Poesia na floresta
Hoje é dia da poesia. Mas também da floresta, quando ontem, e não hoje como pareceria que devesse ser, chegou a Primavera.
Está tudo próximo, se não mesmo ligado: poesia que se alimenta de Primavera. Que não seria nada do que é sem floresta. Que vive como nunca na Primavera. Para morrer no Verão...
Todos nos lembramos do que dela morreu no último Verão, o mais terrível dos últimos anos, com área ardida como nenhum outro. Também nos lembramos que o governo disse, então, que iria acabar com aquele inferno. Que iria desenvolver um programa de reforma florestal para resolver, a sério e de vez, o drama de todos os verões.
É cedo para sabermos se o programa vai cumprir esse fundamental e decisivo objectivo. Sabemos é que é hoje apresentado. E do pouco que dele ainda conhecemos, sabemos que há medidas que apenas serão implementadas no próximo inverno. Se calhar já um pouco tarde para "impactar" no Verão... E ouvimos já dizer que a produção de eucalipto não é só para continuar, é mesmo para intensificar. Que não através do aumento da área de exploração, mas do índice de produção...
Tenho alguma dificuldade em compaginar plano de reforma florestal com aumento de produção de eucalipto, mas na verdade não percebo nada disso. Sei é que os pequenos proprietários, que há uns anos equilibravam os seus modestos orçamentos com o eucalipto, dizem que agora nem a limpeza pagam...
Mas há-de ser poesia para alguém. Disso não tenho dúvidas!