Ufa...que fim-de-semana
Por Eduardo Louro
Finalmente de regresso a mais uma semana. Uma semana mais calma, esperemos – só temos que ir pedir mais umas massas para, agora, dar uma ajuda à Irlanda –, depois de um fim-de-semana agitado. Tudo menos calmo! Até o Papa … vejam bem!
Mas pronto. Já toda a gente regressou casa: o Obama, com Air Force One cheio de mimos para o Bo, e aqueles manifestantes anti-Nato, vindos dos quatro cantos da Europa, com mais umas nódoas negras. Os que conseguiram entrar, evidentemente! Porque muitos já tinham ido sem sequer chegar a vir…
Não há qualquer dúvida sobre a necessidade de se filtrar a entrada dessa rapaziada perigosa e de proveniência mais que duvidosa: até de Helsínquia, essa conhecida capital do terrorismo internacional! Nós bem gostávamos de receber toda essa gente, de os receber a todos, sem deixar ninguém de fora. Os americanos é que são uns desmancha-prazeres e os culpados disto tudo. Tivessem eles correspondido a toda a nossa boa-vontade e entregue os carritos blindados que lhe compramos à pressa e à nossa boa maneira – com as nossas celebérrimas boas práticas, sem concurso e nem sequer contrato (não é possível imaginar um contrato sem cláusulas de incumprimento, se as não é porque não há mesmo contrato) – e toda a gente poderia entrar. Agora assim, sem os blindados, não havia condições… É certo que havia uns da GNR, mas não eram esses. Tinham que ser novinhos em folha, feitos de propósito para a PSP. Para a PSP e para esta cimeira!
Para receber sem condições, mais vale não receber!
E foi assim que os americanos nos tramaram. Não fosse aquela nossa grande arma que nos torna únicos - a nossa celebrada capacidade de desenrascanço - e ficaríamos bem mal na fotografia. Coisa que, como se sabe, detestamos!
Na fotografia é que temos de ficar bem. Se recebemos tão bem, e somos tão distintos organizadores de eventos, não podíamos, de repente e apenas porque os americanos nos tinham deixado de calças na mão, deixar ir tudo por água abaixo.
Vamos lá fixar um numerus clausus e estabelecer critérios: mãos à obra! Se, ao contrário do que bem gostaríamos, não os podemos receber a todos, vamos ao crivo que nos permita fazer boa figura e receber bem aqueles que forem recebidos.
Parece que a coisa se ficou pela indumentária preta. Dizia-se por aí que bastava que trouxessem na bagagem umas T shirts pretas para ficarem do lado de lá da fronteira.
Confesso que gostei do critério: a mim pareceu-me bem essa da roupa preta. É uma coisa tristonha, escura… Tristes já nós somos! Macambúzios já nós andamos, não precisamos de mais gente que nos venha pôr tudo ainda mais negro!
Não sei se o crivo chegou ao underware, onde, como se sabe, o preto é eterna moda. Talvez não tenha chegado. Afinal aquela raparigada tem a fama de não ser muito dada a esses usos. Pelo menos tinha, no meu tempo!