REFORMAS ESTRUTURAIS II - SERVIÇOS SECRETOS
Por Eduardo Louro
Não estou em condições de quantificar os efeitos desta reforma estrutural, mas também não é grave. Os governos também não quantificam nenhuma das que apresentam e, quando o fazem não acertam!
De qualquer modo a utilidade das reformas estruturais não esgota no seu impacto financeiro. Na poupança. Se à poupança se juntar transparência, melhoria do estado de saúde da democracia, da cidadania e da preservação dos direitos fundamentais e da tranquilidade dos cidadãos, ficam poucas dúvidas sobre os méritos da reforma. Qualquer mudança – e não há reforma sem mudança -, como uma balança, tem sempre dois pratos: num pesa o que se ganha e no outro o que se perde. Se não perde nada, ou quase nada, deixa de haver qualquer razão para não a implementar.
Pois é, a reforma de que falo é a extinção completa e total dos serviços secretos!
Acabar com as secretas poupar-nos-ia dinheiro mas, mais importante, poupar-nos-ia à enormidade de dislates e de poucas vergonhas a que temos assistido.
E o que é que perderíamos?
Nada!
Porque, perdida a soberania, o que é que há para defender? Dizer que os serviços secretos são uma peça fundamental do Estado de Direito nunca foi tão ridículo. Estes serviços secretos são, como está mais que demonstrado, precisamente a negação disso.