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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Há coisas inexplicáveis

 

 

Há coisas inexplicáveis, que ultrapassam qualquer capacidade de entendimento.

Percebe-se que, às vezes, os jogadores entrem a dormir. Percebe-se que às vezes tenham alguma difculdade em perceber que o jogo começa logo que o árbitro apita. E que também só acaba ao último apito. 

Percebemos que os jogadores do Benfica tivessem entrado a dormir, e sofrido um golo na bola de saída, aos 10 segundos. E percebemos como esse golo serviu de despertador. Como os jogadores acordaram e partiram para meia hora de sonho, mas bem acordados. A alta velocidade e numa pressão asfixiante sobre o adversário, com as oportunidades de golo a sucederem-se a um ritmo alucinante. Mas tanto volume e tanta qualidade de jogo, e tanta oportunidade só deu dois golos: aos 20 e aos 24 minutos. 

O que não percebemos é que, consumada a reviravolta, feito o segundo golo, a equipa tenha começado a desligar-se do jogo. Os últimos 10 minutos da primeira parte já foram uma chatice. Mas nada que fizesse esperar o que estava para vir...

Com o arranque da segunda parte os jogadores começaram a desaparecer. Um a um, todos foram desaparecendo e à passagem da hora de jogo já só lá andavam as camisolas, como que transportadas por fantasmas apostados em assombrar a noite da chuvosa da Luz. Valha que o Ederson ficou até ao fim - foi o único!

A partir dessa altura, dos 60 minutos, no Estádio ou em casa, em frente ao televisor, apenas se esperava pelo golo do Setúbal. Sentia-se que o Benfica não conseguia mais voltar a um jogo que já só tinha para dar o golo do empate. A cada minuto que passava mais se sentia isso. Não eram os briosos jogadores do Vitória de Setúbal que assustavam; eram mesmo os do Benfica.

De tal forma que, mesmo no fim, e como o adversário não conseguira criar uma única oportunidade nessa assustadora meia hora final, Pizzi, que não sabia o que era acertar um passe havia mais de uma hora, resolveu efectuar um passe a rasgar a sua própria defesa e isolar um avançado adversário. Valeu que o Ederson não se tinha ido embora, e com a sua incrível rapidez de decisão e de execução - verdadeiramente única - evitou o golo. E o empate. E sabe-se lá mais o quê...

Os adeptos, que voltaram a encher a Luz - mais de 55 mil numa segunda-feira! -, puxaram pela equipa. Deram-lhe todo o colinho, mas também se cansaram. E assobiaram, pela primeira vez desde há muito tempo.

Porque foi mesmo mau demais. Não há ressaca de Champions que consiga explicar o que se passou esta noite... Mas também não é fácil explicar a passividade de Rui Vitória perante aquela segunda parte. O homem é de gelo? 

 

 

Inaceitável

Resultado de imagem para isabel dos santos e carlos costa

 

O governo empenhou-se na solução do problema do BPI, e tudo parecia ter acabado em bem, livrando o Banco das pesadas sanções do BCE. 

O acordo entre Isabel dos Santos e os catalães do La Caixa foi dado por certo à CMVM, e ao próprio BCE. Nos últimos dias começou a notar-se algum recuo do lado da filha do presidente angolano, e percebeu-se que nada era assim tão definitivo. Que havia trunfos na manga...

AcaResultado de imagem para isabel dos santos e carlos costabamos de perceber que Isabel dos Santos tinha pendentes umas declarações de idoneidade do Banco de Portugal, entre as quais a da sua própria idoneidade. E que, de pé atrás, terá achado prudente esperar que o Banco de Portugal despachasse o assunto para, então sim, assinar o acordo.

A verdade é que Isabel dos Santos, sem nunca ter invocado essa condição, fez depender a confirmação do acordo no BPI da atribuição de idoneidade para a nova admnistração do Banco BIC, que vai substituir Mira Amaral, de saída para a reforma. E a verdade é que isto é chantagem. E é inaceitável!

Mas há o outro lado. Não custará muito a admitir hipotéticas razões que justifiquem que o Banco de Portugal, bem menos criterioso em tantas outras circunstâncias, recuse a idoneidade a Isabel dos Santos (é isso que está em causa, evidentemente). Mas custa ainda menos admitir que, depois do envolvimento do governo na solução do caso BPI, ao que constou com o comprometimento num reforço da posição accionista de Isabel dos Santos no BCP, este seja mais um espisódio da guerra (ab)surda entre o administrador do Banco de Portugal e o governo. Dificilmente poderá deixar de ser mais uma batalha na guerra entre António e Carlos Costa... O que  não é menos inaceitável!

 

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