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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Siga a dança

BCE reúne-se hoje e é esperada nova subida das taxas de juro - SIC Notícias

O Banco Central Europeu anunciou hoje uma nova subida das três taxas de juro directoras em 25 pontos base. 

É a nona subida consecutiva, e fixa as novas taxas nos 4,25%, para as operações de refinanciamento, 4,50% para a cedência de liquidez, e nos 3,75% para os depósitos.

A nova taxa directora de refinanciamento é a mais alta em 15 anos. A de depósitos, a mais alta em 22 anos. A primeira, diz o BCE, para continuar a controlar a inflação. A segunda, não o diz, mas é para responder ao FED, que na véspera voltara a subir as taxas de juro - deixando-as mais de 1 ponto acima, com uma inflação mais de 2 pontos abaixo -, e evitar que o dinheiro passe para o lado de lá do Atlântico.  

Coisa que, por cá, não preocupa muito os bancos, que passam a receber ainda mais pelo dinheiro, por pouco que seja, que captam de borla aos depositantes. Nem os portugueses, sem dinheiro para pagar as prestações dos créditos em que se encharcaram, a pensar que a vida dos empréstimos que contraíram era, toda ela, feita de taxas de juro negativas, quanto mais para aplicar em depósitos.

Certificado

Taxa de juro dos Certificados de Aforro mantém-se nos 3,5% em junho – ECO

Os portugueses que conseguem o "milagre" de lhes sobrar dinheiro no final do mês, mais os portugueses que têm e sempre tiveram dinheiro, correram aos certificados de aforro. Uns para aplicar as suas poupanças, outros, as suas fortunas. 

Porque passaram de repente a gostar de aplicar o seu dinheiro em dívida pública?

Não. Porque os bancos portugueses, em cartel, por ganância, deixaram de remunerar os depósitos que recebem, para se "abotoarem" com as mais altas margens financeiras na Europa. Seja nas suas operações de crédito, onde praticam já taxas pornográficas, seja nas suas aplicações no BCE, pelas quais são remuneradas à taxa Euribor, que não tem parado de subir. Quer dizer, os bancos portugueses podem até não conceder crédito, para continuarem a ver crescer os seus lucros que, como se sabe, estão a bater recordes.

Como os bancos não pagam pelo dinheiro que lhe entregam, mas sabem pagar-se bem pelo que lhe pedem, os portugueses, os que têm dinheiro e não são burros, passaram a aplicá-lo em certificados de aforro, onde o Estado pagava juros de 3,5%. Os bancos não gostaram. Evidentemente. Mexia-lhe na "mama"!

No início da semana, João Moreira Rato, que por acaso fez (longa) carreira justamente na gestão da dívida pública, no Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP), e por acaso, Chairman do Banco CTT, veio a público dizer que o melhor que o governo tinha a fazer era, para já, interromper a emissão de certificados de aforro. Nem mais, nem menos!

Três dias depois, à entrada para o fim de semana, o governo baixa a taxa de 3,5 para 2,5%, aumenta-lhe o prazo e aperta o limite de investimento

Há por aí gente a dizer que o governo fez muito bem. Se pode pagar 2,5% por que há-de pagar 3,5? E que com isso ganhamos todos. Por mim, digo que se o governo fosse tão rápido a reagir às necessidades dos portugueses como reage às dos bancos, viveríamos num grande país. Num país certificado!

 

 

Imoralidade e pior que isso

Lucros de mais de 2.500 milhões de euros. Cinco maiores bancos tiveram ano  “fantástico”, à boleia dos juros do BCE – Observador

Quando se admitia que pudessem - já que, dever, deviam - baixar, o BCE voltou, na semana passada, a aumentar as taxas de juro. Um aumento em desaceleração (0.25 pontos percentuais, de 3.5 para 3.75%) mas, ainda assim, um aumento. E nem assim tão pequeno.

Diz a Srª Lagarde que tem que ser, para baixar a inflação. Continua a querer convencer-nos que esta é uma crise inflacionista comum, igual a todas as outras, provocada pela procura, quando todos sabemos que não é. Quando sabemos que esta inflação dos últimos anos tem apenas origem na oferta, que começou nos bens mais essenciais, e que, restringir a procura, é apenas privar deles milhões de pessoas.

Os bancos, como a generalidade dos sectores económicos, têm-se aproveitado imoralmente deste processo, para atingirem lucros históricos. "Excessivos", como não gostam que lhes chamem. E que Vítor Bento, líder da Associação que os representa, nem sabe o que são.

No ano passado somaram lucros de 2583 milhões de euros, um aumento de 71% face ao anterior.

As "pornográficas" margens financeiras da banca são apenas imorais. Tão imorais quanto as margens de tantas outras actividades que, as aumentaram a coberto da inflação. 

A imoralidade dos bancos é gritante, na medida em que reflectem as decisões (erradas) da política monetária nas taxas de juro que cobram, mas ignoram-nas nas que pagam. Cobram hoje juros quatro, cinco, ou seis vezes acima do que cobravam no passado, e pagam o mesmo que então pagavam - nada! A margem financeira dos bancos portugueses aumentou 9,5 vezes mais que a média europeia.

E ainda mantêm, e muitas vezes até agravaram, as comissões abusivas que lançaram a pretexto das baixas taxas de juro, e das baixas margens financeiras de então. É difícil admitir maior imoralidade!

A economia não funciona em bases morais. Mas a sociedade deve assentar precisamente nelas. E cabe aos poderes públicos velar por elas. 

A regulação, que cabe ao Banco de Portugal, pouco mais poderá fazer do que vagas recomendações para que os bancos remunerem os depósitos com taxas de juro compagináveis com as que cobram. Se os bancos - 75% do mercado está concentrado em cinco bancos - não têm falta de liquidez, não precisam de pagar melhor pela captação de recursos. Mas poderia certamente actuar sobre as comissões abusivas que já não têm qualquer justificação. 

A governação, com a regulação incluída, tem de ter em conta a imoralidade. Isso poderá não lhes importar, mas terão que se importar com os créditos que famílias e empresas hoje já não conseguem pagar, e com a onda de incumprimentos que aí vem. Que, para a ganância e para a imoralidade dos bancos são, hoje, "peanuts". E, amanhã, nada que todos nós não lhes resolvamos.

Outra vez!  

Mau, mau...

Credit Suisse warns on profits again

Pois é. O Credit Suiss já tem problemas há algum tempo. Problemas de gestão, pois claro. Há pelo menos dois anos que são conhecidos os seus investimentos de risco elevado. Mas ninguém ligava nada a isso.

O que aconteceu nos Estados Unidos no fim de semana foi a campainha que acordou quem queria estar a dormir. Por cá, bastaria ter ouvido Fernando Medina dizer que o que estava a passar na América não mexe com o sistema financeiro europeu para acordar. Tudo o que diz já é desconfiar. Muito!

O gigante da gigantesca banca suíça apresentou as contas, e lá estavam os 7,5 mil milhões de francos suíços de prejuízo em 2022, metade do seu valor. Que já eram conhecidos há mais de um mês, sem que ninguém lhes ligasse muito. O que estava também no Relatório e Contas, e que foi decisivo, eram duas pequenas frases, impostas (não certamente por acaso) pelo regulador norte-americano, a Securities and Exchange Comission, a reconhecer problemas de controlo interno com relevância material no reporte financeiro relativo a 2021 e 2022, decorrentes de erros de análise e avaliação de risco. 

Em dois dias, o valor das acções do banco caiu para metade. Hoje, o dos bancos, em geral, caiu em média 7%, mais que com o início da guerra na Ucrânia. 

Claro que o Credit Suiss, com activos que correpondem ao dobro do PIB português, é dos tais "too big to fail". E a Suíça tem cofres como mais ninguém. Mas, como se sabe, não tem economia para o sistema financeiro que tem. Nem nada que se pareça! 

O terramoto está aí. E a apregoada a robustez do sistema financeiro europeu corre o risco de ser tornar, hoje, numa notícia francamente exagerada. 

De morrer a rir

            capa Correio da Manhãcapa Públicocapa Jornal de Notícias

 

Hoje é notícia as buscas no Montepio, e muitas das irregularidades apontadas a Tomás Correia que têm barbas. Créditos sem garantias, fraudes em aumentos de capital e ... José Guilherme, que deu prendas a Ricardo Salgado com dinheiro que foi buscar ao Montepio. E é notícia que o governo se prepara para injectar no Novo Banco os últimos 1.400 milhões de euros. Sabíamos que o Orçamento que ainda está por aprovar contava com metade disso, mas parece que a ideia do governo é acabar com isto, e entregar de vez tudo o que, à luz dos brilhantes negócios daquele Sr Sérgio Monteiro, de que já ninguém fala, ainda falta para que a Lone Star venda o Banco, ganhe muito dinheiro e morra a rir de nós todos. Como riu Berardo e anda certamente a rir José Guilherme há uma porrada de anos.

Porque isto é mesmo de morrer a rir...

Intrujices

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No dia a seguir ao Natal as notícias costumam ficar-se pelo rescaldo das festividades e pelos números – sempre dramáticos - da operação da brigada de trânsito da GNR. Desta vez poderiam passar ainda pela mensagem natalícia do primeiro-ministro, exclusivamente dedicada à Saúde, até porque as cheias já aconteceram há muito tempo, e são assunto arrumado pelo ministro do Ambiente, e entrar directamente na intrujice.

Mas como intrujice é coisa que por cá não falta, a notícia do dia foi outra. É revelada por um jornal diário e diz que um banco pagava 2 mil euros por mês à mulher do seu presidente, que não era funcionária nem prestava qualquer serviço ao banco.

O rumor correu muito tempo pelos corredores do banco, e acabou por chegar ao Banco de Portugal. O banqueiro, que primeiro se achava apenas vítima de perseguição e de calúnia anónima, viria a confirmar tal situação numa carta, justificando que esse era o preço a pagar à mulher pela estabilidade emocional que lhe garantia, indispensável ao seu bom desempenho. Que a mulher era o seu fator de equilíbrio, que era professora e abandonara a profissão para se dedicar em exclusivo à tarefa de velar pelo seu equilíbrio emocional, e que tinha colocado essa condição quando tinha aceitado a presidência do banco.

No que toca a remuneração de banqueiros já nada nos surpreende. Estamos habituados a tudo, de remunerações milionárias a pensões pornográficas. E normalmente perdoamos-lhe tudo, mesmo quando acabamos por perceber que afinal somos nós sempre a pagar isso tudo.

Só que a “estória” não acaba aqui. O homem terminou o seu mandato, bem-sucedido certamente, e foi no mês passado reeleito para um segundo. A circunstância motivou uma entrevista a uma estação de rádio e a um jornal durante a qual, questionado sobre a subvenção da mulher, negou tudo. Negou o que afirmara por escrito e até que o tivesse feito,  e garantiu mesmo que a mulher era professora e que nada tinha a ver com o banco. 

Apanhado, não deu mais respostas. E foi então fonte oficial do banco a vir a público garantir que o seu presidente se referira apenas à situação no seu atual mandato.

É isto. São estas as elites que temos… e é nesta intrujice que vamos vivendo. E parece que já nem se pode dizer que a falta de vergonha desta gente é uma vergonha. Mas é mesmo!

 

 

Livre concorrência por memória. Ou para memória?

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Apetece dizer: até que enfim!

Até que enfim, que alguém neste país ousou afrontar a banca. Habituados a ver o país pôr e a banca dispor, habituados a que nada falte aos bancos, sempre com todos os cuidados, não vão eles constiparem-se, é com surpresa que vemos a Autoridade da Concorrência puni-los (14 bancos, ao todo) sem dó nem piedade - mais de 225 milhões de euros de coimas - por cartelização do mercado no crédito à habitação, no crédito ao consumo e no crédito a empresas. Durante uma década, que já terminou há quase outra...

Pois! Já ninguém se lembra. Os decisores já são outros, as administrações já são outras, e até, na sua maioria, são já outros os bancos. Não serve de atenuante, mas serve de reclamante...

Qualquer dia, lá para daqui a uma década, é bem possível que a Autoridade da Concorrência comece a desconfiar das gasolineiras... 

Notícias (d)e tempo

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"Durão Barroso goza férias milionárias".

"Porshe comprou a SIVA por 1 euro".

São duas notícias. A primeira data de 2003. A segunda, de hoje mesmo. Há 16 anos a separá-las...

16 anos é muito tempo... Às vezes, nem isso. É apenas muito dinheiro!

Há 16 anos Durão Barroso e a família iam passar férias com um amigo, que se deslocava num Falcon, que tinha uma ilha no Brasil, e que na Argentina tinha uma fazenda com a àrea do Alentejo. Hoje, o negócio que lhe alimentava a fortuna, que se limitava a importar, e distribuir através de uma rede de concessionários, por todo o país, apetecíveis automóveis das marcas Volkswagen, Audi, e Skoda, foi entregue aos alemães da Porshe, também donos das fábricas que produzem os automóveis que o negócio importa. E que para o negócio importam. Por 1 euro, mas porque os bancos perdoaram, para já e para as primeira impressões, 116 milhões de euros. Mas perdoarão mais, se for necessário...Trocos, pouco mais que isso, se comparado à banhada de Berardo. Nove vezes mais dinheiro. Mas muito menos tempo!

Da ilha no Brasil, e da fazenda do tamanho do Alentejo, na Argentina, não há notícias... E o Falcon já deve ter encontrado destino há algum tempo...

Sabemos e não podemos ignorar

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Surpreendentemente, o Relatório da auditoria da Ernst & Young à gestão da CGD nos primeiros 15 anos deste século acabou nos jornais. Por obra e graça da Joana Amaral Dias, que começou por divulgá-lo no domingo à noite na televisão que lhe paga, antes de o entregar aos jornais.

Apesar de todas as enormidades reveladas, da dimensão pornográfica do buraco, e da chocante revelação que mais de mil milhões de euros foram derretidos em crédito concedido contra a opinião das comissões de avaliação de risco do crédito, nada disto é grande novidade. Já toda a gente sabia que tinha sido assim, e nem os nomes na lista dos maiores "caloteiros" são novidade. Toda a gente já tinha falado deles!

A única coisa nova é a própria divulgação pública deste Relatório. Se não tivesse sido divulgado tudo ficaria na mesma, como sempre ficou no passado. É que, com esta divulgação pública, sabemos, e  não podemos ignorar!

Sabemos, e não podemos ignorar, quem foi quem. Quem foi que roubou ao país milhares de milhões de euros em proveito próprio. Quem foi que se locupletou com prémios de gestão por resultados falsificados por crédito irrecuperável. Quem foi que durante mais de 10 anos deixou passar isto na auditoria às contas. Sabemos, e não podemos ignorar, que eles andam aí... E eles sabem, e não podem ignorar, que nós sabemos!

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