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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

A Europa dos muros

Por Eduardo Louro

 

Foi a este ponto que chegou a Europa unida e única. À Europa da moeda única, que passou a Europa do pensamento único. A que não admite desvios, torcendo e esmagando quem desalinhe: o camion a acelerar em direcção ao Mini. À Europa de Schengen, que depois de derrubar fronteiras ergue muros... Atrás do que esconde ideias que a civilização condenou há três quartos de século. 

É esta a Europa que demorou 50 anos a construir e apenas 5 a destruir. A Europa dos muros... A Europa do muro que caiu para que outros se reergam!

Corrupção: o que parece é!

Por Eduardo Louro

 

Há coisas que têm um valor absoluto. Valem o que valem pelo que realmente valem e não pelo que parecem valer. Outras, pelo contrário, valem mais pelo que parecem. Não é o que realmente valem que conta, mas o que representam.

Vem isto a propósito de uma das notícias do dia, que dá Portugal na quinta posição na tabela dos países mais corruptos. À sua frente, na listas dos mais corruptos, apenas Croácia, Quénia, Eslovénia e Sérvia. Logo atrás, mas ainda assim menos corruptos, Índia e Ucrânia.

Olhamos para isto e todos temos a convicção que não bate certo. Que a corrupção não é maior em Portugal que na Ucrânia. Ou que em Angola, ou que na generalidade dos países africanos. Vamos ler melhor a notícia e percebemos que essa lista resulta de um inquérito a trabalhadores dos diversos países levado a cabo pela consultora Ernest & Young. Percebemos que não resulta de um corruptómetro qualquer, mas apenas da percepção que as pessoas, neste caso os trabalhadores, têm sobre os níveis de corrupção nas suas empresas.

E voltamos ao princípio: não estamos perante um valor absoluto, medido por um qualquer corruptómetro, seja lá isso fôr, mas perante uma percepção da coisa. Não pelo que é mas pelo que parece que é!

Ora, a corrupção é em si mesma o maior cancro de uma sociedade. Mas a percepção que dela a sociedade tem é bem mais devastadora, capaz até de destruir uma civilização. É por isso que pouco importa se a Ucrânia, ou um qualquer país africano, é mais corrupto que o nosso. Importa, evidentemente que sim, se o inquérito tem algum tipo de valor científico e se, em razão disso, o destaque dado à notícia é jornalisticamente sério. Importa até que o rigor da notícia seja aqui bem maior do que na anterior.

Mas a corrupção não deixa de ser corrupção conforme é praticada nos gabinetes das empresas ou nos da administração pública. Corrupção é corrupção, onde quer  que seja. E o que realmente conta é que há portugueses convencidos que vivem num país mais corrupto que a Ucrânia. O que é verdadeiramente dramático é que haja portugueses com a ideia que o seu país é mais corrupto que uma qualquer cleptocracia africana. Que essa ideia lhe seja transmitida pela própria empresa onde trabalham só agrava ainda mais a dimensão do problema. Porque o torna mais próximo, mais sentido e mais percepcionado. Porque, aí, o que parece, é. Percepção e realidade estão sobrepostas...

E isso é o fim da linha!

Nas asas do pêlo do cão

Por Eduardo Louro

Jornal de Notícias

 

Ninguém tem dúvidas que a privatização da TAP foi sempre - e continua a ser - das coisas mais opacas deste governo. Ou pelo menos só tem dúvidas quem quer. 

Nada foi público. Mas concluída a operação - dada por concluída, porque o que neste momento existe é uma promessa de venda - algumas coisas se vão sabendo. Umas mais estranhas que outras...

Era estranho que a parte minoritária do consórcio é que soubesse de aviões. Era estranho que o senhor da Barraqueiro estivesse a pensar que a TAP era a Carris. Mas deixou de ser estranho quando o senhor que sabe de aviões ainda não abriu a boca e o senhor que sabe de autocarros já está a dizer que o que a TAP mais precisa é de um patrão como ele. E quando aproveitou para escalrecer isso mesmo ao Secretário de Estado Sérgio Monteiro, que não estava enganado, e que aí estaria pronto também para a Carris, o Metro e a Transtejo. Que os saldos não ficariam na loja...

Estranha não é a notícia que faz capa no JN, que dá conta que os novos donos da TAP vão vender aviões (da TAP) para financiar o negócio que fizeram com Pires de Lima. Nem estranho nem novidade, negócios em Portugal é sempre assim: com o pêlo do mesmo cão. Simples, tão simples como o ovo de Colombo: vendem-se os aviões, recebe-se o dinheiro, e depois alugam-se. E paga-se a renda...

Há para aí um século que isto se faz em Portugal. Chamam-lhe leaseback, e não é pelo novo acordo ortográfico...

É assim o fabuloso negócio que deixou Cavaco aliviado, e todo o governo entusiasmado com as asas que deu à TAP. Que Maria Luís Albuquerque, muito satisfeita, garantiu que colocaria "valores muito significativos na TAP" porque o objetivo nunca foi o encaixe financeiro para o Estado mas, sempre, encontrar "investidores que possam colocar na empresa os meios de que precisa para ultrapassar as dificuldades que tem, que são conhecidas"...

Estranho - ou talvez não - é que toda a gente queira fazer parecer isto normal! 

A ocasião faz o ladrão...

Por Eduardo Louro

 

A selecção nacional de futebol de sub vinte foi afastada nos quartos de final do campeonato do mundo, na Nova Zelândia, depois de na marcação de pontapés de grande penalidades (apenas converteu uma, a primeira), pelo Brasil, que aqui chegara depois de, pela mesma forma, ter afastado o Uruguai. Num jogo em que foi muito superior, e desperdiçou seis claríssimas ocasiões de golo, entre as quais uma bola que saiu depois da bater na parte interior do poste  nos quartos de final. 

A ocasião faz o ladrão...Não faz golo. E os brasileiros roubaram as legítimas esperanças que a selecção portuguesa tinha de voltar a chegar ao título, vinte e quatro anos depois. Nunca, na história da competição, uma selecção portuguesa nesta categoria fora tão superior à do Brasil. Em todos os aspectos de jogo, incluindo comportamento e desportivismo.

Merecem os  nossos parabéns, estes jovens orientados pelo gélido (e competente) Hélio Sousa, ele próprio campeão de mundo da categoria.

Ó Sr Engenheiro...

Por Eduardo Louro

 

 

 

Sr Engenheiro - isto não vai fácil para a classe - se continuar a dizer que em França, no próximo ano, é para ganhar, arrisca-se a deixar de ser o homem sério, sereno e sensato em que o tínhamos para passar a ser mais um pantomineiro. E olhe que disso já temos muito por aí...

É certo que a selecção nacional irá lá estar. Depois da vitória de hoje na Arménia isso é já garantido. Mas - e já que Fernando Santos é um fervoroso crente - valha-nos Deus!

Não foi a selecção que ganhou. Foi Cristiano Ronaldo, com três golos. Dois deles com tanto demérito da defesa adversária como mérito - e classe - dele.

A selecção foi Ronaldo, Rui Patrício e Tiago. Ronaldo a fazer e Rui Patrício e Tago a desfazer... Foi por pouco, por muito pouco, que o Cristiano lhes levou a melhor. O resto foi o eterno erro de casting que é Danny, e a displicência de sempre. E muitas vezes um banho de bola dos arménios, onde Mkhitaryan, o tal que joga no Dortmund, foi apenas assombroso. Que jogador!  

 

Foi há 30 anos...

Por Eduardo Louro

 

... Nem tudo correu bem, algumas coisas correram mesmo muito mal... E estão aí, bem fresquinhas... Muita coisa deveria ter sido feita de outra maneira...

Fomos inundados pelo novo riquismo, e tudo chegou a parecer demasiado fácil. Houve até quem tenha chegado a pensar que era o Brasil que estava de volta, duzentos anos depois. Houve bebedeira ... e ressaca, como nunca pode deixar de ser. Porque a conta aparece sempre, não há almoços grátis, como diz o outro...

Mas no fim de contas os mais superaram os menos. E o país hoje, 30 anos depois, não é o mesmo. Por muito que mantenha velhos tiques. Por muito que olhando para os antigos retratos queirosianos nos pareça que está tudo na mesma... 

Vitórias anunciadas

Por Eduardo Louro

 

Ora bolas... Quando pensava que a notícia do dia seria o quinto aniversário do Quinta Emenda, lá vêm a da privatização da TAP e a da contratação do novo treinador do Benfica. Ainda se fosem grandes novidades...

Mas nem isso. São duas daquelas notícias que se não existissem passavamos bem sem elas.

Da privatização da transportadora aérea já ninguém há muito duvidava. Pelo menos desde que o ministro Pires de Lima disse, há para aí nove meses, que privatizar a TAP nesta legislatura seria uma vitória. Depois disso, está visto... Numa altura destas, com o governo a bombar - Portas dixit - em plena campanha eleitoral, não pode haver outra coisa que vitórias.

Esta é portanto a notícia de uma vitória anunciada. A outra é a de um Vitória anunciado... Tão anunciado que nem se percebe por que é haveria de ser notícia guardada precisamente para hoje. 

E quanto a voos... Acho que serão bem mais altos os do Vitória. Nas asas da Vitória, porque as do Neeleman ainda podem levar com chumbo...

 

 

Dez 10 de Junho

Por Eduardo Louro

 

Confesso que nunca fui muito entusiasta do 10 de Junho. Acho que faz todo o sentido comemorar Camões: um génio e um patriota. Temos o dever de celebrar os nossos génios, os melhores de nós, e a obrigação de enaltecer os patriotas, por muito que as qualificações possam ser discutíveis. Porque se génio, é génio, seja em que circunstância for, já patriota não é bem assim. Tem mais a ver com o sabor das marés...

Camões é, e representa o suficiente para merecer um dia, numa altura em que há dias para tudo, mesmo que se cortem os feriados. Não era preciso meter mais no mesmo saco.

Dia de Portugal? Dia das comunidades? Lembram-se que também já foi dia da raça? 

É isso mesmo. Serve para tudo, até para o piorio...

Depois, as condecorações fizeram o resto... Fizeram deste um dia com demasiado cheiro a mofo, o dia de comemorar o regime. O dia em que o regime olha para o seu umbigo. O velho dia da raça, sempre ao serviço da ideologia do regime... Os últimos dez 10 de Junho têm sido isso. Porque Cavaco é isso!

Este de hoje é o último destes últimos dez 10 de Junho. E nessa medida um alívio...

Não será certamente o último 10 de Junho a cheirar a mofo, mas desejo que seja o último que o Presidente da República utilize para pagar favores. O último em que o inquilino de Belém agracia os que o ajudaram a lá chegar. O último em que distribui comendas por quem lhe limpou o caminho... Ou por renomados malfeitores. E o último em que o Presidente da República faça descarada e despudoradamente campanha eleitoral em favor dos seus!

Que este tenha sido o último 10 de Junho igual aos outros. Mesmo que desta vez tenham sido os militares a desmaiar...

 

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