O Benfica abriu a nona jornada desta Liga com mais uma grande exibição. No 13º aniversário da nova Catedral, e depois da reeleição de Luís Filipe Vieira, acontecimentos quase indissociáveis, o jogo só podia ser como o próprio dia: de festa!
E foi. Foi um grande jogo de futebol, para o que contribuiu a grande exibição do Benfica, é certo, mas também a boa organização e o bom futebol do Paços de Ferreira. Que entrou muito bem, ocupando os espaços com mestria, com uma ideia de jogo positivo; o jogo é para se jogar no campo todo, e a bola é para ser disputada onde quer que esteja.
Foi isto que o Paços disse, na Luz.
Depois, claro... O Benfica é o Benfica, e este Benfica é muito Benfica. O seu futebol de primeira água começou a vir ao de cima e o Paços teve de se conformar com o que os jogadores de encarnado lhes permitiam. Que então não era muito!
Toda aquela torrente de futebol que saía dos pés de do Nelson, do Feija, do Pizzi, do Salvio e do Gonçalo acabou por dar apenas um golo: mas que golo, o do Gonçalo Guedes. O guarda redes, Difendi, estava lá para isso - para difender.
O reinício, na segunda parte, foi uma cópia do início do jogo, com o Paços a entrar de novo muito bem. E de novo, passados esses primeiros minutos, lá voltou o futebol de alta voltagem do Benfica. Que renderia mais dois golos, bonitos como o primeiro. Salvio faria o segundo, e Pizzi o terceiro.
Coisa rara: os três melhores em campo, cada um com o seu golo. Até isso foi bonito!
E até o Carrillo - de quem, e muito bem, Rui Vitória não desiste - desta vez aproveitou bem a oportunidade...
Sabemos que somos gente de grande fascínio pelos graus académicos. Somos um país de doutores e engenheiros. Quem não for senhor doutor, senhor engenheiro ou senhor arquitecto não conta.
Então na política não conta mesmo. Podia lá ser ... um deputado, ou um ministro, que não é doutor? Ou engenheiro?
Não pode!
Mas há um problema. É que a gente da política faz-se nas organizações partidárias. E como é de pequenino que se torce o pepino, começam novinhos nas jotas a subir os degraus que os hão-de levar lá acima – percurso que lhes rouba o tempo mas, acima de tudo, a vontade de estudar.
Tivemos um número um de um governo que começou a cair em desgraça por pretender parecer engenheiro. Depois pretendeu parecer muitas outras coisas, todas bem piores. E bem mais graves!
Logo a seguir foi o número dois – mas com ar de número um – do governo seguinte. Também não resistiu a querer parecer doutor, e acabou mal. Ou talvez não, para esse nunca nada acaba mal.
Vergonhas passam-nas os outros, os que a têm.
Podia pensar-se que depois destes maus exemplos. a gente da política tivesse metido na cabeça que não vale a pena intrujar no currículo. Mas não. Há quem não consiga resistir.
Foi o que aconteceu com um adjunto do primeiro-ministro. Constatou-se que tinha feito quatro cadeiras de uma licenciatura em engenharia: a primeira em 1998, e a última em 2002.
Ora aí está: quatro anos. Com Bolonha, já dá – deve ter pensado!
Um dia acordei com uma dor, suportável mas mas já suficiente incomodativa, por voltas do ombro esquerdo. Uma dor aguenta-se, e começamos sempre por achar que vai passar. Um qualquer mau jeito durante o sono, nada mais que isso... Não passou, e foi-se agravando. A ponto de se tornar insuportável, e numa noite sem dormir.
O diagnóstico caseiro apontou logo para qualquer coisa de índole neurológica. E a decisão imediata de contactar com o Professor João Lobo Antunes. Já o conhecíamos, uns anos antes tinha-nos ajudado numa preocupante, mas felizmente sem consequências, paralesia facial da nossa filha mais velha.
A sua resposta foi pronta, e poucas horas depois recebia-me em consulta, com a competência de sempre e o seu trato único. A conclusão chegou rápida: "não tem qualquer problema neurológico. Coisa de ossos, talvez. Neurológico, não"!
Ligou de imediato a um colega ortopedista, que credenciou. A dor continuava insuportável e a maleita teria de ser tratada. Entregou-me - literalmente - ao colega, que procedeu ao diagnóstico, a requerer ntervenção cirúrgica.
A partir daqui já não entra o Professor Lobo antunes, a que regressei meses depois apenas para contar o resto da história. Já lá vai mais de uma dúzia de anos, e nunca mais voltei a encontrá-lo.
Fica o resto da história, que lhe contei.
Agendada a intervenção, partiu-se de imediato para uma ressonância magnética. Ao que percebi, não tanto para confirmar o diagnóstico mas para preparar a cirurgia.
O insólito surgiu quando regressei com a ressonância: "não tem aqui nada, eu mandei fazer a ressonância ao ombro esquerdo, e fizeram-na ao direito". Neguei. Garanti que tinha sido ao esquerdo. "Não pode ser. Vou consigo e vamos fazer outra".
Assim foi. Nada: também não era problema ortopédico. Nem ninguém fazia ideia do que fosse...
Depois aconteceu uma daquelas coisas tão frequentes: um lamento a um amigo, e ... "olha que eu também tinha uma dor, fui a um osteopata, fulano de tal, e ele resolveu-me o problema.
Lá fui, quando é assim vamos sempre... " Há aqui uma rotura na comunicação ente o músculo x e o y (não faço ideia dos nomes). Vamos tratar disso"!
E tratou-se. Em três meses...
Obrigado Professor João Lobo Antunes. Até sempre!
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