"Tenho a esperança que o desemprego em 2014 seja abaixo do que o governo prevê no orçamento e isso deve alegrar todos"...
Peço-vos que voltem a ler, que avaliem o peso desta frase e mergulhem na sua substância.
Já está?
Se disser que foi proferida esta manhã na Assembelia da República, acharão que é o normal. Se disser que é da autoria do ministro da economia, voltarão a não perceber onde é que está a surpresa, que esta frase é a cara chapada do Álvaro.
Pois, e agora chegou a minha vez de lembrar que já não é o Álvaro o ministro da economia. É Pires de Lima, e juro que, se alguma vez lhe dissessem que iria largar o conforto e o dinheiro das cervejas para dizer coisas destas, o míinimo que diria seria: nunca. Impensável!
Eu também achava impensável... mas aí está, à vista de todos, o que é fazer política em Portugal.
Quer dizer: o programa cautelar - que Moreira da Silva nem sabe o que é - existe no governo, não existe é no espaço público. E quando vier a existir, Moreira da SIlva diz que não será o CDS a dar-lhe existência. Continua bem a coligação. De boa saúde, recomenda-se...
Entretanto, à cautela, Carlos Moedas reforça a equipa de "acompanhamento da execução de medidas do memorando". Com dois especialistas, de 21 e 22 anos, de "excelentes currículos académicos" e vasta experiência profissional:um estágio profissional de 3 meses no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e Emprego!
Não há programa cautelar que nos resgate a esta gente!
O CDS, este CDS/PP de Portas, tornou-se rapidamente no mais desprezível dos partidos. Representa hoje, como mais nenhum – o que com este PSD e este PS era francamente difícil – o pior do sistema partidário que seca o país e asfixia o regime.
É o que Portas vem fazendo. É o que Portas acabou de fazer, acabando por ser ele a passar a linha que não podia ser passada. É o que o seu estado-maior - incluindo pessoas que o país se habituara a respeitar, como por exemplo António Pires de Lima – está a fazer, com piruetas que nos enojam. Com a taxa sobre as pensões que só por cima do cadáver de Portas, mas que … nada. E nada se passa, que fica no papel, que é compromisso mas que não é para cumprir…
É o Nuno Melo, a estrela ascendente do partido, o valor seguro e credível. Que no fim da semana passada passeava a sua indignação pelas televisões sobre a possibilidade admitida pela Comissão Europeia dos depósitos superiores a 100 mil euros serem envolvidos nos resgates dos bancos. Quando, segundo contava o Expresso no último sábado, e como aqui é reproduzido, o tema anda há meses a ser discutido, com a proposta da Comissão Europeia sujeita a intensa negociação na comissão de assuntos económicos do Parlamento Europeu, de que o próprio é membro suplente. Onde têm sido apresentadas dezenas de propostas de modificação, incluindo do seu colega de partido, Diogo Feio, e das deputadas Elisa Ferreira e Marisa Matias, mas onde nunca a sua voz se fez ouvir. Nunca apresentou uma proposta, nunca participou na discussão. E no entanto veio para cá e encheu as televisões fazendo o show que fez!
Se este país ainda tiver algum juízo o CDS já nem ao táxi regressa. Basta-lhe a lambreta que o outro deixou de usar... Caiu na palhaçada, no descrédito total!
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