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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Despedidas. E com lenço branco...

 

O Benfica despediu-se esta noite, em Setúbal, da Taça da Liga e do ano. Do ano do tetra, mas também, porque as últimas imagens são sempre as mais vivas, do desencanto. Que este jogo de despedida confirma, em toda a linha.

Quando se conheceu a constituição da equipa que Rui Vitória escalou para esta despedida ficou imediatamente claro que dificilmente este jogo fugiria à decepção e à desilusão que vem marcando este último terço do ano, e primeiro da época. O jogo já não decidia nada - o Vitória, de Setúbal, tinha o primeiro lugar do grupo assegurado - mas continuava a ser importante para o Benfica. Porque a equipa precisa de estabilidade e de confiança, e isso só as vitórias e as boas exibições garantem. E porque vem já aí o decisivo jogo com o Sporting. Por isso, porque não tem havido competição, e porque sobram muitos dias de descanso até ao dérbi, era difícil de aceitar um onze que não desse garantias de ser capaz de tirar do jogo o que dele havia para obter.

Mais difícil se tornava aceitar um onze constituído por jogadores dados por descartáveis em Janeiro. Três na defesa (Douglas, Lizandro e Eliseu), dois no meio campo (João Carvalho e Filipe Augusto), e dois (e podiam ser todos) na frente (Rafa e Zivkovic). Sete!

Se lhe juntarmos o guarda-redes Svilar, claramente desestabilizado, Samaris, em clara instabilidade emocional, e Seferovic, há meses desaparecido, soma dez. O décimo primeiro era o miúdo Rúben Dias, a regressar à equipa depois da intervenção cirúrgica a que foi sujeito!

Estranho, nao é? Mais estranho, e mais preocupante ainda, é tentar perceber o que vai na cabeça de Rui Vitória quando lança para o jogo sete jogadores que são cartas fora do baralho.

Para lhes dar minutos? Para quê, se não vão continuar? 

Para lhes dar mais uma oportunidade? Para quê, se o seu destino já está traçado? 

Não faz sentido, e o jogo confirmou isso mesmo. E confirmou mais, confirmou que Rui Vitória é parte do problema, e não parte da solução. Porque mostrou que a equipa só consegue ter posse a jogar para trás; jogar para a frente só em pontapé, à toa. Ou com cada um a jogar por si e para si. Porque mostrou que a equipa não sabe defender, com estes ou com outros jogadores. E porque mostrou, no meio disto tudo, que alguns daqueles jogadores têm muito mais qualidade do que aquela que Rui Vitória consegue extrair.

Alguém pode ter dúvidas da qualidade de Zivkovic? E de Rafa? E de João Carvalho? Aquilo que fez no primeiro golo - que é todo dele, o Sferovic foi simplesmente instrumental - não engana, é de um grande jogador. 

Na realidade, este último jogo do ano não deu se não para enterrar, ainda mais, Rui Vitória. Que, como vem sendo costume, viu outro jogo. E como viu outro jogo, não vê que, se isto não é da responsabilidade do treinador, é responsabilidade de quem?

 

 

 

O estado da nossa partidocracia*

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Ao contrário do que pretendiam, ficou a saber-se que os partidos da nossa democracia, que raramente se entendem para o quer que seja do interesse nacional, se entenderam às mil maravilhas para produzir uma lei que lhes facilitasse ainda mais a vida nestas coisas do “guito”. De uma penada os partidos puseram fim a qualquer limitação no acesso a fundos privados, e colocaram-se integralmente de fora do IVA.

Isto é, os partidos legislaram em causa própria, para que pudessem passar a receber todo dinheiro que aparecesse, viesse donde viesse. E, já que já beneficiavam de isenção de IMT, de IMI, de imposto de selo, de imposto sobre doações e sucessões, de imposto automóvel e até taxas de justiça e de custas judiciais, decidiram estender a isenção de IVA de que já gozavam à totalidade das transacções que efectuassem, deixando de entregar o IVA que cobrassem e sendo reembolsados de todo o que tivessem pago.

Para completar o ramalhete, os partidos levaram a lei a uma incursão pelo património imobiliário, colocando a hipótese de se servirem gratuitamente dos imóveis do Estado, sejam eles da administração central, das autarquias locais, do sector empresarial ou da economia social.

Tudo isto sem que ninguém soubesse de nada. Tudo isto sem actas ou qualquer outro registo. Tudo isto sem que se pudesse sequer saber quem propôs o quê, para que todos soubéssemos que sabiam bem o que estavam a fazer.

Em causa não estão apenas largos milhões de euros, o que não seria pouco. Nem a imoralidade com que usam a faca e o (nosso) queijo que seguram na mão. Em causa está a forma como se estão a escancarar as portas à corrupção porque, não haja dúvidas, exemplos de “interesseirismo”- perdoe-se-me o neologismo - e opacidade como os que estes deputados deram, são convites com passadeira vermelha para o crime e o jogo sujo.

O CDS pôs-se de fora. Votou contra, mas só soltou toda a sua indignação quando a bomba rebentou e incendiou a opinião pública. Antes disso, nada! Só então Assunção Cristas achou que era tempo de cavalgar a onda, como só ela sabe. Até aí, o partido que deu a conhecer Jacinto Leite Capelo Rego ao país, achou que não tinha nada a dizer.

Se juntarmos a este episódio os milhões de euros que o PSD recuperou de quotas em atraso, que a imprensa tem vindo a divulgar sem o mínimo sentido crítico, temos o dramático retrato do quadro partidário da nossa democracia.

Não. Os milhões de euros de quotas que no último mês entraram nos cofres do partido não vêm de militantes que de repente passaram a ter dinheiro e motivação para pagar anos de quotas em atraso. Segundo uma notícia do Público, em meados de Novembro apenas 28.739 dos mais de 210 mil militantes tinham as suas quotas regularizadas. Só na concelhia de Lousada do PSD, no espaço de um fim-de-semana, os militantes com direito de voto passaram de 60 para 670.

Sabe-se há muito, com a complacência de todas as instituições, que dezenas de militantes estão registados com a mesma morada, ou que avultadas somas de dinheiro, provenientes sabe-se lá de onde, que surgem do nada, regularizam de uma assentada o pagamento de quotas a milhares de militantes, muitos deles sem sequer se lembrassem que o eram.

É assim que os partidos escolhem aqueles que, depois, nos dão a escolher para governar o país.

É este o estado da nossa partidocracia!

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

Rápidas melhoras, Presidente

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O Presidente da República foi internado de urgência. Nada de grave, ao que parece. Trata-se de uma intervenção a uma hérnia inguinal que estava prevista para os primeiros dias de Janeiro, mas que os médicos acharam por bem antecipar.

Rápida recuperação, é o que se deseja. Pela sua saúde e ... pela nossa. É que está por lá uma lei à espera do seu veto, e não ficamos a saber se ele já tinha lido...

A mensagem

 

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Não se percebe muito bem para que servem as "mensagens de Natal" do primeiro-ministro, mas elas lá se sucedem, ano após ano.

A deste ano, a de ontem à noite, com um dia de Natal todo ele cheio de Presidente da República, se calhar até se percebe... E nisto de mensagens sabe-se que António Costa sabe-a toda: começou pelos incêndios, como desta vez não podia deixar de ser, e só depois passou para o ano saboroso, a que sabe ainda dar mais sabor, como convén no Natal.

Como convém nesta coisa da mensagem política, em especial na das figuras do topo da pirâmide, há sempre uma ideia mais forte, que sobressai para se tornar na ideia-chave. Às vezes, o que até nem é raro, cada analista escolhe a sua. Por mim fico-me na frase mais emblemática: "Chegou o tempo de vencer os bloqueios ao nosso desenvolvimento"!

Grande ideia, grande desafio. À António Costa, sem dúvida. O problema é que o António Costa desta declaração é o mesmo António Costa da maioria desses bloqueios. Como o saboroso ano de 2017 se fartou de confirmar!

A relação dos portugueses com os resultados eleitorais

 

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O que por aí se vai vendo sobre os resultados eleitorais na Catalunha é verdadeiramente extraordinário. Os portugueses alinhados com a soberania catalã, exultam com a vitória inequívoca das forças independentistas e com o desaparecimento do PP de Rajoy do mapa político da Catalunha. Já os portugueses entregues de alma e coração ao espanholismo cantam a vitória clara dos constitucionalistas, e ignoram os resultados do primeiro-ministro espanhol, porque o que conta é o Ciudadanos.

Poderão estar neste momento a pensar que é sempre assim. Que já estamos habituados a que todos ganhem e ninguém perca. É verdade. Mas só é verdade por cá, deste lado da fronteira. Lá, em Espanha, não se passa nada disso. Os espanhóis, os interessados directos, não têm dúvidas nenhumas sobre os resultados das eleições. E muito menos sobre as complicações que eles trazem agarrados... 

Os jornais, as televisões - a TVE foi pouco menos que escandalosa - e os comentadores espanhóis, que na campanha eleitoral foram tudo menos plurais, conhecidos os resultados, meteram a viola no saco. Por cá, isso é sempre mais difícil. Mesmo quando as coisas não nos dizem assim tanto respeito...

Francamente: não sei se esta estranha relação com os resultados eleitorais é uma idiossincrasia portuguesa, ou se é apenas o estado de futebolização a que o país chegou!

 

 

 

Fronteira da vergonha*

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No âmbito de um processo judicial de contestação a uma contra-ordenação do Banco de Portugal, no valor de 4 milhões de euros, ainda em resultado da sua actividade bancária, Ricardo Salgado alegou em Tribunal, quiçá como argumento central, não dispor de meios para o respectivo pagamento.

Argumentou não ter praticamente reforma, depois da sua pensão de 39 mil euros mensais ter sido, por penhora, reduzida a dois salários mínimos nacionais. E que as despesas da família, cujo montante desconhece, são pagas pela filha, que vive e trabalha na Suíça.

Do ponto de vista individual – que não numa perspectiva de relação com a comunidade - é legítimo que qualquer cidadão utilize todos os meios legais de defesa para minorar, ou mesmo evitar, o pagamento de impostos, multas, do que quer que seja… Ricardo Salgado tem o direito de se defender. Não terá é o direito de se defender dessa maneira!

Não tem o direito de se colocar no papel de vítima, quando vítimas, e vítimas dele próprio, são praticamente todos os seus concidadãos, os que enganou directamente e os que, não tendo sido enganados, não deixaram de ser chamados a contribuir para pagar os seus desmandos e abusos. Vitimizar-se não é direito, é falta de vergonha. E de dignidade!

Independentemente de vir ou não a ser condenado por tudo de que é acusado, o simples conhecimento público da gigantesca rede de off-shores de que dispõe, e do uso que delas fez, deveria servir para delimitar a fronteira de vergonha que Ricardo Salgado não devia transpor.

 

* Da minha crónica de hoje na Cister FM

Não tem explicação!

 

Depois da Europa, depois da Taça, chegou a vez da Taça da Liga. Uma a uma, o Benfica abandona todas as competições. Jogo a jogo, o Benfica teima em negar qualquer tipo de recuperação. Insiste em não desistir da crise, e persiste agarrado à imagem de um interruptor. 

Não tem explicação!

Depois do empate em casa com o Braga, na primeira jornada há já não sei quantos meses, hoje, na segunda jornada, com o Portimonense, em casa, na Luz, o Benfica tinha que dar sequência à excelente exibição de Tondela, no domingo passado, tinha que ganhar e tinha que ganhar por muitos, para se ir protegendo da concorrência do Braga.

Pensou-se que assim iria acontecer. Aos 40 segundos já o Benfica concluía em golo - de Jonas, evidentemente - uma espectacular jogada de futebol. O adversário apresentava-se sem oito dos seus titulares. Pelo menos sem oito do onze inicial que apresentara em Alvalade, também no domingo. E o Benfica, ao contrário, mantinha oito dos onze de domingo passado.

Com tudo para correr bem, aconteceu o que sempre tem acontecido. A equipa desligou e foi-se afundando. Desta vez, e ao contrário do que vem sendo hábito, os deuses não foram impiedosos com os jogadores do Benfica, e deram-lhes uma segunda oportunidade. À meia hora de jogo, quando o Portimonense era já dono e senhor do jogo, Lizandro fez o segundo golo, na sequência de um canto.

Os jogadores do Benfica não ligaram muito a essa segunda oportunidade. Não perceberam que aquilo era uma dádiva divina a agarrar com ambas as mãos. E o jogo foi para intervalo com o Portimonense com mais cantos, mais remates e com a mesma posse de bola do Benfica.

Logo no arranque da segunda parte, o Benfica teve o que merecia. Mais um livre lateral e ... golo. Rui Vitória mexeu na equipa, e mexeu mal. Já tinha estado mal nas três caras novas que introduzira de ínício - Svilar, Samaris e Zivkovic, por sinal os piores de todos - e foi por aí que teve que começar, retirando o destrambelhado grego e o jovém sérvio, acabado na jogada inicial, substituídos pelos miúdos Keaton e Diogo Gonçalves. Que só não foram piores ainda porque ... era impossível. Pior ainda era, e foi possível, com a última, com a entrada de Sferovic (quando já não se acredita em nada, acredita-se em millagres) para o lugar de Pizzi.

E como os deuses, ao contrário dos jogadores do Benfica, não dormem, quando faltavam 6 minutos para o final, um canto palerma deu no golo do empate. E no adeus à Taça da Liga, aquela que dantes era ... certinha. Favas contadas, noutros tempos.

O que está a acontecer ao Benfica resolvia-se mandando embora dez ou onze jogadores. Como se sabe, no futebol nunca acontece assim. Como não é possível mandar embora tantos jogadores, e alguém tem que sair...

 

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