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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

E os gregos falaram...

Por Eduardo Louro

 

... De democracia sabem eles, foi lá que nasceu, há muitos, muitos séculos. E por isso valeu a pena ouvi-los, afinal o impossível é possível, o irremediável pode ser remediado, e o inevitável pode ser evitado. 

Há gente assustada por esta Europa fora. Por cá ainda não se notou muito mas, em Espanha, Rajoy está cheio de medo. Eles lá sabem por quê... Não será certamente por se falar em fim da austeridade, porque já toda a gente percebeu que esse caminho é errado. Nem por se falar em renegociar a dívida, porque toda a gente está farta de saber que uma dívida como a grega (também a portuguesa, mas é da Grécia que estamos a falar) que representa180% do PIB não é pagável. Esteja ela nas mãos de quem estiver...

E, agora que os gregos falaram, sem medo das muitas pressões e chantagens que sobre eles quiseram exercer, a expectativa é grande. Porque não basta ter alternativas, é preciso implementá-las e executá-las.

Para já, o Syriza foi rápido na resposta ao desafio de formar governo, apresentando em poucas horas uma solução de governo. A dois deputados da maioria absoluta, Alexis Tsipras conseguiu em poucas horas construir com um partido de direita, nacionalista e eurocéptico - os Gregos Independentes (ANEL), que elegeu 13 deputados - uma improvável (ou talvez não) solução de governo. 

O próximo desafio é contrariar a ideia que a esquerda moderada instituiu por todo o lado segundo a qual, chegada ao poder lhe, um banho de realidade impede o avanço das suas propostas eleitorais e ideológicas. Se o Syriza for bem sucedido acabará de vez com o alibi da tradicional esquerda de poder, obrigando-a a escolher entre a reconversão e o desaparecimento!

 

 

Pantomineiros excêntricos

Por Eduardo Louro

 

Quando aqui me referi ao programa do BCE conhecido por QE (Quantitative Easing), chamando-lhe euromilhões, deixava em nota de graça - não era das notas de graça que o BCE vai imprimir -  um alerta para as condições de rating que eram exigidas para acesso ao programa.

São tantas as pantominices que ouvimos do lado da propaganda oficial do governo, a começar na patética pirueta de Passos Coelho, e passando pelos saltos mortais de Portas e pelos passes de mágica de deputados, comunicadores e opinadores que constituem o spin governamental, que não poderia deixar de regressar a essa peqeuenina nota.

Uns dizem que isto só é possível pelos sacrifícios todos por que passamos, e que esta é a recompensa por esse esforço. Outros, que é possível porque reconquistamos a credibilidade externa. Outros ainda porque já cá não está a troika. Há ainda os que vêm dizer que só é possível porque atingimos um défice de 3%, o que nem sequer é verdade. Esse é o objectivo para este ano, não está atingido.

Pantominices à parte, Portugal só não ficou de fora deste programa do BCE porque há uma agência de rating, a canadiana DBRS que, ao contrário de todas as outras que contam (Fitch, Moddy´s, Standard & Poors...) classifica o rating da República Portuguesa acima de lixo, condição de acesso ao programa. Diz-se por aí que este rating desta agência canadiana já tem uns anos, e nunca foi mexido. Que é até anterior à tomada de posse deste governo!

Já eram pantomineiros. Agora ainda são excêntricos...

 

 

Winston Churchill

Por Eduardo Louro

 

Passam hoje 50 anos sobre a morte do que terá provavelmente sido um último grande Estadista da Europa. Um grande estadista surge quando um grande pensador, bem agarrado a valores de que nunca se despede, decide dedicar-se à mais nobre das causas...

50 anos depois da sua morte, olhamos para trás e vemos pouco disso. Olhamos á volta e não vemos nada!

 

Apanhado pelo clima

 Por Eduardo Louro

 

Que me tenha apercebido, a primeira reacção de um membro do governo às decisões do dia de ontem veio de Pires de Lima, em Davos.  O que não admira. Para Passos Coelho, a intervenção do BCE na compra de dívida era um disparate, e o governo não tem nada a ver com o que se passa na PT.

Como não podia deixar de ser Pires de Lima aplaudiu entusiasticamente a medida do BCE, o que não deverá causar grandes embaraços a Passos Coelho. E não foi menos entusiasmada a reacção que dispensou à decisão da assembleia Geral da PT, exaltando até o valor da oferta da Altice - por acaso inferior ao da venda que a mesma PT fez à Telefonica, aqui há anos, no verdadeiro ínício do fim, de uma simples participação na Vivo - e aproveitando para voltar a dar nas orelhas da anterior gestão da empresa.

Até aí tudo bem, até porque só se perdem as que cairem no chão... Só que fez isso através do elogio precoce, infundado e suspeito à futura gestão francesa da PT. Que, e aí está a estocada, não vem para cá para fazer investimentos no futebol...

Não faço ideia do que tenha sido o retorno do investimento da PT no futebol. Sei, mesmo que daí nada releve, que foi o seu principal concorrente quem, cá no país, abriu a entrada no futebol. Sei também, e mesmo que também daí nada volte a relevar, que muitas congéneres pelo mundo fora investiram no futebol. E sei, e isso sim é o que releva, que ele próprio, no seu anterior emprego, decidiu também investir no futebol. E só não terá investido tanto como a PT, que sponsorizou os três grandes, porque se ficou pelos dois mais pequenos dos três. Não sei se o que parece, é. Mas um é o seu e o outro é da área da sede da empresa que lhe entregaram para gerir. Com ou sem investimentos em futebol!

É de todo evidente que deveria ter batido com outro instrumento, mas há muito que percebemos que há um certo clima que insiste em atingir sucessivamente os nossos ministros da economia. Apesar de tudo, e da boa imprensa em particular, Pires de Lima não deixa de ser mais um apanhado pelo clima. E não é por andar a dizer que ja se podem baixar impostos...

Day after

Por Eduardo Louro

Ontem foi dia de grandes decisões.

Em Frankfurt, Draghi anunciou o euromilhões, a basuca ou, mais prosaicamente, simplesmente lançou mão da última arma de estímulo monetário. Tarde, depois de já não ter por onde mexer nas taxas de juro, mas também superando as expectativas, anunciou um programa de compra mensal de 60 mil milhões de euros de dívida soberana (88%) e privada (12%), durante, pelo menos, 19 meses. 

Em Lisboa, a Oi (e os outros grandes accionistas) levou a melhor sobre o país, os pequenos accionistas e até o Presidente da Assembleia Geral, na decisão de vender a PT à Altice.

Hoje sentem-se as primeiras consequências. Que não deixam de ser curiosas: as acções da PT valorizaram mais 20% (40% em dois dias) e, a contar já com a desvalorização do euro, anunciam-se aumentos dos combustíveis já para a próxima segunda-feira!

Mudar a Champions para Janeiro

Por Eduardo Louro

 

Tenho insistentemente aqui trazido a tese, já suficientemente demonstrada, que o Benfica de Jorge Jesus – e de Luís Filipe Vieira, não só porque já começam a estar umbilicalmente ligados, mas pelo autêntico ciclo vicioso criado pelo presidente (compra – vende para financiar o que compra – compra para substituir o que vendeu) – só começa a funcionar em Janeiro.

Está mais que provado que é assim, e dificilmente poderá ser de outra maneira. A história repete-se anualmente, quando a equipa deveria estar a preparar a época, faltam jogadores, invariavelmente com férias desencontradas pelo envolvimento nas diferentes selecções, e a pré-época é sempre feita com jogadores que acabam por nunca chegar à competição. Uns porque vão embora, outros porque nunca lhes será dada oportunidade para isso. A época de transferências fecha a 31 de Agosto, já com todas as competições em andamento e, por estratégia ou por falta dela, acaba por sempre nessa altura que se dão as saídas. Quando já se percebe que o que se comprou não serve e já não há tempo de corrigir, mesmo que nesta época, de forma verdadeiramente excepcional e irrepetível, tenha surgido esse verdadeiro achado que é Jonas, já após o encerramento do período de transferências – apenas e só possível por estar desempregado – e até das inscrições para a Champions.

Que é assim, não há dúvidas. Que as incidências de cada início de época condicionam, também não. Difícil de explicar é que, acontecendo em Dezembro muitas das mais deprimentes exibições como, por exemplo, há um mês o jogo da Luz com o Gil Vicente ou, há um ano e um mês, o jogo com o Arouca, o Benfica surja sempre a este alto nível logo em Janeiro. Ainda por cima quando, também invariavelmente, perde sempre um dos seus jogadores tidos por fundamentais. Se alguém tiver uma explicação, e evidentemente esteja na disposição de ma dar, ficarei imensamente agradecido… Não se esqueçam é que, dizer que os jogadores que saem em Janeiro, em boa verdade, já tinham saído em Agosto, só explica que essas saídas não sejam sentidas. Não explicam o resto!

Ao queimar desta forma a primeira metade da época, o Benfica tem sistematicamente deitado fora o apuramento para os oitavos de final da Champions. Esta época o prejuízo foi bem maior, e este determinismo custou ainda o afastamento da Taça de Portugal e da Liga Europa, onde o Benfica de Janeiro era sempre um crónico favorito.

Como me parece que nada de significativo se altere no Benfica, o melhor seria mesmo alterar a Champions e abrir a competição apenas em Janeiro!

Que jogador!

Por Eduardo Louro

 

 

Aí está Janeiro em todo o seu esplendor. Com uns ou com outros, na Liga ou na Taça da Liga, nada muda: o mesmo controlo do jogo, a mesma asfixia ao adversário… Não a mesma nota artística, naturalmente, mas na mesma nota artística alta. É este o Benfica que, ano após ano, nasce em Janeiro!

O Benfica discutia hoje em Moreira de Cónegos o apuramento para as meias-finais da Taça da Liga. O Moreirense teve o privilégio de jogar em casa este jogo decisivo, que teria de ganhar. E que naturalmente queria ganhar, mesmo que raramente o tivesse parecido. Durante os primeiros 15 a 20 minutos ainda pareceu que iria tentar discutir o jogo, a partir daí o Benfica tomou conta do jogo, encostou o adversário lá atrás e foi criando oportunidades de golo, umas atrás das outras, como vem sendo hábito.

Deu apenas para dois golos (ficou um penalti por marcar) - o segundo, em mais uma maldade da Sport TV, a ser roubado ao Derlei - para a continuar sem sofrer golos e para mais um show de Jonas. Que jogador!

Um dia destes temos aí o Peter Lim, com o Rodrigo pela mão e mais uns trocos, para o levar de volta para Valência…

 

Coisas estranhas (II)

Por Eduardo Louro

 

Confesso que não sei o que acho mais estranho: se a ostensiva vontade comum de António Costa e Rui Rio exibirem as suas convergências; se a própria convergência de ambos na oportunidade e na importância de ressuscitar agora a regionalização?

Não faço ideia do que passará pela cabeça de ambos. Poderei até perceber que Costa pretenda continuar a fazer de morto - mesmo que para isso tenha de me esquecer que foi por aí que morreu António José Seguro - adiando, se calhar para sempre, qualquer posição sobre os verdadeiros e gravíssimos problemas do país. Não aceito, mas não me surpreende... E que por isso, em vez de falar do tempo ou do Benfica, venha falar de regionalização ... E, tratando-se de uma deixa de Rui Rio...

Poderei até perceber que, nesta altura, para Rui Rio não haja até melhor tema que a regionalização. É também a maneira de não dizer nada sem estar calado, e muita da sua gente gosta do tema...

Mas o que eu gostaria mesmo de entender é por que é que eles fazem isto assim ... 

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