Outro ponto de vista
Quando o tema é o burkini venho falar de biquinis, enquanto Agosto ainda dura, o sol ainda queima e eles continuam por aí, a encher as praias de graça.
Mas não é por isso, por deixarem as praias tão cheias de graça quanto vazia de gente ficou o atol do Pacífico com o mesmo, que venho falar de biquinis. Venho falar deles para relevar o assinalável esforço de investimento em I&D que a indústria desenvolveu nos últimos anos para atingir os limites da ergonomia, aquilo a que se poderá chamar perfeição ergonómica.
Antes de continuar talvez deva recordar o que é isso da ergonomia. Não como sinal de qualquer menosprezo pelos conhecimentos do estimado leitor, mas apenas para poder transmitir uma ideia mais aproximada do gigantismo da tarefa que esta indústria empreendeu. É uma ciência que trata da interacção do ser humano com os outros elementos, ou sistemas, que o rodeiam com vista a obter deles - de um e dos outros - o melhor desempenho. Recorre-se a esta ciência para tornar os produtos compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas, que decorrem - entre outros que agora não são para aqui chamados - dos aspectos físicos de cada um.
O que se pode dizer é que o empreendimento teve tanto de arrojo quanto de sucesso. A clientela aderiu em massa aos novos modelos da perfeição ergonómica e os resultados estão á vista. São um regalo e podem ser contemplados em todos os areais do nosso mundo, na mais variadas posições, na plenitude da arte do impossível de tudo mostrar e tudo esconder.
O que só prova que se, ao contrário do que está a acontecer, não lhes cortarem mercado, os burkinis também lá chegarão. Imaginação não falta aos mais criativos...