De volta ao oito
Se não havia muitas dúvidas que, no relvado, os portugueses se desenvencilhariam facilmente dos islandeses, não havia dúvidas nenhumas que nas bancadas seriam totalmente destroçados.
A imagem do jogo é essa, a das bancadas, onde uma imensa minoria islandesa deu um banho completo à imensa superioridade portuguesa. Lá em baixo, no relvado, as coisas não foram muito diferentes: a imensa superioridade da selecção nacional foi abafada por uns rapagões altos e louros, mas com pouco jeito para jogar à bola.
Que não jogam nada, é certo, mas que marcaram um golo, o suficiente para não perderem o jogo. E que não foi tão acidental quanto isso: os islandeses, mesmo a não jogarem nada, tiveram mais duas ou três oportunidades em que poderiam ter marcado. Não muitas menos que Portugal, afinal.
Fica a ideia que a selecção não preparou adequadamente este jogo. Mesmo na primeira parte quando, passado que foi o primeiro quarto de hora, parecia que a selecção nacional dominava e controlava os acontecimentos, ficou sempre a ideia que a equipa não sabia muito bem que jogo estava a jogar. Na segunda parte isso confirmou-se em absoluto, com a equipa a ser sempre batida da mesma forma, nos mesmos lances. E sempre sem saber como sair daquilo.
E ficou ainda outra ideia que não abona - também - muito em favor do seleccionador nacional: perdeu todas as que foram as apostas que decidiu fazer. Perdeu a aposta nos dois laterais e perdeu a aposta no trinco. O que a juntar às apostas perdidas que já trazia de trás - Moutinho, completamente fora de forma, e João Mário muito (por) fora do jogo da selecção - é perder muita coisa.
Não deixa de ser curioso que, num futebol com a fama - e muito proveito - de produzir os melhores alas do mundo, a selecção nacional recorra a médios interiores, como são João Mário e André Gomes, para os corredores laterais.
E pronto, a tão esperada estreia, deu nisto. Este tão português oito, depois do oitenta da semana passada. Que volte no próximo sábado.