A pergunta que há muito andava no ar e sem resposta, com não respostas atabalhoadas ou com lapsos, está agora finalmente respondida: os subsídios de Natal e férias retirados aos funcionários públicos e aos pensionistas estarão repostos em … 2018!
Até poderá não ser assim, já sabemos bem que estas respostas nunca são definitivas. Sabemos até que, muitas vezes, são objecto de lapsos. Mas pelo menos aí temos a resposta, pausada e firme: serão repostos gradualmente a partir de 2015 à razão de 25% ao ano. O que dá 2018!
O corte, que representa uma poupança de 1.065 milhões de euros neste ano, foi apresentado pelo ministro das finanças na altura da apresentação do Orçamento para este ano acompanhada da sua garantia de que se trataria de um corte “temporário, durante a vigência do programa de ajustamento, e esse período acaba em 2013”. O tal lapso. Um lapso colossal!
A resposta veio, claro, de Vítor Gaspar, quando apresentava hoje o Documento de Execução Orçamental aprovado em conselho de ministros. Que, como também esclareceu, não é um PEC: tem tudo o que tem o PEC, tem as mesmas funções do PEC, parece-se mesmo como o PEC, mas não é um PEC… E como não é um PEC não precisa de ser comunicado a ninguém!
Porque quem está sob intervenção externa não tem PEC. Nada de confusões, portanto, com aquela história do PEC IV…
O Benfica não ganhou este jogo que pôs ponto final na questão do título, e que permitiu a antecipação dos festejos que neste momento inundam a invicta, mui nobre e sempre leal cidade do Porto,também porque entrou mal e reentrou pior no jogo.
Sublinhei também porque, infelizmente, voltou a suceder o costume. Se foi assim até aqui, assim teria de ser até ao fim…
A nota curiosa deste jogo residiu no regresso de Olegário Benquerença à arbitragem dos jogos do Benfica, vinte meses, quase dois anos depois. Igual a ele próprio, como costuma dizer-se!
De mão leve, puxando de amarelos a torto e a direito, mas assinalando um penalti a favor do Benfica. Inédito, creio!
Mas, porque a tradição ainda é o que era, mais dois – claríssimos e cometidos mesmo à sua frente – deixaria por assinalar. A não ter sido assim o Porto festejaria o título que o Benfica lhe ofereceu no relvado do Dragão ou no da vizinha Vila do Conde, ainda antes de o festejar na Avenida dos Aliados.
Mas nem o facto de considerar que este Porto os não terá merecido, me impede de deixar de aqui os meus parabéns aos portistas. Em primeiro lugar, e em especial, aos meus colegas dragões do Dia de Clássico e ao meu amigo Nuno, o Portomaravilha. E ao Paulo, Mr Cosmos...
E tudo se resolveu com penalti do costume. Não, desta vez não foi o árbitro. Que nem o viu – e não viu mesmo porque, como já era notório, ele tinha pressa em resolver as coisas – quem o viu foi o árbitro assistente. O árbitro assistente e toda a gente!
E ainda bem, porque só mesmo visto. Contado ninguém acredita: a bola, de um canto, vem pelo ar e dois jogadores do Marítimo resolvem discutir uma bola que não tinha sequer discussão. Sobem ambos, sozinhos, sem nenhum adversário por perto – nem ao lado, nem à frente, nem atrás – e um deles sobe tanto que até leva a mão à bola. Aí estava o penalti do costume…
Depois! Bem, depois o jogo pouco mais teve para contar que os cartões amarelos para os jogadores da equipa da Madeira. Um deles para um jogador que caiu na área do Porto, depois de um ligeiro empurrão de Hulk – a tal famosa questão da intensidade. Que ali, na área do Porto, nunca é a suficiente…
E já no fim, com o Porto a defender lá atrás o que conquistara com o penalti do costume, o Djalma cai na área do Marítimo. O árbitro Paulo Batista apita e vê-se um cartão amarelo na sua mão. Para pagar com a mesma moeda, poderia pensar-se. Não, estava lá também um vermelho. E a outra mão apontaria para a marca de penalti: agora sim, era este afinal o penalti do costume!
Prolongamento parece um vocábulo de expressão comum. Parece e é, mas a verdade é que, no futebolês, tem … um sabor especial. É certo que também significa acrescento, que acrescenta jogo ao jogo. Mas é mesmo especial. Onde é que se vai para prolongamento se não no futebolês?
Na expressão comum prolonga-se qualquer coisa. Prolongavam-se as férias e até os fins-de-semana, mas nem isso já se prolonga. Mas mesmo quando se prolongava, nunca ninguém dizia que o fim-de-semana ia a prolongamento. O mês prolonga-se cada vez mais, para um ordenado cada vez mais encurtado. Mas ninguém diz que o mês vai a prolongamento…
Pronto. Já estamos todos de acordo que prolongamento é mesmo futebolês. Se ainda subsistir alguma dúvida lembro que é tanto assim que até serve para nome de um programa de televisão da especialidade...
O jogo da passada quarta-feira em Madrid foi a prolongamento. E sabe-se que se isso só servir para prolongar o resultado, vai a penaltis! Ir a penaltis também é futebolês, tão digno como qualquer outro e mais digno que resolver a coisa doutra maneira! Ainda chegou a haver a morte súbita, mas, só pelo nome, nunca poderia ser forma digna de resolver o que quer que fosse. A selecção portuguesa até passou uma vez pelo dois em um. Foi no Europeu de 2000, quando fomos afastados da final pela França com aquele penalti de morte súbita, quando passou mais uma coisa esquisita pela cabeça do Abel Xavier. Sabemos que é um rapaz atreito a muitas coisas esquisitas, mas aquela de meter a mão à bola em cima da linha final, quando até tinha os joelhos à mão, foi a mais esquisita de todas as coisas esquisitas da vida dele!
O prolongamento do jogo de Madrid não levou a nada – porque o Real não podia e o Bayern parecia que não queria – lá se foi para penaltis. Que, ao contrário do que é corrente, serviram para prolongar a permanência de Mourinho em Madrid. Corrente é que treinador que perde, sai. Mas até nisso ele é diferente: sairia se ganhasse e ficou por ter perdido!
Já Guardiola, que também perdeu mas sem ter ido a prolongamento, cumpriu a regra. E não se prolongou no comando blau grana, saiu! O que não deixa de mostrar como ainda está longe do seu rival… Mourinho raramente vai em prolongamentos nas suas equipas, sai sempre pelo seu pé e bem por cima. Remetendo-as para baixo logo que sai. Até mesmo na equipa de Abramovich: não saiu pelo seu pé, é certo, mas saiu por cima. E com as contas bancárias a abarrotar…
Pepe Guardiola saiu mas deixou lá o prolongamento, o que até poderá querer dizer que fica por perto e que até poderá regressar em breve, para outras funções. Nunca outras que não a presidência! Certo é que não estarão para breve novos duelos com Mourinho, que na próxima época lá terá que se debater com o tipo a quem enfiou o dedo no nariz. Se já lhe meteu o dedo no nariz…
À beira do prolongamento esteve o Sporting. Faltaram-lhe dois minutos, os mesmo que sobraram ao jogo, mas nem isso impede o prolongamento do estado de graça de Sá Pinto – um novo herói verde. Incrível!
Em Leiria – bem, agora é mais na Marinha Grande - onde Sá Pinto iniciou a sua carreira de treinador (adjunto, mas treinador) no início da época, também há questões de prolongamento. Bartolomeu – não farto do prolongamento da sua liderança – insistiu no prolongamento da vergonha a que conduziu a União de Leiria. Com o prolongamento dos meses sem salário os jogadores decidiram rescindir os contratos, não se deixando prolongar pelas três últimas jornadas. Já se vê esta Liga com encurtamento nos jogos e com prolongamento nos problemas!
Não sei se esta notícia que faz a manchete do Correio da Manhã é verdadeira. Se não o for, o jornal está a prestar um mau serviço ao país: nesta altura, notícias destas são explosivas. Se forem falsas são autenticamente terroristas.
É a prova provada de que o país foi saqueado e continua a saque. E de que não há quem ponha mão nisto…
É bom saber que há por aí gente cheia de acções do BCP, que comprou – porque o Sr Jardim pôs os gestores de conta a impingi-las a pobres coitados - por 7 ou 8 euros que valem agora 10 ou 11 cêntimos. E que o BCP sobrevive hoje pela mão do Estado. E que, nessa medida, o governo impôs a redução dos vencimentos dos administradores para metade. E que isso direitos adquiridos já não passa de pieguice…
Quem está à espera de quê?
PS: Este post continha um link que com vírus que impossibilitou o aceso ao blogue durante dois dias, até ser retirado. Era um link para a fotografia de capa do Correio da Manhã com a manchete da reforma de 167 mil euros por mês de Jardim Gonçalves. Republica-se agora com nova fotografia.
“A ignorância da juventude é um espanto”. Esta era frase de um programa de humor do Jô Soares, há já muitos anos. A ignorância da juventude feita deputados da nação é um escândalo que não espanta!
E, no apuramento do Bayern para a final, nem sequer entra aquela coisa estranha a que se convencionou chamar sorte. A sorte que acompanhou o adversário - que receberá no seu estádio - da final ao longo de toda a prova. Basta lembrar que, quando perdeu em Nápoles por 3 a 1, ainda com Vilas Boas, poderia ter perdido por seis ou sete. Ou a sorte (e não só) que, a seguir, teve nos dois jogos com o Benfica. E a que teve com o Barcelona, em ambos os jogos.
Se o Bayern entrou no Barnabéu com um pequeno saldo credor de sorte – a de ter marcado o golo da vitória em Munique já mesmo no final – a verdade é que aos seis minutos de jogo os pratos dessa balança já estavam equilibrados.
A partir daí desequilibraram definitivamente a favor do Real Madrid. Que aos catorze minutos, e sem que o Neuer tivesse efectuado uma única defesa, já ganhava por dois a zero e tinha o apuramento no bolso. Apenas oito minutos mediaram entre o primeiro e o segundo golo de Cristiano Ronaldo e do Real. Nesse espaço de tempo o Bayern criou três oportunidades claras de golo…
A partir do minuto seis, e até ao fim do minuto noventa, o Bayern foi sempre superior. Apenas no prolongamento, em que o medo de sofrer um golo se sobrepôs a tudo e a todos, haveria algum equilíbrio. Dito isto, parece-me que a justiça do apuramento do Bayern é inquestionável. Se antes do jogo Mourinho dissera que o Real Madrid merecia estar na final, agora, no fim, não o poderá repetir. Sob pena de cair na mentira, ou mesmo no ridículo!
O Bayern não é só uma grande equipa. Foi uma grande equipa, com um meio campo que nãoengoliuapenas o meio campo madrileno.Engoliutoda a equipa de Mourinho!
O Bayern é uma equipa fortíssima fisicamente. E depois, quem tem Neuer (que nem precisou de se mostrar, quem precisou disso foi Casillas), Lham, Schweinsteiger, Luís Cláudio, Ribery, Roben, Mário Gomez ou Muller, tem que ser mesmo uma grande equipa.
O resto é o jogo, é jogar à bola, coisa que a equipa bávara fez muito mais que … os jogadores do Real Madrid. Que foram muito menos equipa (terão chegado a sê-lo?) e que estiveram, praticamente todos (excepção de Casillas - que defendeu tudo o que havia para defender e ainda dois penaltis, tantos quanto o seu colega do outro lado – e, de alguma forma, Cristiano Ronaldo), abaixo do que podem e do que devem.
Estranho é que Mourinho tenha também apostado nos penáltis. Ou talvez não, talvez tenha percebido que não tinha argumentos para aquele Bayern. Mas, tendo apostado – agora é fácil, claro, mas eu senti-o e manifestei-o na altura -, deveria ter tido outro critério na escolha dos jogadores. Cristiano estaria sempre entre os eleitos, evidentemente (mas nunca deveria ser o primeiro a marcar), mas…o Sérgio Ramos?
Foi um rude golpe nas aspirações de Mourinho. E de Cristiano Ronaldo. Para o primeiro, a consequência imediata deverá ser a sua continuidade em Madrid por mais um ano. Com o campeonato e a Champions (a terceira, por três clubes diferentes, o seu grande objectivo pessoal) no bolso Mourinho abandonaria os merengues: tão claro como água. Para o segundo, a consequência vai mesmo ter quer ser um grande europeu. A vantagem da Champions em relação a Messi, já foi.Queda la copa de Europa, por supuesto!
Nas comemorações oficiais do 25 de Abril, na Assembleia da República, salientaram-se os discursos do deputado do CDS – de quem nem sei o nome – e o do Presidente da República. Lamentável o primeiro, tão lamentável que não merece mais palavras. Pouco menos que isso, o segundo!
Foi um presidente ausente, como tem sido. Que, constantemente, assobia para o lado. Que passa pelos problemas como cão por vinha vindimada…
Se há oportunidade para o Presidente da República se revelar vigilante e activo no discurso é esta. É no 25 de Abril!
Para Cavaco Silva já não importam os limites dos sacrifícios há muito ultrapassados, nem a falta de equidade na sua distribuição. Não importam as desigualdades instaladas na sociedade portuguesa, nem importa se o governo brinca com a concertação social, temas que não estão só na ordem do dia. Estiveram também, num passado recente, no centro das suas preocupações, ou do que delas dava conta!
É importante que os portugueses passem para fora imagens positivas? Claro que sim! Mas é apenas isso que, numa altura destas, tem para dizer aos portugueses?
Parece que sim. O que Cavaco teve para nos dizer foi que sofrêssemos calados e que esse sofrimento não tem importância nenhuma. Importante é que mostremos boa cara para o exterior!
PS: Este foi o cravo que caiu da lapela de Cavaco. Era o único sem cravo: governo, presidente da AR, todos com cravo. Está explicado: caiu. É este o momento preciso em que ia a caminho do chão!