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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Tudo se compra. Tudo se paga.

Por Eduardo Louro

 

Está confirmada a recondução de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal. Depois de esconder a decisão durante algumas semanas, Passos Coelho confirmou-a. Poucas semanas depois do Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ter acusado, como acusou, o governador do Banco de Portugal. Numa semana em que as pensões da Segurança Social, e a sua sustentabilidade, estão no topo da actualidade, sem que ninguém fale dos milhões que o BES lhe destruiu. Com a responsabilidade óbvia de Carlos Costa. Que Cavaco, sempre na linha da frente na defesa das mais indefensáveis posições do governo de Passos, se apressou a ratificar. Não há ninguém em Portugal mais bem preparado para a função, disse ele.  

Longe vai a velha ambição de Sá Carneiro. Estamos numa nova e triste era: uma maioria, um governo, um presidente ... um governador do Banco de Portugal ... uma Autoridade Tributária ... uma Segurança Social ... Tutti quanti!

Porque no poder tudo se compra. E tudo se paga!

O governo tinha de ficar de fora do superescândalo do BES, que fez do BPN uma brincadeira de crianças, para utilizar a terminologia do primeiro-ministro. O Relatório da CPI serviu-lhe os intentos, sacrificando Carlos Costa. Que se manteve firme e hirto, inabalável, quando qualquer pessoa digna e adequada à função, assim enxovalhada, não hesitaria em demitir-se.  

Passos Coelho pagou-lhe o serviço. Limitou-se a pagar. Cavaco fez o resto, resgatou-lhe a credibilidade. Para, com isso, também ele lavar dali as mãos... Bem sujas, como bem nos sabemos, naquelas recomendações que ninguém esquece. As tais almofadas que garantia existirem ...

 

Bonita, mas rebelde... a sexta.

Por Eduardo Louro

 

Fez-se difícil, a sexta. Quis trocar as voltas... Já vinha de trás. Trocou as voltas nas meias finais, quando estava tudo preparado para receber o Sporting, e afinal apareceu o Vitória de Setúbal. Repetiu logo a seguir, quando para hoje se esperava o Porto e acabou por aparecer o Marítimo. Uma semana depois, e com propósitos diferentes...

Há uma semana tinha aparecido de pilhas bem carregadas. Gastou-as logo na primeira parte e depois acabou. Hoje o Benfica não lhe permitiu que repetisse essa primeria parte e bem cedo tomou conta do jogo, sucederam-se as oportunidades e o golo lá acabou por aparecer, quando faltavam menos de dez minutos para o intervalo.  Depois lembrou-se do jogo da semana passada, e das pilhas que então faltaram ao adversário, e com a expulsão do jogador Marítimo - que chegou meia hora atrasada -, a jogar contra dez, pensou que a sexta já lhe não trocaria mais as voltas.

Mas trocou. O Marítimo fez o empate e... foi o diabo. O Benfica acusou o golo e, claramente, desorientou-se. Valeu que faltava ainda muito tempo, o suficiente para que a equipa se voltasse a encontrar. Só que depois, fosse lá pelo que fosse, faltou um mínimo de eficácia. As oportunidades de baliza aberta sucediam-se a um ritmo só comparável à sucessão de faltas, muitas delas de grande violência, dos impunes jogadores do Marítimo. Que queimavam tempo, apostando nos penaltis para o desempate.

Até que à entrada dos últimos dez minutos Ola John acertou finalmente na baliza, fazendo o que Lima, Jonas e Maxi por tantas vezes não tinham conseguido fazer, acertando finalmente as contas com a sexta.

Bonita, muito bonita, mas demasiado rebelde!

 

Discussão pública

Por Eduardo Louro

Resultado de imagem para estratégia nacional de habitação

Acabei de saber que a "Estratégia Nacional para a Habitação" está em discussão pública. Acabei de saber que o prazo de discussão pública acaba precisamente hoje, quando o final do dia chegar. Acabei de saber que ninguém sabia disso. Ninguém: nem a comunicação social, nem os cidadãos... Nem mesmo os deputados. Nem os da maioria... Ninguém!

Mas pronto. Esteve em discussão pública. Cumpriu-se uma lei qualquer... 

Não há mesmo vergonha!

A violência ignorada*

Convidada: Clarisse Louro

 

O país tem vindo a ser assolado por uma onda de violência que já não se sabe bem onde irá parar. Sucedem-se os assassinatos a ritmos nunca vistos, por tudo e por nada. Mata-se por desavenças familiares, mata-se por ciúmes, mata-se por intolerância, mata-se por dá cá aquela palha e mata-se sem que se saiba por quê.

Matam-se velhos e jovens… Matam jovens e velhos!

Mostram-se vídeos de jovens que agridem jovens. Tão gratuita quanto selvaticamente. Nem a própria polícia escapa, entrando também ela no domínio da selvajaria, mesmo que escondida atrás do futebol. Onde a fronteira entre a festa e a violência é uma membrana ténue, facilmente rompida por um qualquer provocador, sempre pronto a servir de ignição para incendiar ambientes que rapidamente se convertem em campos de batalha. E pouco depois em autênticos cenários de guerra.

Multiplicam-se os suicídios por todo o país, porventura o expoente máximo da violência. A violência extrema de acabar com a própria vida. A violência do fim da linha…

Não sei se se poderá dizer que tudo tem a ver com a situação que o país há muito atravessa, e que, teimosamente e contrariando o discurso que nos querem impingir, persiste em manter-se. Não acredito que um país possa empobrecer e sofrer, como empobreceu e sofreu nestes últimos anos, sem que a violência se manifeste… Não acredito que uma sociedade possa perder as suas referências e equilíbrios na enxurrada que lhe destruiu a classe média, sem qualquer tipo de reacção.

Não acredito que a violência que foi imposta aos portugueses não gere violência. Não gerou violência social, nem sequer pequenas ondas de agitação. Não gerou movimentos inorgânicos de grande protesto. Nem sequer orgânicos. Somos um povo de brandos costumes, diz-se. Mas é sempre pior quando não há redes de escoamento das frustrações, quando o sofrimento não encontra forma de expressão…

Tenho por claro que este clima de violência não está a ser devidamente tido em conta. Nem sequer se pode dizer que o país esteja chocado. Tudo isto lhe passa ao lado, com a mesma facilidade com que vimos tanta gente desviar-se e passar ao lado de quem, no chão, precisa e clama por ajuda. É a marca da desumanização, cada vez mais cravada na sociedade portuguesa.

Bem sei que muitos dirão que não há razões para alarme. Que tudo isto se circunscreve a fenómenos comunicacionais: que não há hoje mais sinais de violência, o que há é mais notícias deles. Que hoje as notícias correm outra velocidade, chegam de todo lado e a todo o lado.

Não me parece que tenham razão. É verdade que hoje as notícias voam, e chegam-nos de todas as formas. Notícias de violência entram-nos em casa sem pedir licença. Mas isso apenas a banaliza. Isso apenas faz com que lhe demos menos importância. Que nos desviemos, para passar ao lado… Permite-nos fingir que não vemos… Mas só isso. E isso não resolve nada. Como temos obrigação de saber! 

 

* Publicado na edição de hoje do Jornal de Leiria

Pontinha do véu?

Por Eduardo Louro

 

 

Foram presos sete dirigentes da FIFA. Blatter, o chefe do bando, ficou de fora. Como se não fosse... E depois de amanhã há eleições. Que o "o mais bem-sucedido ditador não homicida no último século", voltará a ganhar... Como se hoje nada se tivesse passado...

Mas pode ter-se levantado uma pontinha do véu!

 

 

No fim bate tudo certo!

Por Eduardo Louro

 

 

Nada de novo. Tudo como dantes: quartel general em Abrantes... A Inspecção Geral de Finanças, inspecciona .... as Finanças. E, claro... no pasa nada!

A famosa lista VIP de Paulo Núncio não tem nada de mal e já está tudo arrumado. Porque afinal é como a pescada... Antes de o ser, já o era. Já existia, mesmo antes de ser criada... Não digam que não é notável.

É assim que, por cá e com esta gente, as coisas se passam. A ministra da Administração Interna também deu trinta dias para o inquérito da IGAI à actuação do polícia em Guimarães, e da polícia no Marquês de Pombal, nos festejos do Benfica...

É com esta independência, e com esta transparência toda, que as coisas se resolvem. A malta das Finanças investiga a malta das Finanças. A malta da Polícia investiga a malta Polícia... E por aí fora... No fim bate tudo certo!

 

 

"As pessoas sabem com o que é contam da nossa parte"- parte II

Por Eduardo Louro

 

 

A sequela de "As pessoas sabem com o que é contam da nossa parte" surgiu praticamente de imediato, pela voz da ministra das finanças: "é honesto dizer aos portugueses que vai ser preciso fazer alguma coisa sobre as pensões para garantir a sustentabilidade da Segurança Social".

As preocupações de Maria Luís com a sustentabilidade da Segurança Social são legítimas. É coisa que a todos deve preocupar... Não é aí que está o problema. O problema é que estamos em plena campanha eleitoral, onde o governo é tudo menos anjinho. Onde o governo se sente como peixe na água... e onde não dá ponto sem nó.

O problema é que as preocupações de Maria Luís são outras. Não são tanto com a sustentabilidade da Segurança Social que, também ela, não se preocupa muito em descapitalizar. O convite que a ministra dirigiu ao PS não é, evidentemente, ingénuo. É para simplesmente desbaratar a já de si descredibilizada proposta do PS para reduzir a TSU a empregados e empregadores. É para capitalizar, mas em votos, a tão pouco sustentável proposta do PS. E é para acentuar um dos princípios básicos da frágil filosofia política deste governo: "uns contra os outros". E, com isso, acentuar que "as pessoas sabem com o que é contam da nossa parte"!

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