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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Traição à América

Procuradora-geral americana pede ao Departamento de Justiça para não apoiar decreto de Trump

 

 "You are fired" -  a expressão que Trump não deixou em casa, ou na sua Torre, e levou para a Casa Branca. Já não há dúvida, Trump comporta-se na presidência da América como na administração das suas empresas. Quem se lhe opuser é acusado de anti-americanismo, e demitido. Para já. Lá mais para a frente, mais se verá certamente.

Não é nada de novo. Pensavamos era que isto se passava apenas na América Latina, nunca ninguém achou possível que pudesse acontecer no farol da liberdade... Aos Estados Unidos da América acaba de chegar o maior crime da sua História: o da traição à América!

No sentido obviamente dual.

O futebol não é só impiedoso. É cruel!

 

(Foto Record) 

 

Tem sido notória a quebra - física e anímica, a que geralmente se chama de forma - do Benfica. É inegável que a equipa - e não é um ou outro jogador, é mesmo toda  a equipa - se deixou cair num mau momento, seja por sobrecarga de jogos, seja por outra razão qualquer que, se não está já identificada, é importante rapidamente identificar.

O futebol é por norma impiedoso. Nesta altura, com o Benfica, está a ser cruel. O adversário chega uma vez à baliza, como hoje se voltou a repetir em Setúbal, e faz golo. O treinador, homem cordato e educado, fala com a equipa de arbitragem no final do jogo, à vista de toda a gente, olhos nos olhos, sem quaisquer sinais de exuberância, e é imediatamente suspenso por 15 dias. Quinze dias tão cirúrgicos que correspondem a três jogos. Os árbitros, agora de apito tão leve para assinalar penaltis a favor dos principais concorrentes, ignoram olimpicamente takles e mãos dentro da área dos adversários, como ainda hoje, de novo, se voltou a repetir. Que têm os cartões ali tão à mão, e que tão rápidos são a deixar a concorrência em superioridade numérica, deixam-nos em casa. Ou trazem-nos tão no fundo do bolso que se torna muito difícil que de lá saiam, como também hoje se viu. O amarelo ficava sempre no bolso, bem lá no fundo. O vermelho deve ter mesmo ficado esquecido em casa...

Mesmo jogando pouco, o que o Benfica está nesta altura a jogar daria normalmente para ganhar. Os concorrentes estão a jogar menos, e basta-lhes. A crueldade não está apenas em perder um jogo em que o adversário fez um único remate à baliza e nem chegou a ter 20% de posse de bola,  Também está aí!   

É ainda cruel perder 5 dos 6 pontos em disputa com o Vitória de Setúbal. Ou perder outros tantos em apenas três jornadas. Ou que afinal as lesões contem...  

Podemos dizer que ainda vamos à frente. Mas é melhor nem dizer, pode dar azar...

E ao sétimo dia...

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...  Depois de uma primeira semana em rédea solta, o fim-de-semana começa a mostrar os primeiros travões a Trump. Não é só a rua, é o próprio sistema a reagir.

As instituições funcionam. Têm de funcionar!

E há todo um mundo para além da meia dúzia de admiradores de Trump. E há até quem se encarregue de mostrar que o terrorismo que se alimenta das suas ideias não é em nada diferente do outro. Porque terrorismo é simplesmente terrorismo

Excessivo*

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Não se tem falado de outra coisa que de salário mínimo e da redução da TSU. 

Há muito que o aumento do salário mínimo é um drama, em Portugal. Não se vêem grandes preocupações com o facto de praticamente 1/4 da população que trabalha estar abrangida pelo salário mínimo. Não se vê muita gente incomodada com um salário mínimo que é um terço do de alguns dos nossos parceiros europeus, e que raia o limiar da pobreza.

Quando se fala em aumentá-lo é que surgem as preocupações. Aí é que não falta gente seriamente preocupada. E não falta gente a reclamar medidas de compensação.

Até aqui não havia grande problema: reduzia-se a famosa TSU aos empregadores e não se falava mais nisso. Tem sido de tal forma assim que ao governo – e ao Presidente da República, acabou agora por se saber – não se levantaram quaisquer dúvidas que continuaria a ser assim.

Mas não foi. Uma improvável conjugação de linhas vermelhas da esquerda com interesses tácticos do PSD acabou com esta solução mágica.

Muito se discutiu sobre a intransigência do PSD, ao arrepio dos seus princípios e da sua prática recente. Indiferente à pressão – houve até cartas de figuras proeminentes do partido e dos patrões - Passos Coelho manteve a sua posição contranatura. Tão evidentemente contranatura, que logo se começou a suspeitar que, o que o movia não era a oposição à TSU, mas ao próprio aumento do salário mínimo nacional.

No debate parlamentar Passos Coelho desfez por completo as suspeitas, dizendo com todas as letras que, na verdade, era ao aumento do salário mínimo que se opunha. Porque, justificou, era “excessivo”!

Um aumento de 27 euros num salário, que é uma retribuição de trabalho, e não um subsídio social, que está ao nível do limiar da pobreza, é “excessivo”?

Num país decente, um partido cujo líder dissesse uma coisa destas, não ganharia eleições enquanto houvesse uma pessoa a lembrar-se disto!

 

* Da minha crónica na Rádio Cister

Um manual político escarrapachado num muro

 

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Faz hoje uma semana que Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos da América, e o que já se pode dizer é que não está a defraudar as expectativas. Nenhuma das ameaças corre o risco de se não concretizar: o Obamacare, já era; a mentira, quotidiana e permanente, é uma infindável sucessão de factos alternativos; a comunicação social é para estar calada, e para ser desacreditada todos os dias; a tortura funciona "absolutamente" e por isso é um instrumento legítimo na estratégia de "combate ao fogo com o fogo"; os tratados comerciais já foram rasgados; e o muro na fronteira com o México já começou a ser construído. 

Hoe recebe a visita da primeira-ministra britânica, Theresa May, mas para a semana já não irá receber a do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, que a cancelou depois de Trump ter reafirmado que o muro iria ser pago pelos mexicanos. Depois de cancelada, Trump voltou ao tema e, para a confusão que tanto preza, e de que necessita como ar para respirar, lançou ele o conselho ao seu congénere e vizinho para que, se não queria pagar, não viesse.

E rapidamente garantiu que pagariam. A bem ou mal. E já que não pagam a bem pagarão a mal, através de um imposto de 20% sobre os bens importados do México, que trará uma receita de 10 mil milhões de dólares por ano.

Ora, vamos lá a ver: admitamos que Trump pode fazer isso, contra o Tratado em vigor entre os três países do continente, designado por NAFTA. Que não pode. Admitamos que, com o imposto, as importações não caem, apesar de 20% mais caras. Admitamos ainda que esse aumento no custo dessas importações não tem qualquer efeito na economia americana. E admitamos, finalmente e para facilitar, que a receita do imposto seja mesmo aquela. Mas quem é que paga esse imposto? Não são os americanos?

Então onde é que estão os mexicanos a pagar o muro?

Evidentemente que ninguém acredita que, por mais estúpido que Trump seja, o seja tanto que não perceba isto. Ele aposta é em que os americanos o não percebam. Por isso manipula, confunde e mente. Para que a manipulação, a pós-verdade e os factos alterantivos  façam o seu caminho é preciso uma imprensa desacreditada, se não mesmo calada. Se resistir é incendiária, e lá vem o fogo, que se combate com o fogo...

É todo um manual político escarrapachado num muro!

Os jogos têm 90 minutos divididos em duas partes

 

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A Taça da Liga é uma competição desenhada para os grandes. Os quatro primeiros classificados do campeonato anterior são encaminhados para as meias-finais, ou para, agora, com mais pompa, a final four.  

Creio que nunca lá chegaram os quatro. Desta vez lá estiveram o Vitória de Setúbal, no lugar do Sporting, e o Moreirense, no do Porto. Benfica, com a folha limpa, e Braga, com muita dificuldade e bastante sorte, acabaram por cumprir com o que era a sua obrigação. Lá estavam os únicos três vencedores da competição. E o Moreirense: o outsider que chega à final, com o Braga.

Porque ganhou ao Benfica, e logo por 3-1. Porque o Benfica tem-se dedicado a jogar apenas a metade de cada jogo. Se joga a primeira, desaparece na segunda, como fez hoje. Se não aparece na primeira, joga na segunda, como no último jogo.

O Benfica saiu para o intervalo bêbado com a superioridade que tinha exercido. Tão bêbado que se esqueceu que só estava a ganhar por um a zero. Tão inebriado que se esqueceu  de regressar para a segunda parte. Deixou os rapazes do Morerirense a jogar sozinhos que, de repente e incrédulos, se viram a ganhar por 3-1. Em apenas 10 minutos, como com o Boavista, de má memória, com apenas dois remates - do primeiro golo só se percebeu que nem foi preciso rematar à baliza - o Moreirense marcou por três vezes.

Não importa que o segundo golo tenha acontecido porque ficou por marcar uma falta sobre o Eliseu. Nem as bolas nos ferros. Nem um penalti que ficou por marcar. Nem as seis ou sete oportunidades desperdiçadas no tempo que sobrou para jogar à bola. Agora importa apenas que o Rui Vitória consiga meter na cabeça dos jogadores que os jogos têm 90 minutos, divididos em duas partes, de 45 cada uma.

E que têm de ser disputados em cada minuto desses 90. Que as peladinhas, para brincar com a bola, ficam para os treinos. Mesmo assim só naquela parte de descompressão, no espaço de lazer que o trabalho ás vezes tem que ter. 

 

 

O governo cabulou

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Um dia depois de a redução da TSU, como medida de compensação do aumento do salário mínimo, ter sido chumbada no Parlamento, confirma-se a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC)  - mais uma aberração fiscal à portuguesa - como plano B, que deixa toda a gente satisfeita. 

Obtem o pleno: de patrões, de sindicatos - não, não é apenas a UGT, é também a CGTP - do governo e da maioria!

O que não admira, porque é, de longe, uma solução melhor. Desde logo porque deixa a Segurança Social de fora, e em paz. Mas também porque não tem qualquer ligação ao salário mínimo, pelo menos não o incentiva. E não provoca nenhum tipo de clivagem no suporte parlamentar do governo, antes pelo contrário, pois a sugestão até veio daí.

Dá por isso vontade de perguntar por que é que complicaram o que era simples. Se calhar é por falta de imaginação, e porque copiar sempre foi mais fácil. É isso: o governo foi cábula!

Intrujices

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Quando a intrujice e a aldrabice entram pela porta grande dos nossos dias elegantemente travestidas de pós-verdade e, agora, de factos alternativos, não admira que ouçamos o que hoje, bem cedo, ouvi num noticiário radiofónico a propósito da questão do dia, da semana, ou mesmo do mês: a redução na TSU, a ser hoje chumbada no Parlamento.

Dizia um dirigente de uma associação patronal do sector têxtil - não retive os nomes, nem o da associação nem o do respectivo dirigente - que o chumbo da medida aprovada em concertação social era uma catástrofe, que  iria provocar largos milhares de despedimentos. E para justificar o apocalipse que se vai abater sobre o sector começou a apresentar dados em rácios que tinham por base 100 trabalhadores: o aumento do salário mínimo - dizia - já representava para as empresas um agravamento de 12 mil euros por ano, por cada 100 trabalhadores. Sem a compensação pela  redução da TSU - continuou - o agravamento de custos sobe 80 mil euros por ano, por cada centena de trabalhadores.

Não sei se as contas estão certas ou erradas, nem isso é, para o efeito, significativo. Sei é que o número 100 (de trabalhadores), que lhe dá jeito para que os números ganhem um mínimo de expressão, não bate certo com o perfil de micro e pequena empresa a que a medida que a medida teria como destinatário. E que isso é intrujice!

Bem sei que o sector têxtil nacional vive do salário mínimo. Mas também sei que não pode ser aí que o sector encontre a chave da competitividade. Porque há-de haver sempre noutras latitudes quem faça o mesmo com salários mais baixos.

 Não sei, mas admito que, se estes dirigentes associativos fossem tão criativos nos esforços para acrescentar valor, como são para defender o enquadramento tradicional das suas empresas, seriam bem menores os problemas de competitividade do sector. E se calhar teríamos menos vergonha de um país que pára por um aumento de 27 euros num salário mínimo nacional que abrange quase 1/4 da população que trabalha, é um terço do de alguns dos seus parceiros europeus, e já é inferior ao de alguns países de leste.

  

Factos alternativos

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Depois de uma carreira de sucesso no pós-verdade, a mentira, ainda pela mão de Trump, alcandora-se à categoria dos factos alternativos

Digamos que, depois de levado ao poder pelo pós-verdade, Trump vai consolidá-lo por factos alternativos. O que, convenha-se, é mais fácil, mais imediato e, provavelmente, muito mais eficaz. O pós-verdade é mais difícil de construir, obriga a tapar a verdade com a mentira. No facto alternativo basta construir a mentira ao lado. Depois é só demolir a verdade...

O trumpismo fez isto logo no primeiro dia. Nem precisou de dizer ao que vinha...

A (des)vantagem de falar muito

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O presidente Marcelo, que amanhã assinala o primeiro aniversário da sua eleição, deu ontem a sua primeira entrevista a um orgão de comunicação social - à SIC.

Não é por acaso que começo com esta frase. É que não tenho muitas dúvidas que a maioria dos meus caríssimos e estimados leitores vai pôr em dúvida esta afirmação: a primeira entrevista?

É esse o ponto. Estamos tão habituados a ver e ouvir o presidente sobre tudo e mais alguma coisa que nem nos passaria pela cabeça que tinha sido esta a sua primeira vez. Não fosse a excitação de toda a comunicação social e ninguém daria por ter sido esta a primeira entrevista do presidente Marcelo: antes, transformada no grande acontecimento do fim de semana, obrigando até à antecipação, para sábado, da homilia de Marques Mendes. Depois, ocupando todas as primeiras páginas e desafiando a capacidade criativa dos comentadores à procura de notícia.

Porque, na verdade, o presidente não disse nada que não tivesse já dito. Não disse nada que não soubessemos. Bom, disse que em Setembro de 2020 diria se se recanditaria, mas nem aí há nada de novo: tanto sabemos que naturalmente se recandidatará, como que só o anunciará no último dos momentos. Como, de resto, já fizera na candidatura inicial. 

Nem os lapsus linguae foram novidade. Quando confrontado com o seu frenesim mediático, comparou-se com o  Presidente Obama, a chanceler Merkel e com  a primeira-ministra britânica, Theresa May, que também falam todos os dias...  Nem esta irresistível tentação pelo poder executivo é nada que não conhecessemos!

Nada disto é necessariamente mau. Defendem os mais ortodoxos da comunicação política - ou da política de comunicação na política, que vai dar no mesmo - que se deve falar poucas vezes para que aquilo que é dito ganhe importância. Ou que só se deve falar quando há algo de novo e de importante para dizer. 

Confesso que gosto mais assim. Que prefiro um presidente que diga todos os dias o que tem a dizer, que se torne previsível e que não seja muito dado a surpresas. Até porque, no fim de contas, a única revelação que fez não correu bem. Ficamos a saber que o primeiro-ministro pretendia tratar o aumento do salário mínimo exclusivamente por via legislativa e que foi ele, presidente, que o empurrou para a concertação social. Correu mal, como hoje sabemos: era uma medida prevista no programa eleitoral do PS, nos acordos de formação do governo e no seu próprio programa. Não havia necessidade, como dizia o outro...

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