JOGOS OLÍMPICOS LONDRES 2012 (IV)
Por Eduardo Louro
Michael Phelps tornou-se hoje no atleta mais medalhado de sempre em Jogos Olímpicos. Estava a uma medalha de Larissa Latynina, a ginasta soviética que na década de sessenta do século passado conquistara 17 medalhas olímpicas e hoje, com a medalha de prata nos 200 metros mariposa – numa prova fantástica, que dominou desde o início, mas em que foi batido por cinco centésimos de segundo pelo sul-africano Chad le Clos, na última braçada – e com a de ouro da equipa americana na estafeta de 4x200 metros livres, que ele fechou, estabeleceu um novo recorde e entrou definitivamente para o lugar mais alto do Olimpo das olimpíadas.
Já era o maior nadador de todos os tempos, agora é também o atleta com mais títulos olímpicos de todos os tempos. Curiosamente nuns Jogos em que a sua estrela parece começar a empalidecer, com resultados bem longe das oito medalhas de Atenas (2004) e Pequim (2008). Ou nos jogos em que simplesmente confirma a sua natureza humana!
Começou mal, ficando fora das medalhas logo no primeiro dia, quarto classificado nos 400 metros estilos, prova surpreendentemente ganha pelo seu colega e compatriota Lochte. Que viria depois a estar menos bem na estafeta dos 4x400 metros livres, onde deitou a perder o excelente desempenho de Phelps, deixando escapar o ouro para a equipa francesa. Seria assim de prata a sua primeira medalha nestes Jogos, e a décima sétima com que igualava o extraordinário feito de Larissa Latynina!
Fora destas coisas das medalhas anda a delegação portuguesa. E tudo indica que assim ficará. Em compensação temos uma representante que parece ter decidido não competir, como já tinha decidido marcar a diferença para a comunidade olímpica nacional, instalando-se num hotel em vez da aldeia olímpica. A velejadora Carolina Borges, uma luso-brasileira que reside nos Estados Unidos, limitou-se a enviar um mail, na véspera de entrada em prova, a comunicar a ausência. Em 2004, em Atenas, representara o Brasil!
Talvez não fosse má ideia dedicar mais algum cuidado à selecção dos atletas que vão representar o país. Pode não se exigir medalhas, mas tem que se exigir decência e respeito!