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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Golden Share: a tal

Por Eduardo Louro

 

 

A assembleia-geral da PT recusou a oferta da Telefónica para a compra da sua participação na brasileira Vivo.

Esta é a boa notícia. Sabendo-se da relevância estratégica que esta operadora móvel num dos grandes mercados emergentes tem para a PT, para além do peso extraordinário que tem na sua conta de exploração, esta é sempre uma boa notícia para o país. Talvez hoje seja mesmo um bocadinho mais boa notícia: afinal sempre é uma vitória sobre os espanhóis, no dia da ressaca da derrota da nossa selecção.

A má notícia é que esta vitória portuguesa, afinal como a de ontem dos espanhóis, resulta, em certa maneira, de dedo alheio ao próprio jogo. Não é exactamente uma vitória limpa! E se no jogo de ontem acabou por nem se salientar muito a irregularidade do golo da vitória espanhola, tão convincente ela fora, na nossa vitória de hoje parece-me que não será bem assim.

Como se esperava, a imensa maioria dos accionistas – perto dos dois terços – aceitou a oferta espanhola, uma oferta já quase irrecusável e que, poucas horas antes, subiria ainda generosamente para os 7,15 mil milhões de euros. Para se ter uma ideia do valor desta oferta – por 30% da Vivo, é bom não esquecer – basta dizer que é praticamente o valor da PT, com Vivo e tudo! Como se esperava, esses accionistas, ávidos de liquidez e de mais valias, estavam-se nas tintas para a importância estratégica da participação na Vivo para a PT.

É aí que surge a tão famosa golden share do Estado, que para tanta trapalhada tem servido. Que, por ser apenas golden e não se traduzir em número de acções, teve o mérito de nem por um minuto fazer o governo pensar no défice. Tivesse expressão material e nem o governo certamente resistiria a tão generosa oferta. O accionista Estado, fazendo uso da prerrogativa dourada, inviabilizou a venda e terá salvado uma PT de verdadeira dimensão internacional, com tudo o que isso representa para a economia nacional. Que é muito!

Pela primeira vez tivemos oportunidade de observar a verdadeira dimensão de uma golden share: a defesa do interesse nacional. Até aqui apenas tínhamos assistido à sua manipulação a partir dos interesses particulares de tutelas e clientelas.

Teríamos todas as razões para saudar agora aquilo que em tantas ocasiões condenamos, não tivessemos, como acima já deixei perceber, de duvidar da legalidade da sua utilização. É que, para além da perseguição de Bruxelas às golden share do Estado Português (e não só), que se lhe não retira legitimidade retira-lhe eficácia, tudo aponta para que nesta assembleia-geral, convocada extraordinariamente para este efeito, á luz dos estatutos, ela não seja utilizável. Mas isso fica para a guerra jurídica que certamente aí virá!

 

Mundial da África do Sul #8: Adeus

Por Eduardo Louro

 

Como estava escrito nos astros, a selecção nacional está de regresso a casa. Cumpridos os serviços mínimos mas sem conseguir evitar uma certa frustração…

Carlos Queiroz adoptara uma linguagem de coragem. Revelara uma ambição e mesmo atrevimento de discurso que ninguém lhe reconheceria, ao ponto de prometer conquistas em que mais ninguém acreditava. Mais ninguém tinha razões para acreditar, e quase todos percebíamos que aquela ousadia era como que uma espreitadela furtiva por trás de uma barreira de protecção, aquela que todo o poderio reconhecido à Espanha representava.

Íamos ficando com a ideia que, enquanto toda a gente – Brasil incluído – queria evitar a Espanha, o seleccionador nacional queria mesmo encontrá-la, para nela encontrar a redenção. Claro que ninguém lhe poderia, como não pode, cobrar-lhe a derrota aos pés do campeão europeu, que chegava à África do Sul na pele de favorito-mor à conquista do título mundial.

E no entanto o jogo até começou por correr bem, ficando no ar que a selecção nacional teria as suas hipóteses, que aquilo não eram favas contadas para os nuestros hermanos. Até que, por volta do final do primeiro quarto de hora da segunda parte, os dois treinadores mexeram. Aí veio ao de cima o fado queirosiano: ao mexer estragou, como é hábito. E, como um mal nunca vem só, o espanhol acertou. Em cheio! Porque, com um jogador fixo na área, corpulento e por azar igualzinho àquele que Queiroz acabara de retirar, a Espanha destabilizou a nossa defesa e marcou de imediato, acentuando o controlo do jogo que nunca deixaria fugir.

E pronto. Um ponto final que parece de encomenda: eliminação pela Espanha, com um só golo e, ainda por cima, acabando a jogar com 10!

Um ponto final que permitirá continuar a alimentar muitas mentiras. Apenas desmente a maior de todas: o ranking da FIFA.

Mundial da África do Sul #7: Arbitragem - Dia Negro ou Dia Zero?

Por Eduardo Louro

 

As arbitragens até nem vinham mal de todo. O pano não era do melhor – não se podendo, por isso, dizer que no melhor pano cai a nódoa – mas lá iam levando a água ao moinho. Até ontem!

Começou no Argentina – México: quando, surpreendentemente, o México dominava o jogo e se impunha à agora super favorita equipa alvi-celeste do agora grande seleccionador Maradona, a arbitragem de uma equipa italiana, liderada por um tipo com um certo ar de vaidoso, valida um golo argentino obtido a partir de um dos mais escandalosos foras de jogo de que há memória. A partir daí, e com mais um erro grosseiro, desta vez de um defesa mexicano, a Argentina ganharia (3-1) e garantiria o acesso aos quartos de final, onde irá encontrar o seu parceiro de sorte.

Precisamente a Alemanha que, no segundo jogo do dia – provavelmente o melhor jogo da prova até agora – beneficia do que será o mais escandaloso erro de arbitragem num campeonato do mundo. Desta vez é uma equipa de arbitragem uruguaia que invalida um golo da Inglaterra quando toda a gente viu a bola bem dentro da baliza. O golo que consumaria uma recuperação notável da equipa inglesa de 0-2 para 2-2, numa altura fundamental do jogo. A Alemanha acabaria por, numa estratégia de contra-ataque que, assim, pôde sempre manter, ganhar o jogo (4-1) e chegar aos quartos de final.

Vêm-nos há memória os erros em anteriores campeonatos do mundo. Lembramo-nos do Mundial de Inglaterra de 1966, onde a Alemanha perdeu a final precisamente para a mesma Inglaterra com um golo que não o teria sido. Mas desse ainda hoje ninguém tem certezas. Com dois erros tão escandalosos como os de ontem é que não há memória…

Veremos até que ponto este mundial não ficará marcado pela questão da arbitragem. A França já aqui chegara através do benefício de um outro erro grosseiro. Pagou com uma participação lastimável, como vimos. Agora, com os dois beneficiados a defrontarem-se entre si, apenas um deles irá pagar! O outro chegará sempre a um dos melhores quatro lugares.

Meios auxiliares de decisão para as equipas de arbitragem por recurso às novas tecnologias disponíveis? Claro que sim, a decisão do recorrer a essas tecnologias não pode sequer ser questionada! Guardem-se as questões apenas para o quando e o como!

 

Futebolês #31 Balneário

Por Eduardo Louro

Em futebolês balneário é muito mais que o simples balneário.

Aquele local bem pouco confortável (acho eu!) cheio de cacifos, bancos, bancadas e estrados, humidades e vapores por todos os lados, e de tipos (perdoem-me mas apenas conheço balneários masculinos) nus e seminus, com ou sem toalhas enroladas à cintura, e cheiros de todos os tipos ganha, em futebolês, uma outra dimensão. É a dimensão mítica, ou mesmo sagrada, do balneário enquanto expoente máximo da intimidade do corpo colectivo que é uma equipa.

Em futebolês o balneário é um estado de espírito, o estado de alma de um colectivo mobilizado em torno do objectivo de ganhar. É o factor crítico de sucesso!

Sem um bom balneário o êxito nunca passa de miragem. E um bom balneário, como bem se percebe, nada tem a ver com a qualidade das instalações do dito. Tem apenas a ver com o espírito de equipa, com a união e a mobilização da equipa em torno dos objectivos estabelecidos, sejam estes proclamados aos sete ventos ou simplesmente sussurrados baixinho no coração daquele espaço íntimo que é também o balneário.

O balneário é tão determinante factor de sucesso que torna perpassa para a avaliação do jogador. Chegada a hora de assinar um bom contrato, ou de ser eleito para o que quer que seja, em particular, agora que estamos em tempo de selecções, de convocatória para uma selecção nacional, o factor balneário pesa e de que maneira.

Há jogadores que vêm goradas as expectativas que o seu potencial técnico legitimaria por um rótulo de não recomendado que alguém colou ao seu comportamento de balneário. São múltiplos os exemplos de grandes jogadores que, por fama de destabilizadores de balneário, acabam por ser proscritos.

Muitas das vezes ninguém percebe por que é que um jogador de evidentes dotes para o exercício bem sucedido da actividade desaparece de repente. Aí vem-nos logo o balneário à cabeça! Às vezes injustamente, mas é assim.

Mas também há muitos outros jogadores que nem precisam de saber jogar à bola, tal é a fama da sua influência no balneário. Têm lugar cativo em muitas equipas, e uma enorme resistência ao peso dos anos, que lhes é garantido por esse rótulo de qualidade. Ainda nos lembramos da convocatória para o último Mundial, na Alemanha, quando Scolari levou o segundo ou o terceiro guarda-redes do Porto – o Nuno que, ao contrário do Beto na convocatória para este mundial, que como por milagre surgiu a jogar nos últimos jogos do campeonato, não fizera então um único jogo – precisamente por essa qualidade.

Não há responsável de uma equipa de futebol que não persiga o ideal do bom balneário. Quando as coisas não correm bem a primeira prioridade é logo enunciada: blindar o balneário!

O que é isso? Colocar portas blindadas no balneário?

Não. É preservar o balneário, o espírito de equipa, de qualquer tipo de influência externa. Tornar grupo impenetrável, sem dar qualquer oportunidade a pretensos destabilizadores. São várias as técnicas de blindagem: a mais usada é a da criação de um inimigo externo.

Inventa-se um inimigo e já está! Tudo unido e mobilizado… Depois é só alimentá-lo, ou criar outro e outro…

Mas o balneário também tem os seus bufos, aqueles que profanam o seu sacrário. Quando se descobrem os bufos de balneário é que tudo tudo se complica. Acreditem que há jogadores que são contratados para isso mesmo, e não para jogar à bola.

Ao que se presta um balneário!

Casamento de conveniência

Por Eduardo Louro

 

Os dois maiores partidos portugueses, que invariavelmente nos têm governado desde que há eleições livres em Portugal, vivem uma relação inimaginável há bem pouco tempo. Não se pode falar em casamento (até porque seria entre entidades do mesmo género, o que levantaria sérios problemas ao Presidente da República) porque não há papéis assinados, mas poderá falar-se de união de facto. De conveniência, bem entendido.

Ainda bem que não há casamento porque seria mais um com divórcio anunciado. Apesar de tudo sempre somos mais tolerantes com a união de facto! E a própria separação é um pouco menos traumática…

A verdade é que é uma relação estável. Até ao próximo Verão este idílio será mantido. Apaixonante e fortemente alicerçado no maior dos amores: a conveniência. O melhor de todos os cimentos, que lhe garante uma esperança de vida nunca inferior a um ano. Pelo menos durante os próximos 12 meses nada haverá que os separe. Para os tempos que correm…

Veja-se só a forma como, ainda agora, estão envolvidos à volta das SCUT´s…

Mas o mais significativo dos sinais exteriores harmonia conjugal, de fazer inveja a qualquer casal que já dobrou as bodas de prata, vem da Comissão de Inquérito Parlamentar ao chamado negócio PT/TVI. Que não servia para nada (como não serviu), como eu referia aqui pouco depois do seu nascimento.

O PSD de Manuela Ferreira Leite, que arrancou com a comissão, pretendia que dela resultasse uma espécie de impeachment ao primeiro-ministro: a conclusão de que mentira ao parlamento, que sustentaria uma moção de censura. O PSD de Pedro Passos Coelho, que nem queria ouvir falar em mentir, tratou de usar Mota Amaral para deixar Pacheco Pereira a falar sozinho em mentiras e verdades inconvenientes.

Apenas Pacheco Pereira concluiu que o primeiro-ministro mentiu ao parlamento. O relatório oficial conclui que o primeiro-ministro sabia do negócio quando disse no parlamento que o desconhecia. Mas não conclui que mentiu, o que é extraordinário.

Mais extraordinário, em nome do sucesso desta união de conveniência, foi ver Passos Coelho, que ignorou Pacheco Pereira, empurrar para Mota Amaral as culpas por não lhes ter permitido chegar às conclusões … de Pacheco Pereira!

E não menos extraordinário é o primeiro-ministro, sustentado pelas teses dos deputados socialistas de “absoluto fracasso” e de inexistência de “uma única prova”, mas esquecendo que daqui a três ou quatro meses toda a gente conhecerá o conteúdo das escutas, vir exigir que lhe seja apresentado um pedido de desculpas.

Assim nem precisam de aconselhamento matrimonial…

Mundial da África do Sul #6: Au revoir

Por Eduardo Louro

 

Feitas as contas do primeiro dos grupos desta fase inicial da prova e fechado o grupo A da selecção da casa, a França, derrotada no último jogo pelos Bafana-Bafana, regressa a casa sem honra nem glória. Pior, vergada ao peso de uma participação verdadeiramente vergonhosa, no plano desportivo mas também no plano social. Com um único ponto, mercê de um empate com o Uruguai – primeiro classificado do grupo – logo na primeira jornada, duas derrotas e apenas um golo marcado. E com um comportamento social vergonhoso: discussões, expulsões, greves e ameaças de toda a ordem.

Uma participação amaldiçoada, uma maldição lançada pela Irlanda, injusta e batoteiramente afastada deste mundial pela escandalosa mão de Henry e pelo peso institucional da França (n`est ce pas Monsieur Michel Platini?) apadrinhado pelos superiores interesses da FIFA. Mas também amaldiçoada por um treinador arrogante, antipático e deselegante, capaz de resumir uma das maiores potências do futebol mundial  a um grupo de jogadores incapazes, contestatários e indisciplinados.

Como disse Zidane, este mundial será lembrado pelo vencedor e pela selecção francesa que se recusou a treinar!

Mundial da África do Sul #5: Ketchup

Isto é futebol (SAPO)

Ao segundo jogo a goleada, a lembrar a feliz imagem que o Cristiano Ronaldo tinha lançado: “os golos são como o ketchup, às vezes saem todos de uma vez”.

Uma goleada que chegou com o Verão, que se apresentou precisamente à hora em que se ouvia o hino nacional. Uma boa hora, como se viu quando reparamos que, pela primeira vez de há muito a esta parte, todos os jogadores o cantaram. Percebeu-se então que na Cidade do Cabo, naquele Green Point onde ainda ninguém ganhara – e já lá tinham jogado a Itália e a Inglaterra, entre outros – as coisas podiam correr bem: que aquela Coreia do Norte se transformaria também de Tormenta em Boa Esperança.

Fica o resultado, sete a zero que já não se usam, num jogo com uma segunda parte imprópria de uma fase final do Campeonato do Mundo de Futebol. E ficam algumas coisas boas: um resultado moralizador, que esperemos possa tranquilizar aquela gente, o regresso de CR aos golos pela selecção, um golo que fugia e que os ferros das balizas lhe iam negando mas que acabou por surgir num movimento invulgar e com uma coreografia espantosa e, finalmente, a feliz exibição de Tiago, coroada com dois golos e a permitir perspectivar a eventual substituição de Deco que, afinal e como se viu, é agora premente.

Mas também ficam algumas coisas más, que seria bom não tapar com este resultado: o completo desperdício das situações de bola parada, com os cantos sucessivamente mal marcados (ao primeiro poste e por baixo) e a falta de soluções testadas e trabalhadas para a cobrança dos livres; a posição de lateral direito que continua por resolver depois de testadas as soluções Paulo Ferreira e Miguel, este hoje claramente o elo mais fraco da equipa, a pedir agora que se experimente a solução Ruben Amorim e, ainda, o definitivo atestado de incapacidade de Pepe pois, de outra forma, não se percebe que, chegada a hora das substituições, não tenha sido utilizado.

Ah! Repararam que o Simão esboçou o festejo do seu golo com o gesto do anúncio publicitário àquela rede de fast food que ele promove? Não passou de um esboço ou foram as câmaras de televisão que se desviaram? Um tema que não será pacífico…

 

Mundial da África do Sul #4: Brasil soma e segue

A selecção brasileira tem praticamente assegurado o apuramento para os oitavos de final. Resta saber se quererá (ou poderá) tentar fugir ao primeiro lugar no grupo, para eventualmente se desviar da Espanha.

Vitória clara (3-1) num jogo que esperemos sirva para Carlos Queirós perceber que quando se joga para ganhar é mais provável que se ganhe. O Brasil jogou para ganhar e deixou a Costa de Marfim sem argumentos…

Claro que o árbitro, um francês com uma actuação ao nível do da sua selecção, deu uma ajuda. Como que para justificar a mão do Henry com que a selecção francesa havia sido apurada, também permitiu que Luís Fabiano, no segundo golo, jogasse a bola com a mão. Não uma mas duas vezes! Hilariante foi vê-lo a explicar ao jogador que não tinha jogado a bola com a mão mas com o peito. Fantástico!

 

 

Ziguezagues

Concluídas as cerimónias fúnebres de José Saramago, não há como deixar de notar a ausência do Presidente da República.

Não é que seja indesculpável. Indesculpáveis são as desculpas que apresentou: que não era amigo pessoal do único prémio Nobel da literatura de língua portuguesa, a quem não conhecia pessoalmente, e que tinha compromissos familiares, estes um curto período de férias nos Açores que teria prometido à família. Isto é que, mais que indesculpável, é cínico!

Não vale sequer a pena estar a procurar argumentos que fundamentem a obrigação da presença do Presidente da República, por minimalista que fosse essa participação, no funeral de José Saramago.

Obviamente que quando o país decreta o luto nacional, promulgado pelo Presidente da República, a sua presença nas cerimónias fúnebres nada tem a ver com as relações pessoais entre o titular do cargo mais alto magistrado da nação e o defunto. Como é evidentemente óbvio que, sendo essa a obrigação do Presidente, não é aceitável que a descarte por meras circunstâncias de interesse pessoal, como um fim-de-semana de férias na” lindíssima ilha de S. Miguel”.

O que Cavaco quis fazer, e aqui refiro-me ao cidadão, por acaso e ao que tudo indica, recandidato nas próximas presidenciais, na sua condição de Presidente da República, foi compensar o seu acto de promulgação do chamado casamento gay. O que Cavaco quis foi acalmar os movimentos à direita que, na sequência daquele erro imperdoável, procuram desenfreadamente um candidato em que se revejam.

O que Cavaco fez foi prosseguir o seu caminho ziguezagueante em direcção à reeleição. Com tanto ziguezague é muito provável que se perca: que se perca de si próprio (de tanto se negar, como aqui referia há duas ou três semanas) e que se perca daquilo que tem sido o destino de todos os seus antecessores.

Este, de resto, um medo que o tem perseguido ao longo destes últimos quatro anos, de que nunca se conseguiu libertar!

 

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