Um alívio que poderá não servir de muito
A Europa estava em suspenso - ou se calhar nem estava - com a séria possibilidade de, na Áustria, ser eleito um nazi-fascista para a presidência da República. Encerradas as urnas, ontem, o candidato da extrema-direita, Norbert Hofer, era o mais votado. Faltava contar os votos por correspondência que, contados, parece que inverteram o resultado eleitoral, com o ecologista Alexander van der Bellen a ganhar com 50,01% dos votos.
Por um voto se ganha, e por um voto se perde - costuma dizer-se. Não terá sido por números muito diferentes que a Áustria escapou às garras da extrema direita que avança pela Europa fora. Ao que parece sem grande preocupação por parte da nomenklatura europeia. Longe vão os tempos em que a União Europeia ameaçava a Áustria de Heider. Ao conviver na paz dos anjos com os governos de extrema direita do leste europeu, o fundamentalismo neo-liberal europeu tudo tolera. Talvez nem estivessem assim tão preocupados com a chegada à presidência do sucessor de Heider.
Desta vez a Áustria escapou do manhoso Hofer. Por uma unha negra. Daqui a pouco está aí a França e a ainda mais manhosa Le Pen. E será bem mais complicado...