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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

A evolução natural da amnésia

Amnésia, o que é e como saber se você tem? Tipos, causas e tratamentos

Sabíamos que a amnésia é uma doença que ataca transversalmente toda as pessoas com queda para a criminalidade económica, também chamada de colarinho branco. Nunca ninguém se lembra de nada. Há amnésia para todos os gostos - há quem não se lembre das empresas que tem, nem das funções que nelas desempenha, de alguma vez ter constituído uma off-shore ...

Há até quem não faça ideia nenhuma das dívidas que tem:  "O segundo maior devedor, eu? Nem me diga uma coisa dessas!"; ou outro - "eu não tenho dívidas"!

Receio que a amnésia tenha já evoluído para estádios mais avançados e perigosos. Que de simples sintoma tenha avançado para a fase mais grave da doença.

Talvez nem tudo seja assim mau. A partir de agora já ninguém vai ter de dizer que não se lembra. A partir de agora já nem ao desconforto de dizer que não faz a mais pequena ideia do que se tenha passado ninguém dessa gente terá que se incomodar. Basta invocar Alzheimer!

 

 

 

A roleta continua a girar

Expresso | Imposto sobre jogos online aumenta para 25%

 

O Novo Banco, como se não bastasse já o que herdara agravou, só depois da venda à Lone Star, as imparidades em 40%, conforme noticia hoje o Expresso. Não surpreende, com a carteira de clientes desfeita depois do desastre do BES, e com a reputação pelas ruas da amargura, para conquistar quota de mercado, teve de correr mais riscos.

Quem acompanha estas coisas mais de perto percebia que isso estava a acontecer, que o Novo Banco ia entrando pelas portas por onde os outros estavam a sair. E que isso não iria dar bom resultado.

Como, depois de todas as comissões de inquérito e auditorias, o contrato com a Lone Star continua guardado no mais profundo dos segredos, é bem provável que, para além dos velhos calotes que têm desfilado em pessoa pela Assembleia da República patrocinados por Ricardo Salgado, estejamos também a pagar os novos calotes que porventura por lá irão desfilar daqui a uns anos. Poucos, provavelmente.

Confrangedor, deprimente e doloroso

Expresso | Nem uma hora de audição: comissão de inquérito desligou ligação  a Nuno Vasconcellos “em nome da dignidade”

Afinal a internet não falhou, e Nuno Vascocellos, talvez a principal criação de Ricardo Salgado, passou pela Comissão de Inquérito para arrebatar o oscar do confrangimento, a mais disputada das categorias nesta gala do "bescândalo". 

De tal modo confrangedor que a menos confrangedora das suas afirmações foi "eu não devo nada ao Novo Banco, quem deve é a Ongoing". O resto foi tudo daí para cima, a gozar com todos nós e com os deputados, protegido pela distância, pelas câmaras e pela impunidade. A deputada Mariana Mortágua, a primeira a lançar a interpelação, recusou-se a dar palco à palhaçada e o deputado Fernando Negrão, presidente da comissão, acabou com o "espectáculo".

É até doloroso lembrar que achamos que Luís Filipe Vieira e Botelho Moniz tinham sido insuperavelmente deprimentes... 

Negócio da fruta

Novo Banco. Carlos Costa compara venda à de um cabaz de fruta "parcialmente  apodrecida" - Renascença

Continua o desfile de caloteiros - a expressão é do Ricardo Araújo Pereira - na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Novo Banco, na Assembleia da República. Para esta semana está previsto o de Nuno Vasconcellos - o génio dessa mirabolante On Going - em modo virtual. Porque será via internet, e porque ninguém sabe se acontecerá. Até porque, sabe-se, a internet falha muitas vezes. 

Depois do outro, que só tinha um palheiro, este só tem uma mota de água. Origens...

Nem só de caloteiros se faz esse desfile. Por lá também continua a desfilar gente dita de boas contas, o que não quer dizer de bons exemplos. Gente idónea para ser governador do Banco de Portugal. O último, Carlos Costa, passou por lá ontem em registo de vendedor de fruta. Do pregão só se percebe a parte em que diz que não tem culpa nenhuma. De nada.

Tudo aconteceu assim porque o cesto tinha fruta podre, e nunca encontraria cliente suficientemente generoso para pagar a fruta toda ao preço da boa. Por isso teve que fazer descontos... Ficava-lhe bem dizer que foi ele quem deixou a fruta podre no cesto, misturada com a boa. E ainda melhor lembrar-se que nos apresentou o cesto como todo ele fruta boa e rijinha. E que isso é aldrabice!

E que, ou é ignorância ou é dolo, desconhecer que não é preciso muito tempo para que a fruta podre comece a apodrecer a boa. Mas ele espera que a gente lhe perdoe. Afinal o negócio dele não é fruta. É bancos.

E como não percebe que a fruta podre contamina a boa, também percebe que aí já não tem desculpa!

Tudo à mostra

 

Luís Filipe Vieira responde na comissão de inquérito ao Novo Banco: siga em  direto - Benfica - Jornal Record

A presença de Luís Filipe Vieira (LFV) na Comissão de Inquérito Parlamentar ao Novo Banco - tiro o chapéu às deputadas (não é por cliché, mas é porque sobressaem as suas intervenções) e aos deputados que a integram, que vêm fazendo um grande trabalho - não trouxe nada de novo para quem acompanha mais de perto estas coisas. Mas mostrou muita coisa a quem não as queria ver.

No plano em que ali estava, mostrou como é fácil ser capitalista sem capital em Portugal. Ou como Ricardo Salgado manipulava todas peças do tabuleiro, espalhando testas de ferro por todo o lado. Ou como a sua tese fez escola - "emprestem-me mais dinheiro que, com esse dinheiro, pago o que devia e fica tudo em dia". Mesmo deprimente, não foi tão degradante quanto o seu antecessor na comissão, o inenarrável Bernardo Moniz da Maia.

Não estando ali na sua condição de Presidente do Benfica é no entanto nesse plano que, nada sendo novo, mais coisas ficaram à vista de quem as não queria ver. Mostrou que lhe falta tudo para ter dimensão para ser presidente do Sport Lisboa e Benfica. Se nem com dias a fio a preparar-se para esta intervenção, a ponto de lhe servir de desculpa para nem sequer estar presente na Luz no jogo com o Porto, consegue evitar a figura deprimente a que se prestou, ficam claras as suas (in)capacidades. Por isso nunca aceita debates com ninguém. Mostrou como utilizou o clube para ir empurrando a sua dívida com a barriga. Mostrou como fez do Benfica o bunker da sua sobrevivência pessoal e financeira. E mostrou como montou a OPA para pagar ao amigo que o salvou da insolvência, que lhe garantiria a reeleição. 

Nada que muitos não tivessem já denunciado. Nada que muitos não soubessem, mas muito que muitos quiseram continuar a ignorar. Mas que, agora, ninguém pode mais fingir desconhecer, nem evitar que seja simplesmente insuportável permitir-lhe que se mantenha à frente dos destinos do Sport Lisboa e Benfica. Verdadeiramente inacreditável, a acontecer! 

Língua - portuguesa e de palmo

Dia da Língua Portuguesa comemorado em mais de 40 países - BOM DIA

Assinala-se hoje o dia mundial da Língua Portuguesa, falada por mais de 250 milhões de pessoas, e escrita por menos uns quantos. A pátria de Pessoa, e a nossa. O nosso maior património, e tão mal tratado, como tanto outro.

É precisamente nesta nossa língua, mal tratada pelo acordo ortográfico, que está escrito o relatório da aguardada auditoria do Tribunal de Contas ao Novo Banco, acabado de apresentar. Que, dizem os jornais, chega a conclusões devastadoras, mesmo que não dê resposta a nada do que verdadeiramente está por responder, só porque se limita à conclusão a que todos já tínhamos há muito chegado - que são devastadores os custos suportados pelos 10 milhões de falantes de português que são os contribuintes deste país.

Os mesmos a quem Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, na resolução do BES e, anos mais tarde, Costa e Centeno, na venda do Novo Banco à Lone Star, garantiram nesta nossa mesma língua que nunca teriam coisa nenhuma a pagar. 

Pagamos, com língua de palmo. Mas já sabíamos, mesmo sem ninguém nos dizer...

 

Orçamento aprovado. Mas...

O que muda na saúde com o novo Orçamento do Estado 2021 | HealthNews

 

O Orçamento ficará hoje aprovado, como seria de esperar. Com o anúncio da previsível abstenção do PCP, depois da feira da discussão na especialidade,  a aprovação do Orçamento não está em causa. 

Não significa no entanto que um cenário de crise política esteja ultrapassado. A forma como este Orçamento foi construído não é politicamente sustentável. Mas, para além disso, e a complicar ainda mais as coisas, surgiu um problema de última hora que não entrava nas contas do governo.

Já noite dentro, com o PSD surpreendentemente a votar a favor, o Parlamento aprovou a proposta do Bloco de Esquerda que trava a entrega de mais dinheiro ao Novo Banco.

Acabar com as entregas de dinheiro ao Novo Banco, sem antes se saber exactamente o que por lá tem andado a acontecer em matéria de alienação de activos era, como se sabe, um velho e conhecido anseio do Bloco. Que, ora dando uma no cravo, outra na ferradura, ou seja, com algum sofisma, era mais ou menos acompanhado por toda a gente. Daí que o governo tenha dado uma voltinha ao assunto e transferido formalmente as entregas para o Fundo de Resolução.  Que, como se sabe, não tem dinheiro e precisa que o Estado lho "empreste". 

O Bloco percebeu a finta, e percebeu que nem assim as entregas ao Novo Banco deixam de entrar nas contas do défice. E por isso avançou com a proposta de o impedir expressamente, e sem espaço para sofismas.

O que o governo não contava é que, nesta matéria, o PSD lhe virasse as costas. Só que para o PSD este é este já tempo de guerra. E em tempo de guerra não se limpam armas!

Em Maio há mais. É que, com este impedimento, quando chegarmos a Maio e o dinheiro tiver que seguir para o Novo Banco, terá de haver um orçamento rectificativo. E aí, quatro meses depois das presidenciais, e com o novo (velho) presidente empossado há um mês ou dois, a música é outra! 

 

As coisas são assim mesmo

Escolhas | Blum Vivant

 

Quando o Novo Banco, o Banco de Portugal e tutti quanti impediam a divulgação do Relatório da Auditoria da Deloitte - nem aos deputados seria disponibilizado -, toda a gente gritou que não podia ser, que os portugueses não podem servir apenas para pagar, têm pelo menos o direito de saber o que pagam. 

Quando digo toda a gente, é mesmo toda a gente. Líder do governo e líderes da oposição. Não era de forma alguma admissível que as circunstâncias que concorreram para o maior escândalo financeiro da História, que tanto tem custado, e irá continuar a custar ao país, não possam ser publicamente conhecidas. Dava-se de barato que os nomes dos devedores estivessem ocultados, tratando-os de forma desigual, já que há uns que toda a gente sabe quem são, e outros que nunca ninguém ficará a conhecer. Mas enfim, nunca se pode ter tudo.

Entretanto, e em consequência deste protesto generalizado, o Relatório chegou aos deputados que, na sua posse, passaram a ser eles a decidir sobre a sua divulgação pública. A decidir o que todos, incluindo eles próprios e os seus líderes, tinham antes reclamado.

E decidiram que ... não. Que afinal o que se sabe que aconteceu no BES e no Novo Banco não é para se saber. Assim decidiram os deputados do  PS e do PSD, com a abstenção conivente do CDS e da Iniciativa Liberal (o deputado do chaga nem  para votar as suas próprias propostas aparece), como se antes, para a fotografia, não tivessem estado do outro lado.

As coisas são assim mesmo. Ou ... o que tem de ser tem sempre muita força ...

Um problema de carteiras

António Ramalho no Parlamento. Acompanhe em direto a audição do presidente  do Novo Banco – O Jornal Económico

 

António Ramalho voltou a referir, agora na Assembleia da República, que nada de anormal há quer nas vendas do imobiliário - uma carteira "má, velha e ilegal", referiu - do Novo Banco, quer nas carteiras de crédito constituídas. E que o Fundo de Resolução assinou sempre por baixo.

Mais que isso faz já o novo governador do Banco de Portugal. Mário Centeno já veio dizer que o Novo Banco só fez boas vendas. E que pode António Ramalho - que prometeu no Parlamento demitir-se no caso de se vir a saber que a Lone Star, ou alguém relacionado, tinha sido o destino último dessas vendas - estar descansado porque nada o impedia de fazer negócios com o seu patrão.

E pronto, é assim que as coisas funcionam, com ninguém a querer perceber os problemas que essas carteiras trazem às dos portugueses. E depois admiram-se que se fale deles. De muita gente achar que eles só se preocupam com a carteira deles. Toda feita de lata. De uma grande lata! E dar ouvidos aos tipos que por aí aparecem a chamar-lhes carteiristas...

O que tem de ser tem muita força

Expresso | Se Centeno for para Banco de Portugal, Carlos Costa poderá ter  de ficar mais tempo

Quando há dois ou três dias se ficou a saber que o Relatório da auditoria da Deloitte ao BES/Novo Banco, tinha sido finalmente entregue, disse aqui que não era ainda público nem se sabia se o viria a ser

Hoje já se sabe que, por vontade do Banco de Portugal, nunca virá a chegar ao conhecimento público. Nem ao do governo, nem ao dos deputados. Se não for obrigado por ordem judicial, o Banco de Portugal nunca permitirá a sua divulgação para fora do restrito meio dos reguladores e do Fundo de Resolução que, pelo que se vai percebendo das entrevistas do presidente do Novo Banco, é visita da mesma casa.

Já vi escrito que este era apenas o primeiro episódio do capítulo das incompatibilidades apontadas à nomeação de Mário Centeno. Expressei aqui várias vezes, em diversas circunstâncias, que a transferência de Centeno do Ministério das Finanças para o Banco de Portugal não era sequer aceitável, pelo que estou bastante à vontade para contrariar este tese.

Não. Não é por Mário Centeno vir do Ministério das Finanças que o Banco de Portugal não autoriza a divulgação do Relatório. É apenas porque, como o seu antecessor, é governador do Banco de Portugal. E no Banco de Portugal é assim. Não é de agora. O Banco de Portugal sempre recusou a divulgação de todas as anteriores auditorias desde 2014.

A justificação é a mesma de sempre: "sujeito a dever de segredo". A carta de recusa do pedido do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, assinada pelo secretário geral do Banco de Portugal, conclui muito simplesmente que "não se encontrando verificada nenhuma das circunstâncias legalmente previstas que determinam o afastamento do referido dever legal de segredo, o Banco de Portugal encontra‐ se impedido de proceder ao envio".

É sua majestade o segredo bancário. O mesmo que impede a divulgação da lista de devedores. O mesmo que há-de sempre, nalgum ponto, impedir que se siga o rasto do dinheiro. É o que tem que ser... E - como se diz - o que tem que ser tem muita força.

Mário Centeno não faz, nem nunca faria, diferente. Poderá acertar mais nas decisões que tiver de tomar que o seu antecessor. Mas, mesmo que isso já faça muita diferença, é só isso!

 

 

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