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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

No topo da indecência *

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O título de campeão europeu que Portugal conquistou em França, dando aos franceses mais uma oportunidade para mostrarem o seu chauvinismo desbragado que destila mau perder, deixou o país em festa, a rebentar de emoção.

Nada que comovesse os senhores de Bruxelas, mesmo com Mário Centeno a chegar de cachecol ao pescoço, porventura esquecido que esse não é o adereço que por lá mais apreciem num ministro das finanças. Já fizeram a vida negra a um, e ainda se desconfia que tenha sido pelo cachecol…

Nada que comovesse os senhores de Bruxelas – dizia eu – que continuam a ameaçar-nos com as sanções, sem atar nem desatar, nem sim nem sopas. Mas a fazer mal, a fritar em lume brando.

A maior sanção é a ameaça permanente de sanções. É a chantagem, o medo… Há gente que acha que é chantageando e impondo o medo que se conduz a União Europeia, vejam bem ao que isto chegou. Gente sem interesse, mas cheia de interesses …Como Durão Barroso, que nem sequer hesitou um segundo no momento de dar um autêntico golpe de misericórdia na Comissão Europeia.

Quando, enquanto expressão máxima das instituições europeias, mais precisava de ser prestigiada, reforçada, e credibilizada, Durão Barroso abre a porta directa que dá para a alta finança mundial e deixa-a escancarada para toda a gente ver como os senhores do mundo põem e dispõem do poder na Europa, para a partir daí porem e disporem dos povos.

Não o fez, evidentemente, para nos mostrar mais nada que a sua ambição pessoal desmedida e a forma nada escrupulosa como sempre tratou da vidinha. E que de nada valeu aos seus antepassados na Comissão Europeia terem estabelecido uma generosa pensão – e sabe-se bem como são largas as mãos da União Europeia nestas coisas – para evitar tentações aos seus mais altos representantes na reserva.

Barroso, que nunca teve vida profissional que se lhe conhecesse para além da política, não atingiu o topo da carreira empresarial, como, provavelmente por ironia, afirmou o presidente Marcelo. Limitou-se a atingir o topo da indecência!

 

PS: Procurei uma foto para ilustrar este texto, como faço habitualmente. Pesquisei por "indecência" e, entre muitas fotografias de muitas indecências, lá estava esta. Por isso a aproveitei.

* Da minha crónica de hoje na Cister FM

Golpe de Estado na Turquia

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A notícia do derrube de Erdogan é uma boa notícia. Sem dúvida nenhuma. Tinha feito da Turquia tudo o que uma democracia não pode ser. Acelerou por caminhos teocráticos, promovendo a crescente islamização do país, porventura por encontrar por aí a melhor forma de perpetuar o seu poder pessoal, esgotados que foram todas os caminhos institucionais antes tentados.

Para já, o pior que esta notícia pode ter é... ser francamente exagerada. Depois, logo se vê. Já não estamos habituados a golpes militares por estes lados, mas lembramo-nos bem que sabemos sempre como começam. Como acabam é que já é mais difícil saber... 

A fronteira que não poderia ser aberta

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Os dados já conhecidos não apontam assim tão claramente para um ataque terrorista formal - deixem passar a expressão - do género dos que têm vindo a suceder-se em França, na Bélgica ou na Turquia. Não tanto, mas também, por não ter sido ainda reinvindicado por nenhuma das organizações terroristas islâmicas. Nem, mas também, por divergir no modus operandi: para tudo há uma primeira vez, e o método nem foge muito do utilizado  pela Al Qaeda, em particiular, em território árabe.

Sabe-se que o autor de tão ignóbil acto de morte e terror é cidadão francês, de origem tunisina, com cadastro criminal, de roubo e violência.

O terrorismo não se limita a recrutar, treinar e preparar operacionais para levar a cabo a sua estratégia de terror. Vai muito para além disso, fazendo de cada uma das suas acções bem sucedidas uma semente lançada no campo fértil da marginalidade e do crime. Milhares de jovens desestruturados, socialmente marginalizados e sem esperança nem futuro, depois de  arrastados para o mundo do crime, facilmente se deixam seduzir pela violência terrorista. E rapidamente se transformam em terroristas por conta própria, que encontram no terror forma de vida. E de morte, que também é forma de dar a volta à vida!

Se já era difícil vencer o terrorismo, a partir de agora, rompida esta fronteira ténue com a marginalidade e o crime, a missão torna-se ainda mais difícil. Esta sim, é a fronteira que nunca deveria ter sido aberta.

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