A entrevista do Presidente
Uma entrevista do Presidente do Benfica é sempre notícia. Uma entrevista do presidente com mais longevidade no Benfica, em directo na televisão, é notícia incontornável. Tão incontornável que "O Jogo" teve de encher a primeira página com Pinto da Costa, sem que ninguém percebesse por quê.
Pelo que já vi, a nação benfiquista apreciou do desempenho televisivo de Luís Filipe Vieira. E aplaudiu.
A entrevista é cirúrgica, a um mês das eleições. E isso deixa-me logo de pé atrás. Depois, parece-me que Vieira falou de mais do que não devia e de menos do que devia: falou de mais de Jorge Jesus (até em função dos processos judiciais em curso, se deles for para tirar alguma coisa) e de menos das relações com o Real Madrid. E nada das relações com o Atlético de Madrid.
De resto foi igual a ele próprio, cada vez mais solto e cada vez a dominar melhor a comunicação, mesmo quando não evita algumas contradições, como aconteceu no mal explicado negócio dos direitos televisivos com a NOS. Se, como referiu, há "questões claras para clarificar", o que será das que não são claras? Como, por exemplo, se ainda está por agendar a reunião com a NOS que anunciou (para Janeiro, já lá vão 8 meses) logo que foi conhecido o contrato que o mesmo operador negociou com o Sporting.
E quando o painel de benfiquistas - o ex-jogador Diamantino, o Domingos Amaral e o Pedro Ribeiro - colocou, especialmente o Domingos, questões mais incómodas, sentiu-se acossado e não teve dúvidas em responder-lhe como a um adversário. Como se estivesse a responder à oposição, que que não tem, e não às interrogações de um adepto benfiquista.
Confesso que gostaria de ter gostado um bocadinho mais. Mas isso sou eu, que sou assim...