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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Estórias de encantar

Por Eduardo Louro

 

 

Há coisas fantásticas: aos 3 minutos Cardoso marca. O Benfica pressiona como ainda se não tinha visto. Pelo estádio começam a passar novas sensações arrancadas à memória de há um ano atrás, na mesma terceira jornada e como o mesmo Vitória de Setúbal. Sonha-se com a goleada, lembram-se os 8-1!

Já não há fantasmas. Respira-se fundo: Roberto não está lá. Finalmente Jesus colocara ponto final na teimosia. No entanto ele está no banco! Por que carga de água?

Não interessa… no pasa nada!

De repente, um disparate: Maxi Pereira e Júlio César, o guarda-redes substituto a quem se pedia o exorcismo de todos os demónios deste arranque de época, provam que eles existem e estão lá. Penalti, expulsão e, de repente, vinte minutos depois, lá estava ele de novo: o Roberto de todos os pesadelos!

Bola a 11 metros, ali à frente do mais odiado de todos os jogadores em campo – Hugo Leal, um velho traidor

São 40 mil almas no estádio e mais uns milhões á frente do ecrã à espera do milagre. À espera que o guarda-redes que não defende uma bola tivesse alma para defender o penalti…

Todos partilhavam dessa secreta esperança. Cenário mais adverso nem em pesadelos: o Setúbal estabelecia o empate (1-1) e tinha 70 minutos de jogo pela frente com mais um jogador e … com Roberto na baliza.

Não podia ser. Já bastavam os dois jogos anteriores!

Não estaria tudo isto combinado? Não seria esta a forma magistral de Jesus resolver de vez o problema Roberto? Claro, só assim se percebia que fosse ele a estar no banco e não o Moreira!

Combinado? Não podia ser! Então o Maxi e o Júlio César iam numa dessas?

Não. Combinado não era seguramente! Mas era o que estava escrito nas estrelas. Só podia…

Nisto, o Hugo Leal parte para a bola, debaixo de um ruído gigante onde uma chuva de apupos disfarçava uma gigantesca onda de preces. Na baliza está agora um Roberto de calção azul e camisa branca, com um ar estranhamente tranquilo. Ninguém ali reconhece o Roberto dos frangos, o Roberto em pânico todo de amarelo vestido.

Voa para a bola e defende-a. Não a segura. Ela fica ali à frente e, quando os aplausos hesitam, presos na angústia de que alguém acabaria por a empurrar para a baliza, o Roberto volta a voar. Voa que nem a águia Vitória e enrola-se nela, não mais a largando…

Jogar-se-iam mais 70 minutos. Roberto só voltaria a fazer uma defesa no último …

estórias assim! Nunca uma travessia do deserto foi tão curta: apenas 22 minutos!

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