Trapalhadas
Começaram as trapalhadas. Já não há dúvida nenhuma que o dossier Diogo Lacerda Machado é uma grande trapalhada.
É amigo, o maior amigo, do primeiro-ministro, e essa é, na óptica de António Costa, a mais insuspeita das suas qualificações. Afasta-o de qualquer limitação. Estranho!
Não integra o governo, nem é assessor. Nem foi recrutado para o gabinete do primeiro ministro. Estranho!
Já negociou em nome do governo em pelo menos três temas importantes: na reversão do negócio de privatização da TAP, nas negociações com os chamados lesados do ex-BES, e na intermediação para resolver a questão accionista no BPI. Mas sem qualquer competência formal para isso, sem poderes para o(s) acto(s), na gíria do notariado. Estranho!
Parece que também já estivera na negociação da ruinosa operação de manutenção que a TAP adquiriu no Brasil. Menos estranho...
E depois de toda a polémica, António Costa diz que, e apenas para que o seu trabalho não seja desvalorizado, é contratado por dois mil euros mensais... Até ao final do ano.
Se não é estranho, é trapalhada a mais. E que bem dispensavamos agora coisas estranhas... Melhor, muito melhor ainda, dispensavamos tanta trapalhada.