"DIMINUIR SALÁRIOS NÃO É UMA POLÍTICA, É UMA URGÊNCIA"
Por Eduardo Louro
A frase que dá título a este texto foi proferida por António Borges, o messias sempre adiado do PSD. Que nunca se submeteu ao voto de ninguém, nem no país nem sequer no partido. Um Goldman Sachs boy, descartado do FMI por incompetência, nas palavras que Marc Roche, jornalista e autor, deixou num livro recente sobre o banco que domina o mundo e ajudou a aldrabar as contas gregas, que, mesmo incompetente, ganha 225 mil euros do FMI – livres de impostos, como a senhora Lagarde – a que junta mais uns milhares pelas funções que mantém em conselhos de administração de empresas. O que, como o governo recentemente declarou, não tem qualquer tipo de incompatibilidade com as funções públicas que o mesmo governo lhe entregou, onde vai buscar mais uns largos milhares. Onde se tornou finalmente ministro, sem o incómodo de se sujeitar a um salário de ministro!
António Borges representa tudo o que de pior se está a passar em Portugal.
Há dez anos atrás os jovens saíam das universidades e tinham acesso ao início de uma carreira profissional. Nas consultoras – nacionais e internacionais -, nos escritórios de advogados, na banca, e nas empresas em geral. O vencimento de entrada generalizou-se nos mil euros, e a ideia que passava era que todos eram pagos pela mesma moeda, independentemente do seu valor actual e do seu potencial futuro. Chamava-se-lhes então a geração dos mil euros!
Hoje, dez anos depois, cerca de metade dos jovens nas mesmas condições não têm emprego. Não têm qualquer possibilidade de entrar no mercado de trabalho. E depara-se com ofertas de emprego como esta:
Foi aqui que chegamos. É aqui António Borges quer que fiquemos!