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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

PREC - Processo de Radicalização Em Curso.

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O pacote "Mais Habitação", em cuja apresentação António Costa voltou a ser António Costa - muita pompa e pouca substância; ou muita parra e pouca uva, vai dar no mesmo - tem pelo menos umas virtude: a de mostrar que, ao contrário do que hoje toda a gente quer fazer crer, o mercado não resolve tudo. Nem nada que se pareça!

A habitação é fundamental na dignidade da pessoa humana, e um direito consagrado na Constituição da República Portuguesa. O Estado tem a responsabilidade de assegurar aos cidadãos os direitos que diz garantir-lhe. Parece-me simples de entender.

O Estado actua directamente na esfera dos outros direitos garantidos constitucionalmente. Na Educação e na Saúde dispõe de sistemas públicos para responder às suas responsabilidades. Passam por dificuldades e, como sabemos, já conheceram melhores dias. O desinvestimento nos serviços públicos, por razões orçamentais e até ideológicas, trouxeram-nos até aqui. Mas existem. E respondem a alguma coisa.   

Na habitação o Estado deixou tudo nas mãos do mercado. A intervenção do Estado limita-se a 2% do mercado, quando por essa Europa desenvolvida fora passa dos 40%. E o mercado não resolveu. Como não resolve em muitas outras situações!

Há coisas que só ao Estado competem. Chamamos-lhe Estado Social, e tem por função garantir o acesso a direitos básicos a quem não interessa ao mercado. 

Chamar a atenção, nesta altura, para estas coisas, é a virtude maior deste encenado pacote. Mas como é um tema fora de moda, e fora da agenda mediática, ninguém vai dar por ela. E a notícia é que vem aí outra vez o PREC. Porque só essa interessa à agenda política de outro PREC - Processo de Radicalização Em Curso.

Diniz de Almeida (1944-2021) no palco central da Revolução

PCP recorda Diniz de Almeida como militar defensor da ″Revolução de Abril″

 

Os militares de Abril vão partindo. Não morrem, já que o seu "acto valoroso da lei da morte" os libertou para sempre (Camões). Permanecem vivos na nossa memória enquanto nós, que dessa lei nos não libertamos, por cá formos ficando.

São já muitos os que partiram. Ontem chegou a vez Eduardo Diniz de Almeida, um dos mais marcantes rostos da Revolução de Abril. Capitão e um dos mais relevantes operacionais do 25 de Abril viria, como comandante do RAL 1, depois RALIS, a tornar-se numa das "estrelas" da Revolução. Foi dele, com 30 anos e cara de miúdo,  o papel principal no 11 de Março de 1975, desencadeado com o ataque dos para-quedistas, imortalizado na histórica reportagem do Adelino Gomes.

Transformou o RALIS no quartel general da Revolução. Foi aí que, pela primeira - e única - vez, soldados protagonizaram um juramento de bandeira revolucionário, de braço estendido e punho cerrado, jurando pela pátria, mas prometendo estar "sempre, sempre" ao lado do povo e da classe operária, "pela democracia e poder para o povo, pela vitória da revolução socialista". Ali se deslocaram grandes figuras da intelectualidade europeia, como Jean Paul Sartre e Serge July, para assistir à revolução por dentro.

Acabaria detido em 26 de Novembro, no dia seguinte ao que com tudo acabou. E ainda hoje custa a acreditar como tanto aconteceu em apenas 8 meses. Tantos quanto durou a presença de Diniz de Almeida num dos palcos centrais da revolução portuguesa.

 

11 de Março

Por Eduardo Louro

 

Passam hoje 40 anos sobre um dos mais marcantes momentos do processo iniciado em 25 de Abril. O PREC (Processo Revolucionário Em Curso) começou verdadeiramente em 11 de Março de 1975. Aqueceu com a Primavera, mas foi no Verão, nesse Verão quente de 75, que escaldou. Incendiou-se, literalmente!

Foi-se esgotando á medida que o Verão se ia aproximando do fim... Até chegar Novembro... Novembro, 25. A data que completa a triologia da revolução dos cravos, e que fecha os 19 meses mais vertiginosos da História de Portugal!

Se quisermos espreitar os rostos desta trilogia encontraremos certamente a cara de Salgueiro Maia no 25 de Abril, e a de  Jaime Neves no 25 de Novembro. No 11 de Março pouca gente identificará o rosto de Dinis de Almeida, o jovem major ao centro na imagem acima, que retrata o momento central - tão caricato quanto marcante - dos acontecimentos que marcam esta data histórica. É o episódio em que o herói do 11 de Março, comandante do então RAL 1 (Regimento de Artilharia Ligeira) e depois RALIS, atacado pelos páraquedistas de Tancos, dialoga com o comandante das forças agressoras (de costas) em frente às câmaras da RTP, que acaba a confessar-se enganado. Acabava ali a tentativa de golpe de Estado patrocinado por Spínola que, curiosamente, tinha tentado o apoio de Jaime Neves (disse-lhe que só obedecia à hierarquia) e de Salgueiro Maia, que nem lhe atenderia o telefone...

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