Adeus Rio 2016. Olá Tóquio 2020!
Desceu o pano sobre os Jogos Olímpicos do Rio, os primeiros sob língua portuguesa. Foi bonita a festa de encerramento. Mais bonita ainda a de abertura. Entre as duas, os jogos. A competição, os resultados, os heróis...
Comecemos por eles, o verdadeiro centro de tudo. Usain Bolt, claro: mais três medalhas de ouro na velocidade. Aos 30 anos completou os seus terceiros jogos com nove medalhas de ouro - todo o ouro que havia para ganhar. Depois, logo a seguir, Michael Phelps, ressuscitado para os seus quartos jogos olímpicos, acumulando 23 medalhas de ouro - feito porventura inigualável.
Foram ambos vedetas imbatíveis. Mas já lá chegaram assim. Por isso a estrela made in Rio é a pequena Simone Biles, a americana raínha da ginástica com 4 medalhas de ouro e uma de bronze. Aos 19 anos é o futuro. Sim, porque já vai o tempo em que essa era a idade da reforma na modalidade: Nadia Comaneci foi há quarenta anos. Tinha quinze!
Na História dos Jogos ficará também a etíope Almaz Ayana, que pulverizou o imbatível recorde mundial dos 10 mil metros, velho de 23 anos, fixado em 1993 pela chinesa Wang Junxia, em condições nem sempre isentas de dúvidas, retrirando-lhe 42 segundos.
Os Estados Unidos (121 medalhas) ocuparam como habitualmente o topo. Seguiram-se a surpreendente Grã-Bretanha, e depois a China, a Rússia e a Alemanha. Nesta classificação Portugal ficou-se pelo 78º lugar. Medalhas, apenas uma. A de bronze da Telma Monteiro.
É, nesta medida, o pior resultado da participação portuguesa do último quarto de século. Podendo ter sido melhor, foram os resultados possíveis. As medalhas estão cada vez mais caras, e Portugal não tem uma política desportiva que permita grandes sonhos.
Tudo o que sempre conseguiu resultou de condições excepcionais, entre as quais o extraordinário empenho de atletas e treinadores. Raramente de uma política desportiva sustentada e estruturada. Por isso, os nossos parabéns aos atletas que nos representaram nos Jogos que falaram português.
E já vem aí Tóquio 2020...