A explosão do mimetismo terrorista*
Assistimos a uma escalada de terror, com o medo a invadir os cidadãos europeus onde quer que estejam, numa das mais sérias ameaças de destruição da Europa. Já não bastava o processo de autodestruição em que se lançara…
O jihadismo islâmico conseguiu o que provavelmente nunca ninguém imaginou que pudesse atingir: instalar o medo no mundo ocidental sem ter que mexer uma palha, limitando-se a, algures, a partir de um qualquer servidor, emitir comunicados a reivindicar ou a saudar massacres terroristas.
Esta espécie de franchising de terrorismo internacional, lançado há uns anos pela Al-Qaeda, atingiu agora uma outra dimensão com o Daesh. Que, quanto menos poder operacional tem, maior capacidade de destruição atinge.
Não que não destrua e mate mais, directamente, no seu terreno e com a sua operação, militar e terrorista. Os atentados no Iraque, na Síria, e até na Turquia, têm destruído muito mais vidas que os dos terroristas por conta própria na Europa. Mas estes têm muito mais impacto nos objectivos globais do terrorismo islâmico.
O que tem acontecido depois de NIce, a um ritmo alucinante em França e na Alemanha, é o tecto do medo enquanto objectivo central dos terroristas.
Os europeus começam a ter medo de sair à rua, de ir a um concerto, de entrar num shoping, num restaurante, e até numa igreja. E a ter medo de toda a gente. Qualquer distúrbio, qualquer desequilíbrio mental ou psíquico, transforma um pacato e insuspeito cidadão num terrorista por conta própria.
Este terrível fenómeno de mimetismo que esta semana explodiu no mundo civilizado – a que nem o Japão escapou – tem o seu epicentro em NIce. Quando Hollande – o mais desastrado dos líderes europeus – contra todas as evidências, a mais elementar prudência e o mínimo de inteligência, se apressou a atribuir o atentado de Nice ao Daesh, abriu esta porta. Muito difícil de fechar…
* Da minha crónica de hoje na Cister FM