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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Um país de gente séria...

Por Eduardo Louro

Isto é que é um país de gente séria. Até dá gosto!

Uma consultora - de que, certamente por limitação minha, nunca ouvira falar - faz um estudo, encomendado pelos concessionários das auto-estradas, que conclui esta coisa fantástica: viajar por auto-estrada é mais barato (5%, para não dar muito nas vistas) que o mesmo percurso por estradas sem portagens!

O país está asfixiado por estas coisas e por gente desta. Qualquer interesse ameaçado encomenda um estudo a qualquer consultora que, sempre idónea e acima de qualquer suspeita, o desenvolve com total isenção e rigor técnico para, invariavelmente, chegar às mais profissionais conclusões que melhor defendem os mais sagrados interesses de quem fez a encomenda.  E, depois, lá estão os media - todos igualmente gente séria - para nos fazer chegar tão insuspeitos resultados!

Para cuidar de nós, para olhar pelos nossos interesses, mesmo que deles, com grande surpresa, nunca tivessemos dado conta. Como, de resto, bem explica o presidente da associação dos concessionários: "Nos últimos anos, temos assistido a uma regressão da procura das auto-estradas em Portugal e essa regressão resulta da recessão económica, mas também de desconhecimento e de má informação sobre as auto-estradas. E foi isso que nos levou a encomendar este estudo".

Nem mais: porque, por mera ignorância e nada mais que isso, deixamos de usar as auto-estradas sem perceber quanto nos estávamos a prejudicar; eles, sempre preocupados comnosco, mandaram fazer um estudo para nos esclarecer. Para acabar  com a nossa ignorância e, esclarecidos, regressarmos em força às auto-estradas do nosso orgulho. Hoje museus, que nem para guardar memórias servem. Porque, para  levar até aos nossos filhos e netos as memórias dos velhos tempos de glória de um país que se julgou rico, bem chegam as dívidas que elas cá lhes deixam para pagar. 

COMBATE À DESERTIFICAÇÃO

Por Eduardo Louro

                                                                      

As auto-estradas e as antigas SCUTS estão às moscas: desertas! Somos o país com mais quilómetros de auto-estrada per capita. Foram gastos os milhares de milhões que estamos a pagar nas PPP. Mais os que ainda temos de pagar aos nossos amigos das parcerias por não as estarmos a utilizar, numa das nossas singularidades: pagamos por utilizar e pagamos por não utilizar!

Pagamos tudo isso e não as podemos utilizar porque, depois de pagar isso tudo, não nos sobra dinheiro para pagar as portagens. Regressamos às velhinhas estradas nacionais...

Mas há sempre forma de combater esta desertificação: é dar a alternativa ao automobilista de pagar uma multa. Brilhante. Antes de partir para férias verifique a pressão dos pneus e em geral o estado de conservação do seu carro, e faça a sua opção livre: decida se quer pagar portagem ou multa!

 

FILHOS E ENTEADOS

Por Eduardo Louro

 

O governo, porque a austeridade oblige, acabou com a velha isenção de portagens na Ponte 25 de Abril durante o mês de Agosto. O pessoal não gostou mas pagou! À Lusoponte, essa empresa com quem o Estado gosta muito de negociar, presidida por Ferreira do Amaral, o antigo ministro que negociou a concessão antes de para lá se transferir.

E depois de lá termos deixado o dinheirinho da portagem, o governo voltou a pagar. Como se os utilizadores lá tivessem passado à borla!

O governo, porque o dinheiro faz muita falta e a vida custa a todos, tomou a decisão de acabar com essa borla. Mas logo se esqueceu e pagou à Lusoponte, como se não tivesse tomado essa decisão.

A Lusoponte recebeu duas vezes e agradeceu. E, de tão habituada que está a receber gorjetas do Estado, nem deve ter achado estranho. Agora diz que fica por conta…

Que o primeiro-ministro nem soubesse disto, não é grave. Que tenha sido desmentido, não é agradável mas também não tem uma gravidade por aí além. Grave é que a ordem de transferência tenha sido assinada, sabendo-se exactamente o que estava a ser pago. Grave é que a máquina seja tão lenta a pagar o que deve e tão rápida a pagar o que não deve. E grave é que este Estado que não paga a ninguém, pague tão rapidamente - mesmo o que não deve – às Lusopontes que amamenta com todo o carinho

Filhos (do regime) e enteados... E muita falta de vergonha!

GENTE EXTRAORDINÁRIA X

Por Eduardo Louro

 

Capdevilla chegou hoje a Lisboa para assinar contrato com o Benfica. Chegou hoje, quando a apresentação da equipa aos sócios foi ontem…

É um jovem de 33 anos cuja experiência irá ser muito útil à equipa. Onde não cabem velhos de 34, como Nuno Gomes, cuja experiência, história e ligação ao clube não acrescentam nada que se compare com o apport deste espanhol campeão do mundo!

Jorge Jesus também é gente extraordinária…

O Presidente Cavaco Silva reconfirmou, em Abril passado, na sequência da tomada de posse no seu segundo mandato, Mota Amaral como Chanceler das Ordens Honorificas Nacionais. Sem que se perceba porquê – e no maior dos silêncios – Mota Amaral pediu a demissão. Pelo meio ficara, no passado 10 de Junho, a condecoração de Manuela Ferreira Leite. Na altura ninguém percebeu! Percebeu-se agora: Cavaco nomeou-a em substituição do antigo presidente da Assembleia da República! Quer dizer: vistas curtas!

O Presidente Cavaco é mesmo gente extraordinária: o seu campo de visão esgota-se nos seus amigos!

Macário Correia é um político de toda a vida, a quem se não conheceu outra actividade. Mas é daqueles que, como Cavaco, não quer ser político. Ele está sempre do lado certo, ele sabe tudo enquanto todos os outros são mentecaptos e apresenta sempre as coisas exactamente assim. Desde aquela tirada famosa: “beijar uma mulher que fuma é como lamber um cinzeiro”!

Foi assim nas portagens da Via do Infante (A22). Arrogando-se de sério, coerente, honesto e de ter princípios (Expresso, 30 de Março de 2011) assumia-se como líder do movimento algarvio anti-portagens e, ainda há pouco mais de duas semanas, no jornal i de 30 de Junho, classificava a introdução de portagens como uma medida tonta, esquisita, de quem não tem noção da realidade.

De repente, e sem que percebamos o que se alterou nas últimas duas semanas, Macário mudou de campo. E de opinião, justificando-se com a situação das finanças públicas!

Gente extraordinária esta que agora é que se apercebe da situação das finanças do país. Extraordinária mas séria, coerente, honesta e de  princípios!

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