Já estamos nas meias. Mais uma vez!
Foi nos penaltis, e isso vai dar para continuar a alimentar uma imagem pouco simpática da selecção nacional. É verdade, uma selecção que habitualmente suscita simpatias generalizadas, arrisca-se a tornar-se na menos cativante da competição. O patinho feio deste Europeu.
Foi nos penaltis, abusando mais uma vez da saúde cardíaca dos portugueses. Mas podia não ter sido. Devia não ter sido, o que não quer exactamente dizer que a equipa nacional tenha merecido outro resultado. Quer dizer que Portugal teve tudo para partir para outro resultado.
Entrou mal, sofrendo um golo logo no primeiro minuto. Prolongou essa má entrada por quase meia hora, mas depois, e em particular depois de chegar ao empate pelo tal miúdo que não podia jogar de início, teve o adversário aos seus pés. Durante todo um outro jogo, nos 90 minutos que se seguiram.
Pela posição que historicamente ocupa no ranking mundial. Pela condição - rara - de semi-finalista em quatro dos últimos cinco europeus, com o adversário a aceitar a subalternidade, a selecção portuguesa, mesmo sem futebol para isso, teria que puxar desses galões e teria de tudo fazer para ganhar este jogo.
A verdade é que não fez, e foi pelo caminho da Polónia. Que esperou pelos penaltis, enquanto os portugueses pareciam esperar pelo minuto 117. Ambos à espera que a história se repetisse!
Não se repetiu. Fez-se uma história nova!
A continuar assim, se a história se não voltar a repetir, para chegar à final Portugal terá de ganhar o jogo das mais finais. Já não há como empatar!