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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Reposições #1- Tempo de (férias) mudança*

 

Por Eduardo Louro

 

Estamos em tempo de férias, em pleno pique de Agosto, cada vez mais o mês das férias.

Muitas empresas, por cá e a exemplo do que sucede por essa Europa fora, encerram mesmo durante este período. Cada vez mais o período anual das diferentes actividades vai de Setembro a Julho, e já não tanto de Janeiro a Dezembro. Apesar de, em Portugal, os exercícios económicos continuarem a seguir o calendário anual de Janeiro a Dezembro e dos Balanços se fazerem a 31 de Dezembro de cada ano, a realidade é que deveriam fazer-se em 31 de Julho. Agosto seria riscado do calendário para todas as actividades não turísticas, e o ano iniciar-se-ia a 1 de Setembro.

O mês de Agosto é um mês de férias, de descanso, de retempero de forças. Mas também de balanço do que ficou para trás e de perspectivar o futuro, muitas das vezes com esperanças renovadas, com promessas de mudanças. De rotinas, de hábitos e de comportamentos.

Provavelmente quem se der a estes exercícios durante este mês de Agosto será levado ao desânimo porque, estamos mais uma vez, ou continuamos, mergulhados na crise.

Todos sabemos que, passados os primeiros anos de integração europeia quando, por força do nosso baixo nível de desenvolvimento e dos recursos canalizados para a nossa economia, atingimos níveis de crescimento assinaláveis, passamos sistematicamente a divergir dos padrões de crescimento global deste espaço que integramos.

Uma divergência no crescimento económico que nos tem empobrecido e deixado mais distantes dos nossos parceiros de comunidade. E que se faz sentir em muitos outros indicadores, que não exclusivamente económicos, onde desencantadamente vamos ocupando cada vez mais o fundo das tabelas.

E porquê?

A resposta é unanimemente aceite: educação e formação.

Em Portugal não temos levado a sério este desafio da educação e da formação. Pelas mais diversas razões, e apesar da enorme quantidade de recursos canalizados para estes sectores. E, no entanto, é também já consensual entre nós a importância estratégica da educação e da formação profissional enquanto vector fundamental de desenvolvimento.

Por que falhamos então este desígnio nacional?

Fundamentalmente porque ele ainda não corresponde a uma vontade colectiva. De todos e de cada um. Porque muitos de nós achamos que nada temos a ver com o assunto. Que é problema do outro. Porque o consenso estabelecido corresponde muito ao domínio do politicamente correcto e pouco ao domínio da consciência real.

Mas também porque existe uma dinâmica própria da aprendizagem da qual estamos muito afastados. Quanto mais se sabe, mais se sabe que se não sabe. Não é necessário recorrer ao filósofo para sustentar a afirmação.

Sem um sistema de educação que alimente o gosto pelo saber, que forneça as ferramentas básicas para procurar o conhecimento, não é criada uma dinâmica de aprendizagem. E, sem essa dinâmica, não é fácil assumir a responsabilidade da formação ao longo da vida. Porque é de responsabilidade que se trata. A responsabilidade de acompanhar um mundo sempre em mudança para que dele não sejamos excluídos.

 

*Publicado na  Newsletter do I-Form em Agosto de 2008

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