Dia de conquilhas
O rating é como as conquilhas: hoje há, amanhã não sabemos...
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O rating é como as conquilhas: hoje há, amanhã não sabemos...
Os vencimentos da nova administração da Caixa Geral de Depósitos voltaram à ordem do dia, e prometem algumas fissuras no edifício que alberga a propalada geringonça.
O tema não é novo. Nem pacífico, sabendo-se que o novo responsável máximo da Caixa – o CEO como agora se diz – não exigiu apenas um salário confortável, ao nível do melhor que se pratica na praça, logo a seguir ao que pagam BPI e Santander Totta, e acima de todos os restantes. Mas sabendo-se também que apenas aceitou o cargo depois de ver garantidas as condições de sucesso, designadamente de capital, que lhe permitam atingir os objectivos que lhe possam garantir os ainda mais chorudos prémios.
Não admira que o Bloco tenha declarado inaceitáveis esses “salários milionários”, e que não dará o tema por encerrado. Nem que o PCP tenha levado ao Parlamento, à Comissão de Orçamento e Finanças; uma proposta para limitar as remunerações dos gestores. Se calhar não admira que tenha sido prontamente chumbada pelos votos do PS e do PSD, mesmo que admire que o CDS tenha votado a favor, ao lado dos partidos do lado esquerdo de geringonça. Ou que o Presidente da República se tenha juntado ao coro de protestos, mesmo depois de ter promulgado o diploma que o governo já fizera à medida das exigências do novo “patrão” da Caixa.
Nada disto deixa de ser engraçado. Mas, graça mesmo, têm as justificações do primeiro-ministro. Poderia simplesmente dizer que os gestores bancários constituem um mundo à parte. Tão à parte que destroem bancos e ainda recebem prémios por isso. Mas, não. Teve de dizer que têm de ganhar bem para que não sofram pressões do accionista.
Não lembraria ao diabo. Ao outro!
* Da minha crónica de hoje na Cister FM
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