Sebastianismo de valor acrescentado
Por Eduardo Louro
Dois temas atravessam hoje o país. Da mesa do café – ainda há disso? – aos blogues e redes sociais, passando pelos jornais e pelos fóruns radiofónicos, o país fala de Rui Rio e de Maria Luís Albuquerque, de que também ele falou. E de que maneira!
A bem da verdade - coisa que, como quase todos sabem (e os outros tentam que se esqueça), é o problema da senhora – há meses que o tema da agora ministra das finanças não deixa o país. Nem ela deixa que o deixe, como ainda ontem voltou a deixar claro.
É essa, de resto, a única coisa que ela vem deixando clara. Tudo o resto é um imbróglio, que criou, onde se enfiou e se deixou enterrar, já sem salvação possível.
Ontem apenas fez mais do mesmo: continuou a enterrar-se. Mesmo que hoje ainda parte da opinião arregimentada – uma parte cada vez mais pequena, até aí há cada vez menos resistentes – queira dar o assunto por definitivamente esclarecido e encerrado.
Rui Rio, na entrevista de ontem à RTP em que não poupou ninguém, jogou claramente ao ataque, na ideia de que há um vazio para ocupar. E que está à espera que o empurrem para lá.
E, claro, hoje a conversa é entre os que se não poupam a esforços para o atropelar e deitar abaixo, e os que ganham posição para o empurrão bem sucedido.
Aos situacionistas, da(s) máquina(s) de Meneses e Passos, para o bloquear, falta-lhe em argumentos o que lhes sobra em desespero. Aos outros, à esperança messiânica da salvação do partido, ou do que dele ainda reste, soma-se um sebastianismo de valor acrescentado. Por António José Seguro, obviamente!