Cavaco voltou a fazer das suas. Provavelmente para assinalar a eleição do seu sucessor e associar-se, também ele, ao fim da longa noite cavaquista, com mais uma desnecessária afronta institucional e, mais uma vez, em flagrante violação da Constituição.

Pode simplesmente ter sido porque sim. Porque lhe está na massa do sangue. Mas, ao vetar as alterações à lei da interrupção voluntária da gravidez e a lei da adopção por casais do mesmo sexo, depois de esgotado o prazo que a Constituição lhe concede para o efeito, no dia seguinte às eleições, não ficam muitas dúvidas que, não querendo deixar de afrontar a actual maioria parlamentar, não quis que isso atrapalhasse a campanha de ninguém.

Mais uma cavaquice. Não terá sido certamente a última...  Mas antes ainda vai ter que promulgar o que agora vetou!

Quando as (boas) ideias não valem nada

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Numa campanha propositadamente despolitizada, despida de conteúdo politico, em que Marcelo inovou transformando-a num case study, apenas Henrique Neto trouxe verdadeiro conteúdo para a discussão política. Mesmo pregando no deserto, e sem um discurso mobilizador e entusiasmente, apresentou ideias e fez propostas.

O eleitorado não valorizou nada disso, nem lhe reconheceu grandes méritos. Como não sou dos que entendem que a culpa está nos eleitores, teve que haver alguma coisa de errado na estratégia de comunicação de Henrique Neto. É o que sucede sempre que as ideias não passam... Outras vezes o problema está nas próprias ideias, que parecendo boas acabam sempre por ter qualquer coisa que as enrola

Curiosamente, o que me parece que falhou em Henrique Neto foi mesmo a substância política. O maior erro esteve em enfileirar no regime despolitizado da campanha, acabando, ao fugir dos partidos, por fugir da política. Estar acima dos partidos é uma coisa, como bem mostrou Marcelo. Eliminar a política, esbater a ideologia, é outra. Incompatível com o debate de ideias, como também - e tão bem - Marcelo explicou! 

Sem equadramento político e doutrinário as ideias, mesmo as melhores, perdem-se. Não valem de nada e acabam no esquecimento colectivo com o rótulo de populismo. O que é uma pena, especialmente quando há tão poucas!

 

 

Os que não perceberam nada disto

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Percebemos que há muito boa gente que não percebeu nada disto.

Maria de Belém, e boa parte do aparelho socialista, não percebeu nada disto. "Isto", no caso, é aquilo a muita gente chama "tempo novo". E, ao não perceberem nada disto, só mostraram como é fraca a poderosa ala direita do PS. E os equívocos do aparelhismo...

Para percebermos que também o PC, que costuma perceber tudo depressa, não percebeu nada disto, bastou uma frase. De Jerónimo de Sousa: "Podíamos arranjar uma candidata engraçadinha, mas não somos capazes de mudar". Pois não!

O PSD, não será o PSD profundo mas certamente o PSD mais papista que o Papa - que ainda é Pedro Passos Coelho - que se espalhou pelo comentário das televisões, também não percebeu nada disto. Não percebeu que não há vinganças, que a sociedade portuguesa já acomodou os resultados das legislativas, que Cavaco vai embora, e que Marcelo é outra coisa. Que não tem nada a ver...

Também não percebeu nada disto quem, onde voltam a estar este PSD e o seu permanente parceiro do lado, não percebeu ainda que António Costa nunca perde. O PS perdeu, mas o primeiro-ministro não. De maneira nenhuma, como se perceberia mesmo sem necessidade de o ouvir na noite de ontem.

 

 

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