Fenómeno tipicamente americano
Não me parece que se possa classificar o massacre de Orlando - 50 mortos e 53 feridos - como um atentado terrorista clássico, organizado a partir de um qualquer núcleo de uma qualquer organização terrorista a soldo do fundamentalismo islâmico.
É, como disse Obama, "o mais mortal ataque com armas na história dos Estados Unidos". É isso: o mais mortal de um fenómeno que é tudo menos raro na América É, ainda nas palavras de Obama, "mais um exemplo da facilidade de disparar e matar", infelizemente tão comum na América. Diria mesmo que tão enraizado na América, e que nos remete para a legislação de aquisição, uso e porte de arma, sempre na ordem do dia, mas sempre obstruída pela vontade política subserviente, como se pode também ler das palavras de Obama: "É uma decisão que temos de tomar e não fazer nada também é uma decisão”.
O massacre num club de homosexuais, levado a cabo por um homem armado com uma espingarda e uma pistola, integra-se muito mais num quadro de loucura homofóbica que no de terrorismo islâmico. Mesmo que o louco criminoso, na imagem, seja de origem afegã.
Até poderá, eventualmente, vir a provar-se o envolvimento do terrorismo islâmico. Mas este é um fenómeno tipicamente americano, mesmo que a Trump - ele próprio a cara do fenómeno - interesse evidentemente dizer outra coisa.