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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

APROVADO?

Por Eduardo Louro

 

O Orçamento Geral do Estado para 2013 foi hoje aprovado, como se sabia. Não se sabia é que haveria de ser aprovado à pressa…Nem que a Presidente da Assembleia da República iria negar essa bem notada pressa - "foi seguido o mesmo método do ano passado", diria contornando a verdade - dando mais uma ajudinha para o descrédito da chamada casa da democracia. Mesmo que de uma democracia que convive bem com a ditadura dos partidos e dos respectivos aparelhos…

Não fosse assim e este orçamento não teria sido aprovado!

Sobre o orçamento nada mais há a acrescentar, já aqui se disse tudo o que havia para dizer. O governo e a maioria que obrigatoriamente o sustenta não quiseram nem querem discuti-lo. Sabem que é uma fraude e, por isso, quanto menos se fale dele, melhor!

Introduziram por isso o tema da revisão das funções do Estado, com o sentido de oportunidade de que ainda ontem aqui se deu conta.

A verdade é que a estratégia foi relativamente bem sucedida. Fala-se e tem-se falado nos últimos dias muitíssimo mais das funções do Estado do que do Orçamento, das opções que lhe são subjacentes e das fragilidades e incompetência que documenta.

Poucos teremos dúvidas que há real necessidade de reavaliar as funções do Estado, porque muita coisa mudou. Mas creio que serão muitos os que têm dúvidas que seja este governo o mais indicado – pela gritante falta de competência, pela falta de consistência no rumo, pelo fundamentalismo ideológico, etc. - para o fazer. Como muitos serão os que não compreenderão muito bem que se questionem as funções sociais do Estado, num período como o que o país atravessa, sem que se questione o garrote financeiro da troika, em particular os juros, a taxas inaceitáveis, que representam a fatia maior de toda a despesa do Estado. 

COISAS DE HOJE III

Por Eduardo Louro

 


(foto daqui)


Na discussão do Orçamento de Estado na Assembleia da República discutiu-se tudo menos o dito. A politquice do costume, com mais ou menos encenação e com a amnésia do costume. PS e PSD muito esquecidos: um de que foi governo e do que aí foi feito, e outro, tanto como das promessas feitas, da garantia que nunca se desculparia com a pesada herança. O governo e a maioria na realidade já não têm outro argumento que não a governação anterior, esquecendo duas coisas: que garantiram não recorrer a esse expediente e que estão a governar há quase ano e meio.

Mas a verdade é que na discussão do orçamento não se discute o orçamento, a provar aquilo que aqui tem repetidamente sido dito: que este orçamento apenas existe porque é preciso haver um. Se não vale de nada, se não serve para nada, se nem o governo que o apresenta nem a maioria que o defende e aprova acreditam nele, o que é que há a discutir?

Quando se deveriam estar a discutir os enormes aumentos de impostos” do Orçamento, o primeiro-ministro apresenta medidas contingentes – mais impostos - para a falha da execução orçamental. Está a apresentar o Orçamento e o seu primeiro rectificativo, ele que, neste ano, bateu o recorde de orçamentos rectificativos, ultrapassando os governos provisórios do PREC!

Quando se deveriam estar a discutir os cortes de despesa do Orçamento, o primeiro-ministro, refundador, alarga a refundação ao Estado, depois do pontapé de saída dado na semana passada pelo ministro das finanças com aquela depensar nas funções do estado e no preço que se está disposto a pagar por elas”.

O governo que prometeu reformar o Estado, que foi eleito também com essa promessa, em ano e meio não mexeu uma palha. Mas quando apresenta um orçamento que não consegue executar, repara que a única saída que tem é cortar funções ao Estado. É, quando mais tira aos portugueses para dar ao Estado, que mais vai tirar no que o Estado tem para dar aos portugueses.

E é quando desperdiçou toda credibilidade que chegou a ter, depois de perder todas as muitas oportunidades que teve, e depois de ter esgotado toda a boa vontade, compreensão e disponibilidade de colaboração da parte do PS, que vem apelar – de forma pública e alvoraçada, sem o mínimo tacto político – à ajuda de Seguro para consensos na reforma do Estado. Faz algum sentido?

Nunca tanta incompetência junta foi vista neste país…

Valha-nos que um banqueiro nosso amigo – e muito competente - acha que tudo vai bem. E que é com mais austeridade - que o país aguenta, garante – que nos salvamos do destino da Grécia. “Ai aguenta, aguenta” – diz ele! Até poderá aguentar, Sr Ulrich, mas esse é mesmo o caminho da Grécia. Com o mesmo destino, como já toda a gente viu!

Excepto os banqueiros, claro…

 

 

REFUNDAÇÃO

Por Eduardo Louro

 

As jornadas parlamentares da coligação deste fim-de-semana, com que os partidos da maioria quiseram mitigar a crise que os une, trouxe-nos, a par de alguns momentos de humor proporcionados pelo ministro Aguiar Branco, pelo ministro Relvas ou até pela ministra Teixeira da Cruz, um novo enigma político.

Vítor Gaspar já tinha começado a falar de maratona, mas como pouco depois Aguiar Branco falava de rações de combate para duas legislaturas, sem perceber bem que o seu forte não é certamente o humor, a imagem das dificuldades da maratona lá por volta do quilómetro 35 ficou um bocado perdida. E lá veio depois Passos Coelho com a refundação: a refundação do Memorando da Troika!

Depois de toda a gente ter percebido que as coisas corriam muito mal, chegou a vez de ser o governo a ter essa percepção. Ou de começar a dela dar conta!

A fase do “nem mais dinheiro nem mais tempo já lá vai e Vítor Gaspar diz-nos que é grande a probabilidade não conseguirmos concluir a maratona. E Passos Coelho, que nunca quis sequer ouvir falar em renegociação, fala de refundação.

Ninguém sabe o que é que entende por refundar o Memorando da Troika. Nem António José Seguro, que deveria saber... E perceber por que era o PS para ali chamado.

Mas sabe-se – Passos Coelho sabe, e Seguro deveria saber - que a próxima avaliação da troika, já em Novembro, vai estourar com o Memorando. E que virá outro (a) caminho. Não há refundação nenhuma, o que aí vem é um segundo resgate. E nele vai ser preciso envolver o PS: é disso que refundação é eufemismo!

A teimosia e a incompetência de Gaspar e Passos deram nisto como, há muito, muitos sabíamos…Deu na Grécia, sempre um passo à nossa frente. Já no terceiro resgate, e em mais perdão de dívida: agora tocam-nos 1.100 milhões que nos calharam em sorte – por solidariedade, não era? - em 2010 e já em 2011. Lembram-se?

 

FUTEBOLÊS#134 LIGAR

Por Eduardo Louro

 

Desta vez o futebolês fixa-se num simples verbo: ligar. Com várias aplicações, mas sempre à volta do mesmo!

A equipa não está ligada, ou não consegue ligar o jogo ou mesmo manter a equipa ligada ao jogo ou voltar a ligar-se ao jogo – que é a mesma coisa - são expressões do futebolês à volta do verbo ligar. Mas não mais do que estas: não ligar ao jogo, por exemplo, já não é futebolês!

Quando a equipa não liga ao jogo, como tantas vezes acontece, deixando toda a gente à beira de um ataque de nervos – por exemplo, o Porto não ligou nada ao jogo com uma equipa de nome Santa Eulália, do passado fim-de-semana para a Taça, e o Vítor Pereira passou-se – o futebolês não se preocupa. Se o resultado der para o torto, o que não foi o caso do Porto – um miserável 1-0 ao tal Santa Eulália, mas ganhou – então lá vêm os tomba-gigantes, a estória de David e Golias e mais umas tantas frases feitas. Mas nada que o futebolês tenha criado!

Não estar ligada, ou não conseguir ligar o jogo - ou o inverso, na afirmativa - é a mesma coisa mas dita de forma diferentes. Não assim tão diferentes, mas diferentes!

Se a equipa não está ela própria ligada, com os diferentes sectores – a defesa, o meio campo e o ataque - a comunicarem fluentemente entre si, ligados que nem elos de uma corrente, não consegue ligar o jogo. O jogo não resulta fluente, consistente, harmonioso e consequente. Pelo contrário, surge como que curto circuitado, aos repelões, sem bola - porque perdida muito rapidamente – e sem nexo, causal ou qualquer outro.

A caixa que comanda a ligação - da equipa e do jogo – é o meio campo – talvez por isso há quem lhe chame o coração da equipa - onde cada peça é como um interruptor. O pivô ou os pivôs – pode ser um ou dois, o 6 ou o 6 e 8 – asseguram a ligação na primeira fase de construção, e o 10 a ligação à segunda fase, a decisiva.

É porque as coisas funcionam assim que o Benfica não está a funcionar. Com as saídas em simultâneo do Javi (6) e do Witsel (8) e com Aimar e Carlos Martins (os dois 10) permanentemente de fora, a equipa não tem sequer interruptores. E sem interruptores não há como ligar a equipa e, se a equipa não está ligada, não consegue ligar o jogo. Bem pode Jorge Jesus ir ao baú cheio de alas para procurar interruptores… Não resulta, como já se viu! E não se vê como é que, assim, Luís Filipe Vieira irá conseguir pagar a promessa dos três campeonatos em quatro anos, já para não falar de uma competição europeia…

Já no Sporting as coisas são diferentes. O Sá Pinto, provavelmente chamado ao comando por fazer faísca com facilidade, nunca conseguiu que a equipa ligasse o jogo, e rapidamente virou passado. O Oceano pegou na equipa, mas continuou desligada, sem fio de jogo. E no entanto os interruptores estão lá, o que não funciona são os próprios circuitos. Acreditam que os engenheiros (electrotécnicos) belgas sejam melhores que os portugueses, mas não é o que se diz por aí…

Manter a equipa ligada ao jogo é outra coisa bem diferente. Tem a ver com a reacção à marcha do resultado, que é preciso não deixar desnivelar.

Quando o resultado começa a pesar – dois, três, quatro – a equipa tende a desligar do jogo, a ficar cada vez mais longe da possibilidade de discutir o resultado. Às vezes basta um golo para trazer de volta a equipa, para a voltar a ligar ao jogo. Para lhe dar a ilusão e a crença de que ainda é possível. E por vezes surgem reviravoltas espectaculares, como sucedeu na semana passada na Alemanha, onde a selecção da Suécia, depois de estar a perder por 4-0, desatou a marcar e ficou de tal forma ligada ao jogo que só parou no último segundo, mesmo a tempo de chegar ao espectacular 4-4 final!

O MEU VOTO

Por Eduardo Louro

 


O Benfica vai hoje a votos. Pelo que a esta hora se sabe, a afluência estará tão longe de bater recordes quanto de ser uma decepção. Longe da compreensível mobilização das eleições de há doze anos, quando foi preciso correr o pano sobre o período mais negro da sua História, e provavelmente aquém do esperado para uma disputa a dois.  

Não será porventura grande a mobilização da nação benfiquista para estas eleições: a campanha não foi entusiasmante, antes pelo contrário. Foi, no meu entendimento, desinteressante e de pouca utilidade. À boa maneira de tudo o que é eleições em Portugal, viveu de sound byte, da demagogia e de populismo. Mas passou ainda das marcas, com o debate num nível muito baixo, centrado no ataque pessoal, que acabaria numa espiral de violência verbal que não enobrece os candidatos. Nem o Benfica!

Ainda bem que tudo acaba hoje. Corria-se o risco de não saber até onde chegaria esta espiral de demagogia. Luís Filipe Vieira já não faz a coisa por menos: 3+1+50. Quer ele dizer que os próximos quatro anos são para ganhar 3 campeonatos, 1 competição europeia e 50 títulos nas modalidades. Rui Rangel não foi tão longe – não poderia ir – mas também não ficou aquém ao prometer o título já para este ano. Do mal, o menos, e ainda bem que isto acabou aqui: corriam-se riscos de fortes contributos para o anedotário do clubismo nacional e de encher um certo bloco de notas, pronto a usar para memória futura.

A única coisa séria que sobrou desta espécie de debate foi mesmo a dos direitos de transmissão televisiva, e a ruptura com a Olivedesportos. Mas, apesar de me parecer que em regime pay per view não seja muito difícil superar os valores oferecidos por Joaquim de Oliveira, até disso tenho dúvidas: não serei certamente dos mais surpreendidos se daqui por um mês ou dois houver uma reviravolta e tudo acabe por ficar na mesma…

É por isto que o meu voto, desta vez, é um simples voto de que mais nada sobre desta campanha eleitoral que os próprios resultados da eleições, pacífica e democraticamente aceites por todos os benfiquistas. Com votos de que  melhores dias venham…

 

PS: Afinal, e para surpresa minha, a afluência às urnas acabou por ser a maior de sempre. Ainda bem!

É PRECISO TER LATA (II)

 Por Eduardo Louro

 

 

(foto tirada daqui)

 

Acompanhei mais uma entrevista de um banqueiro. Desta vez foi Nuno Amado, o presidente do BCP, na TVI 24.

Que, também ele, fale como um banqueiro e que digam todos o mesmo não surpreende. O que surpreende é que agora todos falem do Tribunal Constitucional. Ao que dizem, o diabo que agora ameaça dar cabo do país!

O que surpreende é que, quando toda a gente, de todos os quadrantes – sejam eles quais forem – já se pôs de fora das opções políticas e económicas do governo, os banqueiros permaneçam firmes e hirtos na defesa desta política de destruição da economia que o governo prossegue. E que, eles e apenas eles, não poupem elogios ao ministro das finanças!

Por que será? Estranho, não é?

Ah! Já sei: se calhar é por isto. Se calhar é porque é muito interessante ir buscar dinheiro ao BCE de borla e aplicá-lo na dívida pública às taxas de juro dos malandros dos mercados. Se calhar é porque se a política fosse outra, e como o dinheiro não estica, para financiarem a economia não poderiam meter a mão no pote destas rendas. Sim, também os banqueiros gozam de rendas, não são apenas as EDP´s, as PT`s ou as grandes distribuidoras…

Ah! Percebo: os banqueiros são coniventes com este processo de destruição do país. Com tamanha lata que nem se preocupam em disfarçar um bocadinho…

 

O TRIBUNO

 Por Eduardo Louro

 

(foto daqui)

 

Em boa parte das vezes não concordo com as suas posições, mas não posso deixar de concordar que se trata de um dos mais brilhantes parlamentares da democracia portuguesa, e seguramente o mais brilhante de todos os que com ele partilharam o Parlamento nos últimos treze anos. Falo de Francisco Louçã, que anunciou hoje o abandono da actividade parlamentar!

Se na condução da sua actividade política nem sempre foi exemplar, se – e as últimas imagens são sempre as que perduram – não foi exactamente feliz no que dispôs para a sucessão da sua liderança no Bloco de Esquerda, a verdade é que deixa uma imagem de um tribuno parlamentar único. Pela cultura, geral e política, pela inteligência e pela sagacidade!

Com espectáculo – é verdade, mas um tribuno é também um actor, é representação – mas com substância. Com verdade. Com verticalidade, mesmo se pisando as marcas dos limites…

Faz parte da minha geração, somos da mesma idade e fomos colegas no velho ISE, no Quelhas. Não me parece que esteja velho… Não posso aceitar que esteja velho. São opções. É a política...

BIZARRO

 Convidada: Clarisse Louro *

 

Está aí um orçamento que será, sem dúvida, o mais bizarro de sempre. E nós que pensávamos que nisto de orçamentos e bizarrias já tínhamos visto tudo: longas horas de espera, entregas às prestações, quadros errados, e sei lá mais quê…

É um orçamento que vai dar cabo do que ainda resta da classe média, da economia e do país. É um orçamento que claramente não é meio para coisa nenhuma, mas um fim em si mesmo. Um orçamento que esgota na sua própria existência a sua única razão de ser. Não importa que nada ali faça sentido, que os números não joguem uns com os outros, que nada daquilo seja exequível ou que possa vir a ser declarado inconstitucional. É preciso que haja um orçamento, e um orçamento com os números que façam a vontade à Srª Merkl.

E no entanto é um orçamento sem alternativas: ou ele ou a bancarrota.

Um orçamento que é aprovado em reunião de conselho de ministros pela mesma força política que, fora governo, se lhe opõe. Que, depois de o aprovar no seio do governo, vem contestá-lo como oposição para, com o maior dos descaramentos, vir uns dias depois anunciar que o votará favoravelmente. Com as mais bizarras justificações e com o bizarro compromisso de contribuir para melhorar no parlamento o orçamento que não melhorou no governo.

Com este orçamento a liderança política do país atingiu os limites da esquizofrenia. Não admira que, quando o FMI reconhece que a receita da austeridade falhou, que estava errada, venha o ministro das finanças dizer que não é nada disso, que não passou de um problema de tradução. E que o primeiro-ministro tenha passado pela reunião do euro-grupo da semana passada, no Luxemburgo, sem que se tenha falado da situação do país.

Nem admira que enquanto o país empobrece patrimonial e moralmente, enquanto largas faixas da população engrossam as filas de pobres que estendem a mão à caridade, e jovens que consumiram recursos públicos na sua educação têm que partir - sem, ao contrário do ministro das finanças (!!!), terem a oportunidade de devolver ao país esse investimento -  as elites do poder se entretenham em jogos de propaganda cada vez mais fáceis de desmascarar, mesmo que com cada vez menos imprensa livre e independente para o fazer.

Cantam-se hossanas ao fantástico equilíbrio das contas externas. Que só uma vez acontecera na história da economia portuguesa, em plena segunda guerra mundial. Que as exportações estão a aproximar-se dos 50% do PIB. Mas ninguém diz que isso decorre do empobrecimento do país, que resulta da própria recessão - um PIB cada vez mais pequeno facilita uns indicadores mas prejudica outros - que é conjuntural. Ou que nas exportações pesa cada vez mais a venda do espólio das famílias, das peças de ouro herdadas e conservadas ao longo de gerações e que agora os portugueses vão entregar – não ao prego, como há décadas atrás – mas às milhares de lojas que invadiram o país a comprar os anéis que já levam dedos agarrados.

Bizarro… Esquizofrénico!

 

* Publicado hoje no Jornal de Leiria

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