AVISO: FAZ MAL À SAÚDE
Por Eduardo Louro
Os ministros deste governo vão perdendo, uns atrás dos outros, o ar sério. E também o ar de sério!
Muitos há que há muito deixamos de levar a sério, embora devêssemos. O último é mesmo o ministro da saúde!
Acreditavamos tranquilamente que ele andava a fazer o que tinha de ser feito. Sempre com a ameaça de perdermos o nosso Serviço Nacional de Saúde a pairar como uma espada sobre as nossas cabeças, acreditávamos que era ele o homem certo para fazer o que tinha de ser feito. Acrescia a boa imagem que trazia da anterior passagem pela administração fiscal e, não negligenciável nestas coisas, a de ter trocado o ordenado de administrador do BCP pelo de ministro.
Tudo razões para o levarmos a sério. E se não para um ar sério, pelo menos para o ar de sério!
Mas até a sua vez já chegou. A onda do disparate tomou de tal forma conta do governo que nem este ministro se salva.
Diz-se que mentiu nos números dos partos na Maternidade Alfredo da Costa, mas isso, todos mentem. Agora, quando as pessoas deixam de ir às urgências por falta de dinheiro, quando faltam os medicamentos para tratar doentes com cancro, quando as baixas médicas são cortadas, quando a fome atravessa o país, com crianças a chegar à escola sem saber o que é o pequeno-almoço dessa manhã ou o jantar da véspera, ele lembra-se de proibir os pais de fumar no carro onde levem as suas crianças. E de colocar “advertências mais explícitas nas embalagens que mostrem e exemplifiquem as consequências do tabagismo na saúde”.
Mas será que o ministro acha que os pais fumam dentro do carro onde levam os filhos? Se não fumam em lado nenhum, nem sequer em casa, fumam dentro do carro?
E será que está realmente convencido que o que tem de mais urgente e importante entre mãos são mesmo os avisos nas embalagens de tabaco? Não chegam os que existem? E onde é que arranja espaço para mais?
Passou-se… Andou a fumar coisas esquisitas! E sem mensagens de aviso na embalagem…