Está a chegar ao fim. Amanhã corre-se a penúltima etapa, e tudo ficará decidido no mítico Alpe d´Huez.
Depois dos Pirinéus, donde tudo parecia vir decidido, e cumprido – na terça-feira – o dia de descanso o Tour entrou nas serpenteantes estradas dos Alpes, numa louca montanha russa de subidas e descidas que nunca mais acabam.
O dia seguinte ao descanso faz frequentemente vítimas. No primeiro foi Rui Costa, desta vez foi o americano Tejay Vergaderen a abandonar – era então terceiro classificado, depois de quase duas semanas logo atrás de Froome.
Quem ganhou com isso foi Valverde, que herdou o último lugar do pódio, atrás de Quintana, seu colega de equipa. Ambos pareciam satisfeitos com isso. E a Froome bastava controlar a corrida, o que fazia sem grande dificuldade respondendo, ele ou alguém por ele, a pequenos fogachos de Contador – que um azar haveria ainda de atrasar mais um pouco –, de Nibali, que nos Alpes, ao contrário do que acontecera nos Pirinéus, esteve ao seu nível, ou mesmo de Valverde.
Raramente de Quintana, que à medida que as montanhas iam sendo dobradas se mantinha fria, e mesmo irritantemente, colado à roda de Froome. Foi sempre assim. Mesmo na etapa de hoje – se ontem se correu a etapa com mais montanhas, sete, hoje correu-se a etapa com mais quilómetros a subir, sempre à volta do Glandon – mesmo na espectacular subida à Croix de Fer, onde era Nibali a dar espectáculo. Nem mesmo quando Froome teve um pequeno problema mecânico e ficou momentaneamente para trás, pouco depois de mais um ensaio de Valverde, o colombiano deu sinal de si.
Perceber-se-ia pouco depois que não era acomodação, que não reagira por estar amarrado a decisões superiores. A escassos cinco quilómetros da meta chegou finalmente a ordem para Quintana. Deixou toda a gente para trás, e só Froome conseguiu reagir em perseguição.
O espaço era curto para grandes conquistas. Mesmo assim, nesses últimos cinco quilómetros, ganhou mais de um minuto a Nibali, que seguia á sua frente para ganhar a etapa, e trinta segundos a Froome.
Coisa pouca. Ainda sobram a Froome dois minutos e meio… Tem a palavra sua alteza o Alpe d´Huez !
Um governo a governar... Um governo a governar anunciou, voltou a anunciar e não parou de anunciar para hoje a divulgação da execução orçamental. Um governo a governar anunciou e voltou a anunciar que a oportunidade serviria para anunciar quanto é que iria devolver da sobretaxa de IRS. Um governo a governar abriu os telejornais a anunciar um crédito fiscal para o próximo ano, a prometer que, a continuar tudo assim, a actual sobretaxa de 3,5% cairá para 2,8% para o ano. Deputados da maioria que apoia o governo a governar encheram os telejornais a deitar foguetes para comemorar um acontecimento que poderá acontecer para o ano. A ministra das finanças do governo a governar encheu os telejornais a dizer que isto não é propaganda, que é apenas o governo a governar. Que não é por haver eleições que o governo deixa de governar...
O secretário de estado dos assuntos fiscais do governo a governar encheu os telejormais a dizer que é um corte de 19% na sobretaxa de IRS. E os mesmos telejornais convidaram-nos logo para uma simulação no site das Finanças, para que ficássemos já a conhecer quanto nos toca da generosidade do governo a governar...
E lá estava o simulador. A funcionar mesmo, e a dizer logo de quanto é que iremos ser reembolsados para o ano. Se tudo continuar assim, evidentemente... Com o governo a governar...
O inquérito aberto pelo Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), em 2013, revelou a prática de infrações penais e financeiras e concluiu que a Tecnoforma e os seus dirigentes cometeram crimes susceptíveis de serem sancionados do ponto de vista financeiro e criminal.
Não sabemos o que o DCIAP irá fazer com essa participação, esperamos todos que não fique esquecida numa gaveta qualquer. O que sabemos é que o actual primeiro-ministro não tem que temer. Nem por onde recear. Está ilibado pelo irrefutável testemunho público do seu patrão: "o Pedro abria as portas todas"!
Sossegai, pois. Não vamos ter mais problemas com ex-primeiros ministros. Passos não vai ter qualquer dificuldade - nem precisa de nenhum João Araújo - em provar que não tem nehuma responsabilidade, nem financeira nem criminal, na fraude. Era apenas o porteiro, só abria portas, não tem nada a ver com isso...
O que Cavaco ontem fez, sem disso porventura se dar conta e provavelmente contra a sua vontade, foi um forte apelo à vitória do PS no dia 4 de Outubro. Ao fazer o apelo da extremamente desejável solução de governo estável e maioritária, quando sabe que, por mais apelos que faça, ninguém chega á maioria, Cavaco está a dizer aos portugueses que devem dar a vitória a António Costa. Por muito que não queira, dê-se ou não conta disso, é justamente isso que Cavaco está a dizer.
Por uma razão muito simples: se Costa perder fica obviamente sem espaço na liderança do partido, nem vale a pena explicar por quê. Abandonaria no minuto seguinte, e os partidos da coligação de direita ficariam a falar sozinhos, sem interlocutor no PS. E, evidentemente, sem qualquer condição para chegar á solução de governo que Cavaco extremamente deseja.
Se, pelo contrário, for a coligação a perder, mesmo que o PSD não perdoe a Passos e o obriga a saltar fora, ainda sobra Portas, o sempre em pé.
E nem é preciso fazer contas à esquerda, águas que o PS evidentemente nunca navegará. Para tranquilidade de Cavaco!
Nada que nos surpreenda, não estivessemos fartos de saber que Passos não tem procurado outra coisa que não seja fazer a vida negra à Grécia. Nada que nos surpreenda, pela utilização eleitoralista que lhe temos visto fazer da Grécia. Nada que nos surpreenda, perante a repetida mentira do "que se lixem as eleições"...
O que nos surpreende é a reacção de Passos ao desbocado presidente da Comissão Europeia. O que surpreende é que alguém que dorme com a mentira venha dizer que o que Juncker disse é "meia verdade". E "meio mal entendido"!
De meias verdades - em boa verdade de menos do que isso - sabe ele. Por isso explicou: a meia verdade é que realmente é contra a discussão da reestruturação da dívida grega. A outra metade é que é uma mentira inteira: que não é por causa das eleições!
O "meio mal entendido" era só para a confusão. Para esconder a outra metade da verdade que não é mentira...
Já pode dizer-se que é oficial: Passos Coelho é um mentiroso compulsivo!
Mente por tudo e por nada. Mente por um punhado de votos, sempre que cheire a eleições. Mente quando quer que as eleições se lixem. Mente para salvar a pele, quando as trapalhadas do seu passado lhe atrapalham o presente, e as trapalhadas do presente lhe não dão jeito nenhum para o futuro.
Mente por isto e por aquilo, mas mente porque já não consegue viver sem mentir. Mente até por acaso... Por acaso um dia teve a ideia de mentir, e nunca mais a largou...
Teria sido por acaso que reivindicou a autoria da ideia do fundo de privatizações da Grécia: "até tivemos por acaso, a ideia que desbloqueou o impasse ... fui eu que sugeri..." Seria sempre certamente por acaso... Uma ideia que seja, só mesmo por acaso. Não foi no entanto por acaso que mais uma vez mentiu. Não teve ideia nenhuma, nunca tem ideia nenhuma e, se por insondável e inexplicável razão, alguma vez tivesse uma ideia qualquer, ela não valeria de nada. Não chegaria a lado nenhum, simplesmente porque a quem só sabe abanar com a cabeça nunca ninguém reconhece ideia nenhuma. Os cachorrinhos não têm ideias!
Nem ideias nem sentido do ridículo. Não foi apenas o ridículo do "por acaso foi ideia minha" parodiado nas redes sociais que Passsos Coelho não percebeu. Não percebeu ainda que, mais que ridículo, é humilhante ser desmentido pelos seus próprios pares.
Em entrevista a sete jornais europeus, entre os quais o Kathimerini, Financial Times e Le Monde, Donald Tusk, o presidente do conselho europeu, diz com todas as letras que a proposta tinha sido apresentada pelo primeiro-ministro holandês Mark Rutte.
Claro que, entre os sete jornais europeus, nenhum é português. Talvez por isso tenha sido dada tão pouca relevância á notícia de mais uma mentira... Ou simplesmente, para a imprensa nacional, as mentiras de Passos Coelho não são já notícia. Afinal é coisa que se aprende logo na primeira aula de jornalismo: notícia não é o cão que mordeu no homem; é o homem que mordeu no cão!
Mas nesses sabe-se que houve envolvimento pessoal deSócrates - e nos outros também, Sócrates estava em todas - e de Lula da Silva. Por cá, Sócrates está preso. Por lá , sabe-se que Lula da Silva não está nos seus melhores dias, e que está presa gente que lhe é muito próxima, como José Dirceu e Octávio Azevedo, já detidos no âmbito do escândalo “Lava Jato”.
Quem está fora disto é Passos Coelho, que garante que Lula nunca lhe meteu cunha nenhuma. E que, da sua parte, se limitou a manifestar-lhe a estranheza por nenhuma empresa brasileira surgir interessada nas privatizações em Portugal.
Está visto que cada um é para o que nasce. E Passos nasceu para isto: o seu negócio é privatizações!
Que a crise grega não deixaria nada na mesma, já se sabia. O que não se sabia é que Merkel e Schauble viessem tão depressa tornar pública tanta divergência. E o que nem se imaginaria é que embalasse definitivamente François Hollande a alta velocidade para liderança da Europa…
Uma Europa a duas velocidades – ou a três, ou até mesmo parada, como tem estado – é uma coisa. Velha, até… Outra é, para isso, recuperar estatutos ou invocar privilégios. De fundador ou de outra coisa qualquer… Esta não lembraria mesmo a mais ninguém que a um francês… pequenino!
A gente percebe, nem precisa de explicar muito...É a Senhora Le Pen, não é? Mas não é assim que as coisas se resolvem, pois não?
Não admira que Pedro Passos Coelho continue a mentir desavergonhadamente a cada intervenção pública, a cada entrevista, em cada flash. Mentiroso é mesmo a principal característica que os portugueses lhe atribuem, como se ficou a saber numa sondagem recentemente divulgada. Não impressiona por isso que faça da mentira uma forma de vida. Ou uma forma de caçar votos...
O que impressiona é que na era do Google, do Twitter, do Facebook, ou do Instagram, com tudo o que é informação disponível ao segundo, com a possibilidade de tudo se confirmar ou desmentir à distância de um click, Pedro Passos Coelho continue impunemente a mentir, dia após dia, sem que um único entrevistador, um único repórter, o confronte de imediato com a mentira. Sem que ninguém lhe interrompa o chorrilho de aldrabices com um simples "olhe que não... olhe que não"...
A última entrevista à SIC é simplesmente exemplar. O Jornal de Negócios até fez isso, até utilizou esses recursos. Mas não fez a entrevista...
Primeiro foi Mme Lagarde. E logo os do costume saltaram a dizer que a senhora só falava assim porque colocava o FMI de fora. A senhora continuou a insisitir que agora vê claramente visto o que antes não conseguia enxergar... E que até já vê os credores a aproximarem-se, e a verem como ela vê.