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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Para que não mudem só as moscas...

Por Eduardo Louro

 

Nem só de lavar roupa suja vive a disputa interna do PS. Nem só de insultos e golpes baixos. Nem só de basófia e oportunismo…

No meio disto tudo era preciso que alguém dissesse o que disseram alguns militantes socialistas. Da forma que o fizeram, ou doutra qualquer, mas sem permitir que fique debaixo do tapete aquilo que lá não pode ficar. Sem lavar o que não pode ser lavado. Com os esqueletos todos fora do armário...

E para que não mudem só as moscas, é tão mais importante o que for dito quanto menos importantes forem os que o dizem...

Debate (televisivo) no PS

Por Eduardo Louro

 

António Costa não alinha nisso dos debates televisivos, o que até já levou gente de Seguro a avançar com uma petição pública...

Percebe-se tão bem que o António Costa não queira dar para esse peditório, como se percebe os que o fazem. E ao perceber isso, percebe-se quem é quem…

O que não se percebe é por que raio aceita que figurinhas secundárias – e terciárias e quaternárias… – se prestem ao que ele próprio recusa… E que não perceba que o resultado é o mesmo, como se vai vendo pelos tristes espectáculos que vão deixando por essas televisões fora!

Habituem-se...

Por Eduardo Louro

 

 

Habituem-se porque isto mudou!

Com este sound byte roubado a António Vitorino – da sua lavra o melhor fica-se pela pressa – Seguro pretendeu engrossar a voz, dar o murro na mesa e arregaçar as mangas. Mostrar que saíra de vez de trás dos arbustos

Mas não conseguiu mais que mostrar de vez a massa de que é feito – uma massa mole, líquida, peganhosa e desprezível. Um molusco em vez de gente!

Sabíamos que, com esta geração que actualmente lidera os partidos da governação, a política tinha chegado ao grau zero. A combinação perfeita entre a mediocridade e a pulhice só podia dar no que deu!

Tínhamos de António José Seguro a ideia que seria eventualmente mais medíocre ainda que Pedro Passos Coelho mas, com aquele ar de sacristia, de quem não parte um prato, julgávamo-lo menos pulha. Puro engano, revelou-se a pulhice em pessoa!

Perante porventura o maior desafio jamais colocado ao partido que lidera, e perante o primeiro teste à sua maturidade e à sua dignidade pessoal e política, pegou na bola e levou-a para casa, deixando o jogo suspenso. E o partido – e também o país – na indefinição, no pântano… E a caminho de um buraco fundo donde dificilmente voltará a sair!

A dimensão de um imperativo

Por Eduardo Louro

 

Quando, em cima da hora, aqui dei a notícia da decisão de António Costa chamei a atenção para a importância de se tratar de um imperativo de responsabilidade e não do simples aproveitamento da melhor, e talvez última, oportunidade de chegar ao poder.

Provavelmente nunca se saberá da verdadeira motivação de António Costa.

Admito que muitos julguem que isso não é importante, que ao presidente da Câmara de Lisboa se abriu o melhor de dois mundos, e que apenas teve de se limitar a juntar o útil ao agradável. Mas não me parece que seja bem assim, não me parece que perceber a situação política em que o país mergulhou, e agir em conformidade em função do interesse do país seja a mesma coisa que simplesmente somá-la às restantes condições que fazem deste momento político uma oportunidade única e irrecusável.

Pode admitir-se que o imperativo de António Costa tenha surgido da súbita perturbação que Guterres tenha introduzido na tranquilidade com que, sentado na cadeira da Câmara da capital, esperava pelas presidenciais. Mas ao fazê-lo não resta outra alternativa que não seja perceber que tudo fica na mesma, que não é aberta nenhuma janela de oportunidade para sanear um regime que, como tenho vindo a dizer, se encontra esgotado e bloqueado.

O crescente divórcio dos portugueses com o sistema partidário instalado traduz-se numa abstenção que já ultrapassou todos os limites, na pulverização do voto de protesto dos que ainda não desistiram e, com isso, no esgotamento do espaço eleitoral capaz de gerar soluções governativas. Chegamos ao momento em que resta apenas o bloco central como espaço de solução de governo. O PSD e o CDS, como quer a governação destes três anos quer estes resultados eleitorais demonstram, já não preenchem esse espaço. O PS, como se outras evidências não houvesse também estes resultados eleitorais demonstram, não tem igualmente condições para isso. Não há mais condições para manter a roda do regime: derrota, mudança de líder – cada vez mais fraco, mais jota e mais plástico – vitória, derrota…

O bloco central em que o regime acabou por desembocar, e que o Presidente da República - curiosamente o coveiro da única experiência que o país conheceu - deseja, não é solução. Quer dizer, é. Mas é justamente a solução final. Tapa a última válvula de escape do regime, e a partir daí é a explosão!

Por isso seria muito importante – decisivo mesmo – que o imperativo de António Costa seja de verdadeira responsabilidade e não de mera oportunidade. Que resulte, se não exactamente desta avaliação, de qualquer coisa não muito distante. Sem que seja o Messias, o salvador do regime e muito menos da Pátria, António Costa poderá ter condições para, enquanto abre novas pontes para o regime, ou simplesmente frestas por onde entre algum ar respirável, se não refundar o partido, pelo menos quebrar as velhas lógicas.

Sendo certo que, sendo bem sucedido no PS, o PSD não poderá – nem quererá – ficar para trás!

Não deixa de ser curioso reparar que quando se ouve falar de António Costa no PS se ouve, de imediato, falar de Rui Rio para o PSD. Não quer dizer que seja, também ele, o Messias do PSD e a outra chave do desbloqueamento do regime. Nada disso, mas enquanto um duelo Costa/Rio pode sugerir o adjectivo estimulante o equivalente para Seguro/Passos não passa de penoso!

Tão dificilmente este passo de António Costa será tudo como será nada. Se nem nesta altura Seguro estiver à altura das responsabilidades e insistir em esconder-se, desta vez atrás das suas tropas, é que nunca conheceremos a dimensão deste imperativo.

O caso típico da falta de jeito

Por Eduardo Louro

 

António José Seguro lembra um daqueles miúdos a quem a natureza negou de qualquer jeito para a bola mas que meteu na cabeça que havia de ser jogador de futebol. Não fez mais nada desde pequenino, sempre com a bola debaixo do braço. Quando chega a um jogo a sério não sabe parar uma bola, não sabe fazer um passe, não há um drible que engane ninguém, e quando vai para rematar só encontra atmosfera… Não percebe que tem de ser substituído e grita que é o dono da bola…  

Divisão na(s) família(s)

Por Eduardo Louro

 

Que o aparelho socialista iria reagir ao avanço de Costa, já todos sabíamos. Que Seguro não estivesse disposto a entregar o piano depois de o ter carregado até aqui, também se poderia dar por certo. Que isto fosse dividir a família socialista, era inevitável. O que talvez não se esperasse é que tivesse dividido também a própria família Soares!

Curioso é que o miúdo fale de egos ...

António Costa, pois claro...

Por Eduardo Louro

 

António Costa chegou-se à frente. Deu o passo que faltava, não podia ser de outra forma... 

Mas o país precisa que tenha sido um imperativo de responsabilidade e não o simples aproveitar da melhor oportunidade. Que António José Seguro potenciou com o patético discurso e os absurdos festejos de domingo à noite, a fazer lembrar aquele ministro dos negócios estrangeiros de Sadam!

SEGURO E NÃO FORMOSO

Por Eduardo Louro

 

Na corrida à liderança do PS - que acaba de entrar na recta final - António José Seguro segue tranquilamente à frente, rumo à vitória. Francisco Assis lá vai fazendo pela vida, mas já nem ele próprio acredita que lá chegue. Vai-se esforçando em lançar uma outra ou ideia, às vezes mesmo uma pedradazita no charco, enquanto, Seguro mas não formoso, o seu adversário se limita a olhar para os botões da máquina, vendo se está tudo no sítio e distribuindo afectos a eito.

É a força da máquina, dizem. Nestas coisas quem não domina a máquina perde, sem apelo nem agravo. É assim no PS, mas é assim em todos os partidos. E com a moda das directas é ainda mais assim!

Nada a opor. Nem nada a fazer: são as regras do jogo!

O problema vem a seguir. Olho para as redes sociais – não há volta a dar, não é preciso espreitar pelo buraco da fechadura, as portas estão todas escancaradas – e reconheço as caras que estão à volta de Seguro: todas as que estiveram na linha da frente na defesa de Sócrates, todas as que vibraram com o líder no congresso de há três meses, todas as que deixaram aquela imagem de seita que de lá saiu. Onde, se bem se lembram e repescando a expressão então utilizada e que aqui trouxe já em diversas ocasiões, Seguro nunca saiu de trás dos arbustos. E onde Assis não se escondeu: sempre ali na tribuna, disponível para todos os encómios ao chefe endeusado…

Olho para trás, mais para trás – dois, três…seis anos - e continuo a ver Seguro sempre lá! No mesmo sítio, atrás dos arbustos, sem ninguém dar por ele! E Assis sempre bem a vista, sempre na primeira linha, a defender o chefe até à derrota final. Na Assembleia da República, um líder parlamentar com a missão impossível de defender o indefensável porque, na verdade, o Sócrates que toda aquela gente cegamente idolatrava, já não tinha defesa. No entanto Assis nunca o abandonou, nem por um só momento!

Se Assis não pode – por muito que até quisesse - largar a pele socratista, Seguro pode ser acusado de tudo – e especialmente de ter hibernado à espera que a oportunidade lhe caísse do céu – excepto de admirador e seguidor de Sócrates. Mandaria a lógica que as expectativas apontassem para que toda aquela gente que até há um mês atrás seguia Sócrates em perfeito delírio, estivesse agora ao lado de quem mais próximo dele sempre esteve. Mas não! Nada disso, justamente o contrário!

E isto diz tudo sobre os partidos que temos e a quem entregamos a chave da democracia.

 

A SUCESSÃO DE SÓCRATES

 

Por Eduardo Louro

 

António Costa disse que não. E a gente percebe. O que não percebemos é o argumento que apresentou: ser secretário-geral do PS é incompatível com a responsabilidade de  ser presidente da câmara de Lisboa…

Esta é que não lembraria ao diabo! Para António Costa e para o PS governar uma câmara é mais exigente que governar o país: a Câmara de Lisboa exige dedicação exclusiva, e como o PS também, nada feito. Já o governo do país não! Não coloca as mesmas exigências e é perfeitamente conciliável com o governo do partido, como de resto está mais que provado ao longo de toda a história da democracia portuguesa: todos os primeiros-ministros acumularam com a liderança partidária.

O próprio Pedro Passos Coelho apenas vai confirmar essa regra: nem mesmo as circunstâncias de extraordinária exigência governativa, que o partido de António Costa e o governo do seu amigo Sócrates lhe deixaram em herança, se podem comparar com a da governação da câmara de Lisboa.

O que vale ao PS é a sua fraca representação autárquica. Tivesse mais presidentes de câmara e não encontraria sucessor para Sócrates!

Valeu que Francisco Assis não ganhou a câmara do Porto e que o António José Seguro andava tão escondido atrás dos arbustos que ninguém se lembrou dele para a câmara das Caldas da Rainha (em Braga reina o Mesquita Machado).

E aí estão eles, prontos para a travessia do deserto. E se Assis utilizou métodos convencionais para anunciar a candidatura, já Seguro (e não formoso) utilizou mecanismos modernos: começou num elevador (para marcar atabalhoadamente terreno) e acabou à pressa no facebook para, pelo menos desta vez, se antecipar ao adversário.

 

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