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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Condenado à irrelevância

 

A ideia que fica é que o presidente Marcelo, ao contrário do seu antecessor e sem grande surpresa, não fará nada para evitar expor a irrelevância política de Passos Coelho. Ao subscrever a intervenção do primeiro-ministro com vista a garantir alguns equilíbrios no capital estrangeiro do sistema financeiro nacional, Marcelo disse ao país que Passos não sabe do que fala. Ao acrescentar que o desejável seria mesmo que essa intervenção fosse consensual, o presidente não está apenas a puxar as orelhas ao primeiro-ministro no exílio. Está a condená-lo à irrelevância!

Cá por casa...

  

Há já uns dias que ando para dar conta desta novidade mas... tem ficado para trás. Trata-se de uma nova funcionalidade que a equipa do Sapo criou e que o Quinta Emenda adoptou, que permite ao leitor receber no seu e-mail, uma vez por dia, um resumo dos posts publicados.

Basta-lhe subscrever essa opção, mesmo aqui ao lado, entre o "Pesquisar" e os "Posts recentes" para passar a receber no e-mail - que será mantido secreto - um excerto do post. Para a leitura completa é só dar uma espreitadela ao seu Quinta Emenda...

Nada justifica que não se pergunte

 

Nada, nunca e em circunstância alguma, desculpa e muito menos justifica a barbárie. Não há desculpa possível, e muito menos perdão, para quem rapta, viola, estropia, destrói e mata. Selvaticamente, ao arrepio da decência, em choque frontal com o progresso e no brutal atropelo dos direitos e da diginidade humana.

É exactamente por isso que nada explicará Bruxelas, como nada explicou Paris, Madrid e Londres, como nada explica Ancara ou todos os outros actos terroristas ainda mais sangrentos mas que, por mais distantes, nem sequer as mais remotas explicações nos reclamam. 

Mas é também exactamente por isso que nestas ocasiões não nos podemos limitar, mais ou menos resignados, ao "je suis...", a acender velas e às palavras de circunstância. É também por isso que devemos questionar sem medos tudo o que há a questionar, desde uma simples declaração falhada do mais elementar bom senso - como, por exemplo e segundo consta, a do responsável pelo interrogatório ao terrorista detido na passada sexta-feira, que referia estar tudo a correr bem, com o inquirido a colaborar - à imunidade do topo da pirâmide que dirige toda a organização criminosa que suporta o terrorismo islâmico.

Não adianta muito, agora, "bater" em Bush, Blair, Asnar e Barroso, por muito que se lhes deva lembrar que não fazem parte dos comuns mortais que têm direito a dormir tranquílos. Mas há que perguntar por que, conhecendo-as, se não age sobre as fontes de financiamento do terrorismo. Sobre quem lhes compra petróleo - e tantas outras coisas mais - e lhes vende armas. E quem os financia directamente, com dinheiro feito nas principais praças financeiras por gente que pisa passadeiras vermelhas estendidas pelo Ocidente. 

 

 

 

 

 

"Inevitável"

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Pode dizer-se que era inevitável, embora "inevitável" seja precisamente o menos adequado dos adjectivos. Era inevitável que o terrorismo islâmico fizesse com mais morte - 23 mortos, por enquanto - esta prova de vida que acaba de fazer em Bruxelas, com sucessivas explosões no aeroporto e em duas estações de metro. No coração da capital da Europa, nas barbas do centro do poder europeu...

Não que fosse inevitável em razão da retaliação terrorista pela captura, há apenas quatro dias, justamente em Bruxelas, do dito cérebro dos ataques de 13 de Novembro, em Paris. De resto, nessa lógica, ouviu-se já hoje, em diversas circunstâncias, que "as autoridades estavam a contar " com este acontecimento. Quando se diz que "as autoridades estavam a contar " está a querer dizer-se que era inevitável que acontecesse. Mas a verdade é que, dizer-se que "as autoridades estavam a contar" que acontecesse, deveria ter por consequência evitar justamente que acontecesse. Estar a contar que aconteça, e deixar acontecer, é que não. É inacção!

Pode até acontecer que os ataques terroristas de hoje em Bruxelas não tenham nada a ver com uma Europa paralizada, encurralada num beco sem saída, sem capacidade de resposta para coisa nenhuma. Podem até ter apenas a ver com a realidade belga, com múltiplas fronteiras, bairros de emigrantes muito fechados, guetizados, de onde saem muitos jovens para as fileiras do daesh - a Bélgica é, percentualmente, o país com mais cidadãos nacionais alistados no autodenominado Estado Islâmico - e um débil sistema policial e de contra-terrorismo, que como sistema simpelsmente não funciona. Mas a imagem que fica dos ataques terroristas de hoje é a de um império que já nem a sua capital consegue defender.

 



 

 

Histórico? Ou simbólico?

 

Está a fazer-se História em Cuba, com a visita de Obama - diz-se. Poderá ser que sim, mas também poderá ser que não. Depende de muitos "ses", como sempre aconteceu com a História destes dois tão desiguais vizinhos. Se não tivesse sido o embargo americano... Se a estratégia não tivesse sido sempre a do golpe a seguir a cada golpe... Se não fosse a guerra fria... Se kennedy .... Se kissinger... E se tudo isto não tivesse afinal servido para reforçar e fechar ainda mais o regime cubano.

Esta é mais uma marca de Obama. Mas poderá não ser muito mais que exactamente isso: um símbolo, como muitos outros que deixou. Mas que se arriscam a nem como símbolos ficarem na História.

Circunstâncias e remendos

Boavista-Benfica, 0-1 (crónica)

 

Se há jogos que valem um campeonato, este de hoje, no Bessa, poderá ter sido um desses. O Benfica procurou o golo desde o primeiro minuto, mas a verdade é que só o encontrou ao nonagésimo segundo dos 95 minutos que o jogo teve. Até por isso, pelo minuto 92, fica a ideia que este há-de ser um jogo para a História deste campeonato.

Não foi bem jogado, mas foi muito disputado e muito marcado pelas circunstâncias. De um lado um Boavista moralizado, que vinha de um excelente resultado (3-0 ao Marítimo, no Funchal) que lhe permitira fugir dos lugares de despromoção, a jogar forte e feio, correndo como se não houvesse amanhã, o que lhe permitia multiplicar os jogadores em campo. Não diria que o Boavista jogava com o dobro dos jogadores do Benfica, mas lá que parecia que jogava com 15 ou 16, parecia. No ataque, o Benfica jogava sempre em um para três: cada jogador do Benfica tinha sempre três do Boavista em cima, se o primeiro não ficava com a bola os outros dois tratavam do assunto, fosse lá de que maneira fosse...

Do outro, um Benfica cheio de remendos. E desta vez bem à vista, nada disfarçados. Eram muitos os buracos a remendar, mais que de costume, mas os remendos também não eram dos melhores. Se o Samaris já nos mostrou que se safa muito bem a central, a verdade é que ocupa o lugar do miúdo,  e obriga a duas mexidas: substitui o Lindelof e este é que acaba por substituir o Jardel. Depois, o Nelson Semedo ocupou o lugar do Andé Almeida que, por sua vez, ocupou o do Fejsa. E vão quatro... 

Mas o pior foi mesmo na frente. Para remendar o buraco Gaitan, Rui Vitória socorreu-se do Pizzi, tirando-o da direita para lá colocar o Salvio, que não quis deixar de fora. Não correu bem: Salvio ainda está longe (será que ainda lá chegará?) do que pode valer, e Pizzi, na esquerda, desaparece. E os dois pontas de lança nunca se entenderam, fugindo ambos da área e fugindo a maior parte das vezes para o mesmo sítio. Quer isto dizer que, na frente, para dois buracos - Gaitan e Mitroglou (espero que leve uma boa multa, para não se voltar a esquecer que não pode despir a camisola) - Rui Vitória apresentou três remendos ... Que só não valeram por quatro, porque o Jonas fez aquele golo na única oportunidade que teve. E lá se redimiu... 

Nestas circunstâncias - sete ou oito remendos, porque o miúdo na baliza é já outra coisa - o jogo teria de ser, como foi, muito difícil. E a vitória, estes três pontos que seguraram a liderança que já todos víamos a fugir entre os dedos, muito importantes. Até porque fiquei convencido que se o Boavista jogar sempre assim, como fez hoje, não tem problema nenhum com a despromoção! 

 

Velho, resmungão e teimoso

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Não é inédito, é mesmo muito frequente: alguém a chegar, a querer entrar, mas com o lugar ocupado por alguém instalado, que não quer sair e se recusa a ceder o lugar. Aí temos a nossa bela prima comum, a Primavera, às ordens do calendário, a querer entrar mas a esbarrar no velho e resmungão Inverno. Que não se vai embora por nada...

Nada que equinócio não acabe por resolver: mesmo com todo este cinzento, e com esta chuva toda, aí está ele no dia que é igual à noite. Daqui para a frente é vê-los crescer, aos dias, para correr de vez com o velho Inverno e deixar instalar a Prima. A Vera.

Salvaguardando as distâncias

Imagem relacionada

 

Observadores e analistas dão conta da protagonismo dos media no momento crítico que o Brasil atravessa. Que vão muito para além da influência, mais ou menos natural, para se transformarem em parte do conflito. E como tomam parte...

Não pode deixar de arrepiar que se fale da Globo lado a lado com forças armadas. E no entanto assim é, nesta crise a Globo aparece-nos como um player...

Salvaguardadas as distâncias, também por cá percebemos isso quando vemos, por exemplo, as notícias que dão o Orçamento de Estado como uma manta de retalhos, em vez de, por exemplo, darem notícia que é, para muitos e relevantes observadores, o melhor orçamento dos últimos anos. Ou quando as notícias se focam em centenas de alterações, metidas a martelo no orçamento, e ignoram o processo negocial de que resultaram... E as vantagens para a democracia da negociação e da procura de consensos na construção de um instrumento de governação tão importante como o orçamento. Ou na forma jocosa como certa imprensa adoptou a geringonça, usando e abusando da expressão para continuar a minar a legitimidade da governação e a diminuir o executivo.

E não deixa de ser curioso reparar como a Globo foi sempre o modelo da SIC. Salvaguardadas as distâncias, bem entendido...

 

Matar o futuro

Brasil

(Foto roubada daqui)

 

As escutas telefónicas entre Dilma e Lula, hoje reveladas, são o golpe final na sua credibilidade política, o golpe final no regime e, muito provavelmente, o golpe final na democracia no Brasil, que não irá conseguir resistir à mistura explosiva de uma crise económica sem precedentes com a maior crise institucional e de representação dos últimos 70 ou 80 anos.

Nunca o Brasil enfrentou um quadro político e económico de dimensão tão catastrófica. Nunca o Brasil sonhara  tão alto, para depois cair tão fundo, numa real tão dramática. Lula tirou o Brasil da miséria e acrescentou-lhe futuro, o futuro que parecia estar ali à mão mas que sempre fugia, cada vez mais inalcansável. Prometido, mas também sempre adiado. E agora negado...

Admitíamos que em dez anos Lula tivesse mudado o Brasil. Percebemos hoje que dez anos não chegaram para mudar o Brasil, mas que chegaram para mudar Lula. E é esse hoje o drama do Brasil, um país que não muda, mas que muda quem o quer mudar. Que mata a mudança pela raiz, para que a velha agenda nunca desapareça, e esteja sempre pronta a regressar às primeira filas...

 

Coisas parvas

 

O  ministro Caldeira Cabral veio agora desculpar-se da recomendação que deixara aos portugueses para que que se abstivessem de abastecer combustível em Espanha. Não percebe a indignação - diz ele - porque não acusou ninguém de falta de patriotismo, de menos amor à pátria ou de menor fervor nacionalista. 

Mas o que afinal não percebe, e o que é grave que não perceba, é que a única coisa que indignou os portugueses foi mesmo a parvoíce da coisa. E que, com esta emenda, deixou o soneto ainda mais parvo!

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