Irradiações
Pronto: a Comissão Europeia disse. E disse que as previsões do governo estão exageradas e, como gosta de amedrontar, que a coisa pode ser grave. Que o défice será este ano de 2,7%, em vez dos 2,2% do governo. Porém, bem dentro, pois, e pela primeira vez, das regras do Tratado Orçamental... Isto não disse.
Coisa que, para Maria Luís Albuquerque, com a autoridade de quem sucessivamente falhou todas as metas, é a prova provada que são necessárias as tão reclamadas medidas adicionais. Para Assunção Cristas, é a garantia que as contas do governo não batem certo, que "Infelizmente não há uma semana que passe que não haja alertas", e que vem aí o apocalipse. E para o presidente Marcelo, lá por terras de Moçambique, é simplesmente uma excelente notícia: não se lembra há muito tempo de um défice tão baixo em Portugal.
Irradiações. Cada um irradia o que quer. E o que pode. Já o presidente irradia o que deve irradiar. Por muito que isso custe ao Passos Coelho... E à Maria Luís. E à Assunção...