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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Jeito e sorte

Por Eduardo Louro

 

A partir do momento, há muitos anos atrás, em  que os Gato Fedorento deixaram Paulo Bento em paz, a sua falta de jeito para a conversa passou a passar despercebida. Até nisso se vê a grandeza de Jorge Jesus: não lhe bastou fazer de Vítor Pereira um treinador campeão, até fez de Paulo Bento um bom comunicador…

Mas a verdade é que o agora seleccionador nacional não só não tem jeito nenhum para a comunicação como ainda tem azar. Quando resolveu achar todo todo o mundo ingrato, acusando toda a gente de desvalorizar a brilhante vitória sobre a Irlanda do Norte, é justamente quando esta fortíssima selecção britãnica perde com o Luxemburgo!

Pode não ter jeito, mas também não tem muita sorte... Ao contrário do Bruno Alves, a quem sobra jeito sem que lhe falte a sorte: o jeito para a impunidade e a sorte para partir os adversários!

 

FUTEBOLÊS#137 JOGAR DE CADEIRINHA

Por Eduardo Louro

 

Ao contrário de muitas outras modalidades não se pratica futebol em cadeira. Pratica-se futebol em cadeira de rodas, mas não está, nem de perto nem de longe, tão divulgado como no basket ou no atletismo. Pode mesmo dizer-se que futebol em cadeira só na playstation, como dizia Jorge Jesus noutros tempos, a propósito de outros jogos e de outros locais…

Jogar de cadeirinha tem, no entanto, mesmo a ver com essa imagem de conforto e de tranquilidade que vem da cadeira. Ou da cadeirinha!

Imaginemos então alguém comodamente sentado numa(s) cadeira(s), instalada(s) algures no campo de jogo, no rectângulo, donde se levanta tranquilamente para, de tempos a tempos, intervir no jogo. Agora, que já imaginamos a cena, vamos definir o local de instalação das cadeiras.

À frente? Na zona de ataque, no último terço?

Não! Não pode ser, arriscava-se a estar permanentemente em fora de jogo…

No meio do campo? Na zona central do terreno?

Não! Facilmente se percebe que naquela zona onde tudo se disputa, onde – dizem – se ganham os jogos, onde a densidade populacional é superior à de Macau e a vida corre numa agitação que nem uma entrada de metro à hora de ponta, dificilmente se consegue espaço para colocar uma cadeira. E imaginar alguém lá sentado sem cair logo da cadeira só em ficção!

Só sobra a defesa, pois claro!

Aí está. Só os defesas, os centrais – porque os laterais têm uma vida que é um inferno, num sob e desce constante, sem tempo para se coçar quanto mais para se sentar - podem jogar de cadeirinha!

Mas não são eles que decidem jogar de cadeirinha. Se fossem, claro, não queriam outra vida. Não havia defesa central que não jogasse de cadeirinha. Dependem de terceiros para jogar de cadeirinha: de colegas ou de adversários. Mais de adversários, e muitas vezes mesmo do treinador adversário.

Vamos por partes: uma defesa pode jogar de cadeirinha porque à sua frente, os seus colegas de meio campo – os centro campistas – fazem todo o trabalho, varrem o campo todo e não permitem que adversário nenhum se aproxime sequer da zona de conforto (já que a expressão está na moda) onde os seus colegas tranquilamente gozam dos rendimentos (do seu trabalho). Mas também pode jogar de cadeirinha porque o adversário se perde em equívocos tácticos, não incumbindo ninguém de perturbar aquela tranquilidade. Ou porque, nas mesmas circunstâncias - equívocos tácticos – decide chegar à baliza adversária pela via mais rápida – pontapé para a frente – mas nem por isso a mais eficaz. Do conforto da sua cadeirinha, de frente para a bola, limitam-se a acompanhá-la levantando-se apenas para a recolher ou despachar para o outro lado. Ou ainda porque, preocupando-se apenas em defender, não há sequer maneira de a bola sair do seu próprio meio campo!

Não joga de cadeirinha quem quer, mesmo que o adversário lhe permitas essas condições. É preciso saber. É preciso ter classe…

Há tipos que são demasiado frenéticos para jogar de cadeirinha. Mesmo que queiram não são capazes… Alguém imagina o Bruno Alves a jogar de cadeirinha? Com a fruta que distribui nuca teria tempo para estar sentado…

FUTEBOLÊS#113 CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO

Por Eduardo Louro

 

Toda a gente sabe que toda agente corre atrás do lucro. Não há volta a dar, nem sequer obstáculos ideológicos a colocar em dúvida este axioma. Ninguém corre atrás do prejuízo, esse está garantido ao menor descuido, não é preciso nenhum esforço para o atingir.

Mas tinha de ser. Lá tinha que vir o futebolês dar a volta a isto… Fazer das suas!

Em futebolês corre-se atrás do prejuízo. Ninguém gosta, é certo. Mas corre-se, ou é-se muitas vezes obrigado a isso, mesmo que em muitas delas simplesmente se faça de conta que se corre.

Ainda nesta semana europeia aconteceu a todos os nossos quatro representantes nas competições da UEFA. Todos correram atrás do prejuízo e quase todos continuam obrigados a isso na próxima ronda. Quase todos, porque o Sporting não está obrigado a isso. Já lhe basta os outros que por lá tem acumulados, à espera do tal investidor estrangeiro…

Começou por ser o Braga. Bem correu mas nada alcançou. E lá se ficou com um prejuízo turco bem difícil – se não impossível – de anular. Depois foi a vez do Benfica, que começou por ver os russos a correr – e como correram - atrás do prejuízo, teve depois de fazer o mesmo e, quando o agarrou, deixou-o escapar mesmo no final. Para agora ter de voltar a fazê-lo, com a diferença de o poder fazer num relvado a sério e dos bons, se bem que sem alguns dos seus melhores estafetas, cirurgicamente afastados. Um pelo árbitro, que entendeu que o Aimar deveria ser punido - por algo que ninguém descortinou - da mesma forma que Bruno Alves, por ter brutalmente arrumado com o outro, Rodrigo.

O Porto - agora reforçado com Paulinho Santos, e com as bancadas, reforçadas com o mesmo Bruno Alves, acusadas de manifestações racistas que a UEFA está a investigar - que também viu como o City soube correr atrás do prejuízo, acabou apeado. Percebeu-se que não ficaram muito preocupados e não se vê que partam para Manchester com grande vontade de fazer agora a sua parte de correr atrás do prejuízo: sentem que de pouco lhes valerá, e sempre ficam mais libertos para, na liga nacional, correr atrás do Benfica.

Também o Sporting, agora de Sá Pinto, na Polónia e por duas vezes correu com êxito atrás do prejuízo, coisa a que, se bem que sem tanto sucesso, está muito habituado.

Da mesma forma que parece que o Porto não irá a Manchester com grande vontade de correr atrás do prejuízo, também o Sporting desistiu de correr atrás dos seus. Cada vez maiores, agora que se lhes junta a indemnização a Domingos, ao que se diz despedido por Luís Duque, e não pela Juve Leo, como todos julgávamos saber. Para quem não sabia o que Luís Duque andava a fazer no Sporting ficam agora duas hipóteses: ou andou a fazer a cama ao Domingos ou a cobrir as costas do Godinho Lopes!

Pelo menos assim parece – que desistiu de correr atrás dos prejuízos – quando aposta num único cavalo: um investidor estrangeiro, que há-de aparecer à boleia no cavalo de D. Sebastião. É que o tal terceiro lugar – que daria eventual acesso à milionária montra da Champions – já só se vê por um canudo.

Mas também não se percebe de que lhes serviria a montra. Mesmo que algum jogador por lá brilhasse, não seria por aí que resolveriam o que quer que fosse: parece que já não detêm mais de 5% do valor financeiro do passe de cada jogador!

 

 

 

COISAS INTRAGÁVEIS V

Por Eduardo Louro

  

O Benfica perdeu em S. Petersburgo, com o Zénite, por 3 a 2, num jogo disputado num campo impróprio para o que quer que seja, quanto mais para um jogo da milionária Liga dos Campeões, a uma temperatura de ultra-congelação.

Não gostei do jogo que, naquelas condições, dificilmente poderia ser outra coisa. Não gostei nada da derrota, sem jeito, disparatada e perfeitamente evitável. Não gostei mesmo nada, achei deplorável, vergonhosa e indigna de um profissional, aquela entrada criminosa do Bruno Alves sobre o Rodrigo, afastando-o do jogo e sabe-se lá de mais quê.

Há jogadores que não têm emenda, e o Bruno Alves é um deles. Seja onde for, num batatal gelado na Rússia ou no mais fino tapete verde, com os pés ou com os cotovelos, com os joelhos ou com a cabeça, ele, como o escorpião da estória, não resiste ao que lhe está na massa do sangue. Sempre com a cumplicidade dos árbitros, onde quer que seja…

 

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