Morreu o mestre
25/04/1947-24/03/2016
Mais que uma lenda do futebol, foi quem provavelmente mais contribui para o que é hoje este grande espectáculo, que não do negócio, do qual - curiosamente - se demarcou como poucos. Primeiro, como jogador único, dos poucos com lugar reservado no Olimpo. Do restrito número dos três ou quatro que poderão ser apontados como os melhores de sempre. Depois, como mestre do futebol. Cruiff não foi um treinador, embora tenha sido como treinador que inventou o actual Barcelona. O seu Barcelona. Foi um mestre que pintou futebol e que espalhou a sua arte pelo mundo!
Mas foi ainda um mestre que, mais que saber, acrescentou mundo ao futebol, rompendo com todos os estereotipos que o apequenavam. Sempre irreverente. Sempre altivo. Sempre vertical, a nada se dobrando.
E nisto não há quatro, nem três, nem dois que se lhe equiparem. Nisto, Cruyff foi único. É único!
Recusou-se a jogar o Mundial de 1978, na Argentina, para denunciar a sanguinária e terrorista ditadura militar, e dizer bem alto não à farsa da FIFA ao serviço da propaganda dos generais da Junta Militar, como sempre se recusou a curvar perante os interesses. Fossem eles quais fossem!