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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

É assim, no Brasil...

 

A votação que destituirá Dilma, a esta hora, ainda não aconteceu. Mas já são conhecidos os resultados: os senadores, um a um, comunicaram antes o seu voto ao “A Folha de São Paulo”. Mais tarde, lá para o final da manhã, Michel Temer será notificado para formar governo. Que já formou e que já está anunciado...

É assim, no Brasil...

Um debate falso. E falseado!

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O debate da Educação chega esta tarde ao Parlamento. Só que não é de Educação que se trata, é de negócios!

Quando o anterior governo alterou o Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, eliminando a obrigatoriedade de os contratos estarem dependentes da carência de oferta pública, permitindo assim que o ensino privado crescesse que nem cogumelos lado a lado com escola públicas, não estava a cuidar de Educação. Estava a cuidar de negócios. Quando Passos Coelho fala de "um produto de oferta educativa fechado” não está a falar de educação. Está a falar de negócios.

Está a falar de um negócio onde se movimenta uma grande parte da própria classe política da área do poder. O que serve para explicar como tão pouca gente - são no total 80 as escolas que recebem os oitenta e tal mil euros por turma, mas não serão muito mais de meia dúzia as empresas que as detêm - consegue fazer tanto barulho. 

Na realidade o governo não está fazer nada mais que repôr a mais simples condição higiénica do negócio, que o anterior cirurgicamente eliminou: o Estado contrata o que precisa, não pode estar obrigado a contratar o que não precisa. E não pode estar refém dos interesses particulares de quem quer que seja!  

 

A não nomeação

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Poderia pensar-se que a categórica vitória do Benfica, ontem na Madeira, tivesse finalmente o condão de colocar algum tino nas cabeças dos sportinguistas mais desatinados. Pura ilusão. Nem assim.

Ontem, um deles, na estação pública de televisão, bem pago e normalmente mais bem bebido, não se limitou a defender a "estratégia da mala". Foi mais longe e ofereceu ele próprio, à sua conta, do seu bolso, mil euros aos jogadores do Nacional.

Hoje, na sua habitual homilia "facebookiana" diária, o líder e o mais desatinado dos desatinados, começa a semana com a denúncia da "escandalosa" pressão benfiquista para a não menos escandalosa não nomeação do árbitro Hugo Miguel. Veja-se só o escândalo: o Benfica está a movimentar todas as sua sinistras influências para que, para o seu último jogo, não seja nomeado o árbitro que Bruno de Carvalho gostaria que fosse nomeado.

Verdadeiro escândalo. Absolutamente inaceitável. Onde é que já se viu uma coisa destas?

Não faço a mínima ideia se Benfica está a mexer uma palha que seja para que o Hugo Miguel não "caia" na Luz. Não tenho dúvidas que este é ainda um árbitro da velha guarda. E não me esqueço das suas arbitragens nos dois últimos campeonatos que o Benfica perdeu. Nem da do último dia do último deles, o tal do minuto 92, naquele Paços - Porto final, quando logo no início arrancou um penalti numa falta a meio campo. Não fosse o diabo tecê-las...

Mas estou verdadeiramente escandalizado. Quem se acha esta gente do Benfica para - se for o caso, bem entendido - não acatar a legitimidade soberana de Bruno de Carvalho para escolher os árbitros para os jogos do adversário?

Sim, porque o problema já só está na escolha dos árbitros para o Benfica. Para os do Sporting já todos servem... Porque no futebol, em Portugal, o crime compensa. Continua a compensar.

À campeão. Para que não haja dúvidas...

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Neste tão badalado jogo da Madeira, o Benfica fez questão de demonstrar por que vai ser, com toda a justiça, de novo campeão. Por causa das dúvidas…

Nem entrou bem no jogo. A velocidade e a intensidade com que entrou não eram suficientes para agarrar um jogo que não se podia dar ao luxo de não ganhar. Coisa temporária, que rapidamente se resolveu. Pouco a pouco o Benfica soube levar ao jogo tudo aquilo que ele pedia. À meia hora de jogo a equipa já asfixiava o Marítimo, encostado à sua baliza. Já tinha uma bola no ferro, com mais magia do Jonas, e o árbitro já tinha feito vista grossa a dois lances para penalti, um deles com o cúmulo de um amarelo - decisivo - ao Renato Sanches. Para controlar danos, o Marítimo começou a deitar mão ao antijogo que se tem visto aos adversários do Benfica, lançando jogadores para o chão, uns atrás dos outros. E contou com a preciosa ajuda do Renato Sanches. Porque a do sucessor do Olegário Benquerença já vinha de trás, do tal penalti não assinalado com cúmulo em amarelo. A expulsão do miúdo, a sete ou oito minutos do intervalo, colocava ponto final no sufoco do Benfica. Que não na imensa superioridade do Benfica. Nem na crença benfiquista!

Com dez, na segunda parte, o Benfica dominou por completo o jogo. Noutro registo, sem sufocos nem asfixias, o Benfica marcou por duas vezes, teve mais uma bola no ferro, e criou mais três ou quatro oportunidades claríssimas de golo. Numa delas o Pizzi cometeu a proeza de acertar no guarda redes deitado no chão… E o tal discípulo de Benquerença deixou ainda passar mais um penalti sobre o Mitroglou.

Isto é “à campeão”. Isto é de campeões… Com mala ou sem mala. Com dez ou com onze. Com o campo encharcado – com os jogadores a escorregarem pelo campo encharcado, ao intervalo voltaram abrir as torneiras – ou seco. Contra tudo e todos, esta sensacional equipa do Benfica esteve-se nas tintas para as contrariedades. Foi-se ao jogo e ganhou-o com toda a clareza.

E vai certamente ser campeão, tricampeão, 39 anos depois… E vai certamente festejar o 35 no próximo domingo!

Caras de pau

 

 

O PSD assinalou hoje o seu 42º aniversário juntando, no Porto, mas à volta do Marão, duas das suas maiores caras de pau: Durão Barroso e, evidentemente, Pedro Passos Coelho. 

Durão Barroso virou-se para o Marão porque o governo português não só não convidou ninguém da União Europeia para a inauguração, como, ainda por cima, não lhe agradece, curvado, os 88 milhões de euros que, para a obra, de lá vieram. Passos, porque não quis por lá aparecer como ex-primeiro ministro, nem - garantiu - apareceria mesmo que fosse primeiro-ministro. Porque, jurou a pés juntos, nunca andou por aí a inaugurar nada enquanto foi chefe do governo... Tinha mais que fazer.

Barroso, com aquela cara de pau torneada por 10 anos de Comissão Europeia, não quis saber quem foi e quem não foi convidado. Achou apenas que aquilo encaixava no seu discurso e na sua dama. Passos, com aquela cara de pau que nunca cora de vergonha, esqueceu-se que, à falta de grandes obras, inaugurava a eito tudo que lhe aparecesse á frente. Até aquela escola que o presidente da Câmara  de Paredes foi descobrir para lhe dar a inaugurar. Para que pudesse continuar a fazer de conta que ainda era primeiro ministro ...

Mandam os que lá estão... E os que lá estiveram?

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É hoje inaugurado o túnel do Marão, ligando finalmente em condições decentes o porto de Leixões a Vila Real, a Bragança, a Espanha...

Cai uma fronteira, deixa de fazer sentido falar em para lá do Marão. Não quer dizer que lá deixem de mandar os que lá estão. Que mandem. Que continuem a mandar, agora que certamente ficam com melhores condições para isso. Para outro mandar, aberto em vez de fechado!

António Costa leva muitos convidados à inauguração. Convidou muita gente, e naturalmente convidou os seus dois últimos antecessores: Sócrates, com quem a obra se iniciou (não faz sentido dizer "que a inicou"), e Passos Coelho, com quem teve continuidade, (não faz sentido dizer "que a continuou"), depois de alguns soluços.

Passos recusou. Só vai a inaugurações como personagem principal. Nem que seja a escolas há muito a funcionar, em tempo de resistência activa à realidade. Sócrates aceitou, sem hesitar. E lá estará, encantado, nas suas sete quintas.

Mandam os que lá estão... E os que lá estiveram? Não deixará de ser curioso: Passos recusa-se a ser ex-primeiro-ministro. Sócrates não quer que se esqueça sua condição de ex-primeiro ministro!

 

 

 

 

Stop TTIP ou "A estratégia da aranha"

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"Paciência. Criatividade. Perversidade. São inúmeras, na história da arte, ou na mitologia, as referências às características da aranha. Entre as milhares de espécies existentes, algumas dezenas têm uma picada muito perigosa para os humanos. Há quem se deixe tomar pela aracnofobia, uma rejeição extrema, não apenas da peçonha, como tudo quanto possa estar ligado à aranha. Por exemplo as teias. Como as que têm vindo a ser tecidas em segredo entre a União Europeia e os EUA da América na negociação do TIIP-Tratado Transatlântico de Comércio e Investimento. Como ontem, numa citação do jornal "Guardian", titulava Joana Azevedo Viana no Expresso Diário, este é "o assunto mais aborrecido com que todos deviam estar preocupados". A aranha move-se silenciosa. Tem o tato e a visão muito desenvolvidos e a paciência bastante para provocar a intrusão na mais absoluta das discrições. O TIIP começou a ser negociado em 2013, mas ageneralidade dos europeus tem andado distraída das consequências de um tratado cuja aprovação e aplicação resultaria numa secundariação absoluta do papel do Estado nos serviços públicos, na segurança ambiental e familiar, com consequências gravosas na regulação financeira, na defesa e privacidade dos cidadãos ou nos direitos laborais, transformados numa espécie de cidadela a varrer do mapa, custe o que custar. O objetivo de reduzir os entraves regulatórios e a burocracia para potenciar ao máximo as trocas entre os EUA e a EU tem sido negociado longe de qualquer olhar. Nenhuma organização não governamental ou parlamento nacional, nem sequer os membros do parlamento europeu têm acesso aos documentos, nem estão à mesas das negociações. Os defensores do acordo, como Luísa Santos, diretora das relações exteriores da Business Europe, uma estrutura do patronato europeu, citada há dias pelo El País, sustentam que "as pessoas que protestam estão contra a globalização e o comércio internacional em geral". No Expresso Diário, Mark Dearce, pertencente à ONG War on Want, afirma que o TTIP representa "a maior tomada de poder pelas grandes empresas a que se assistiu numa geração". Ainda segundo Dearce, "através da desregulação, privatizações e do mecanismo de 'tribunais corporativos', este acordo secreto vai colocar as grandes empresas numa posição em que podem destruir as proteções sociais, ambientais e de saúde, forçar a privatização dos serviços públicos e levar governos a tribunal por causa de qualquer prática que afete os seus lucros". As aranha começam por digerir os alimentos fora do corpo. Só depois da completa captura da presa a cobrem com os seus sucos digestivos e a sugam. Nunca têm pressa. O processo é lento. Mas é implacável, a estratégia da aranha".

Este texto, da autoria do jornalista Valdemar Cruz, publicado no "Expresso Curto", é mais uma excelente contribuição para "STOP TTIP".

À volta de Krugman

 

Paul Krugman voltou a passar por cá. E a defender as teses da anti-austeridade, a apontar o dedo ao fundamentalismo (político) económico reinante na União Europeia e, de uma forma geral, a dar cobertura à política económica do governo.

Apontou os dois maiores riscos da economia portuguesa: o envelhecimento da população - com o que representa de encargos, e com o que dificulta a inovação e o consumo - e a emigração, a caixa da emigração jovem que se abriu nos últimos quatro anos.

Na realidade entendo que Krugman se referia às duas maiores ameaças que pairam sobre a nossa economia e a nossa sociedade: a natalidade - hoje, mais uma vez, em discussão na Assembleia da República - e a emigração. O resto são tretas, modas, ou o que lhe queiram chamar.

O problema, como se qualquer deles não fosse suficientemente grave, é que ambos convergem para o mesmo ponto: o envelhecimento da população. Se, não nascendo gente nova, a população envelhece, envelhece ainda mais quando os mais novos partem, ficando apenas os mais velhos.

Fomentar a natalidade e estancar a emigração - é um fenómeno de pura aberração que um país pobre gaste recursos a formar pessoas para depois entregar os países mais ricos - não é uma mera decisão política. Tem que ser, sem qualquer sombra de dúvida, o principal objectivo estratégico do país. Mas, aí está: sem crescimento económico não vale sequer a pena enunciá-lo. 

 

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