Se calhar não havia melhor maneira de assinalar o regresso do feriado do 1º de Dezembro que uma visita - em grande e "à séria", à boa maneira antiga, com o povo na rua a gritar vivas ao rei e piropos à rainha - dos reis de Espanha.
Já agora: e por que não ficam para amanhã?
Bebiam mais um copo e sempre davam algum salero às comemorações oficiais. E assistiam até ao desfile nacional das bandas filarmónicas. O que - quem sabe? - levaria até a RTP à sua transmissão em directo... E, veja-se bem as voltas que isso daria, a encher a alma do José Ribeiro e Castro...
É disto que vemos todos os dias. E a isto chamam informação. Chamam-lhe até informação de referência.
O presidente demissionário da Caixa deixou claro que "o banco está a ser usado como arma política", como de resto toda a gente tem percebido. À falta de argumentos, como se tem visto, o PSD não tem tido outro assunto para o circo que faz da política. Mas nada disto tem importância nenhuma, porque a SIC sabe que António Domingues apenas se queixa da falta de apoio do governo. Mesmo que tenha acabado de acabar de dizer que não tinha sido de nada disso que ele se tinha queixado!
Não limpa nada. Esta é uma fotografia onde todos ficam mal. Fica mal o governo, fica mal o primeiro-ministro. Fica mal o ministro das finanças. Ficam mal os administradores da Caixa. Fica mal Passos, que já não fica bem em nenhuma. Ficam mal uns esganiçados deputados da oposição. Não há quem se possa ver... Nem o presidente Marcelo escapa.
Mal fica também a Caixa. Mas não é só na fotografia...
António Costa não quis comentar a demissão de António Domingues. Não devia. Estava mesmo obrigado a fazê-lo. Fosse onde fosse. Fosse em que circunstâncias fosse.
Já tinha conhecimento da demissão desde a passada sexta-feira, e tinha obrigatoriamente de estar preparado para ser questionado onde quer que fosse. Este não é um fait divers, é o mais importante problema do país neste momento!
Há momentos em que um primeiro-ministro não pode virar costas.
O Benfica ganhou por 3-0 ao Moreirense, no jogo da décima primeira jornada, hoje disputado na Luz, de novo de casa cheia.
Começo por aqui, pelo resultado, porque se fala por aí muito de eficácia. Os três golos que o Benfica marcou, representam menos de um terço das ocasiões que criou, coeficiente que nem foge muito dos padrões normais, em especial nos jogos deste tipo. O que quer dizer que para ganhar estes jogos, que são para os candidatos ao título a imensa maioria deles, é preciso volume e qualidade de jogo capazes de criar sucessivas oportunidades de golo. Criar uma, duas ou três é curto... Simplesmente porque desperdiçar duas ou três oportunidades por jogo é normal.
Enfiada a carapuça por quem a deve enfiar, este jogo foi um postal ilustrado do que são os jogos na Luz neste campeonato. Um adversário com os jogadores todos lá atrás, em cima da baliza. Que correm até poder atrás da bola, que entram sem dó sobre os jogadores do Benfica, e que queimam tempo desde o primeiro minuto. E um relógio inclemente e determinado em chegar ao minuto 90.
Perante este cenário, o Benfica entra forte. Se as coisas correm bem, e nas primeiras duas ou três oportunidades chega ao golo, o jogo abre, as oportunidades sucedem-se e os golos surgem à cadência dos índices normais de aproveitamento.
Não aconteceu assim neste jogo. Nem mesmo depois do primeiro golo - que só chegou aos 32 minutos, em mais uma bela jogada concluída, com classe, por Pizzi - o Moreirense alterou a sua postura. Continuou exactamente na mesma, como se o resultado se mantivesse em branco.
E o Benfica abriu o compêndio, donde saiu um invejável cardápio de soluções para este tipo de problemas. Ora acelerando pelos alas até à linha de fundo, ora entrando em tabelas pelo centro. Ora tranquilamente fazendo circular a bola, ora com desmarcações entre as linhas de defesa do adversário. Ora transportando a bola desde trás, ora com surpreendentes lançamentos longos a rasgar a defesa contrária. Tudo isto com o cerebral do Pizzi ao botão do comando!
E foi assim que as oportunidades foram surgindo ao longo dos 90 minutos. Como nem todas podem ser aproveitadas, só deu em três golos. Pizzi – tinha de ser – bisou. Raul Gimenez fechou!
Para que nada faltasse no postal ilustrado até as lesões lá estão. Desta vez a fava saiu ao Eliseu, deixando o Benfica sem lateral esquerdo. Mas há André Almeida. Sempre disponível para tudo, e sempre ao mais alto nível.
Alguém se lembrou que só tinha ainda jogado 28 minutos nesta época?
Morreu o rosto da revolução. Um mito que inspirou sonhos e frustrações, alentos e desalentos, vitórias e fracassos. Paixões e ódios. Se procurarmos na História um rosto para a revolução talvez não econtremos outro mais icónico. Um símbolo de luta e de resistência que marcou gerações... E a História. Que dele fará o julgamento final.
Só agora terminou a contagem dos votos dos americanos nas eleições presidenciais. E com algumas novidades. E até algumas surpresas!
Não é novidade que Hillary Clinton foi mais votada que o presidente eleito. Soube-se logo na própria noite das eleições. O que é novidade é a expressão dessa diferença, a favor da candidata derrotada. Mais que novidade, é até surpresa tenha obtido mais dois milhões de votos que Trump.
Mesmo ainda antes de conhecida em toda a sua extensão, esta circunstância tinha já suscitado uma petição dirigida ao colégio eleitoral, assinada de imediato por milhões de americanos, para que os grandes eleitores não respeitassem o mandato do Estado que representam, mas o do voto popular. Para que, no próximo dia 19 de Dezembro votassem no candidato efectivamente mais votado, o que a Constituição americana prevê mediante o pagamento de uma multa. Que os subscritores se dispunham a pagar…
Agora, um grupo de reputados especialistas em informática emitiu um relatório que sugere que o voto electrónico em três estados que deram a vitória a Trump teria sido manipulado, conclusão a que chegaram depois de análise estatística aos votos contados através de sistemas informáticos e aos contados por métodos tradicionais. E entregou-o à equipa de Hillary Clinton com a recomendação de impugnar os resultados e de requerer a recontagem dos votos.
São já muitos, e muito visíveis, os sintomas de que a maior democracia do mundo está doente. Bem sei que há gente que gosta de dizer que há quem diagnostique estas doenças sempre que os resultados não convergem com as suas opções. Mas se isso não for reduzir os problemas a uma expressão tão simples que os desvirtua, é apenas retórica descartável!
Não bastou uma hora de recital, com autêntico futebol de Champions, para o Benfica selar já hoje, na Turquia, a passagem aos oitavos de final da maior competição de futebol de clubes do mundo.
Na primeira parte foi o explendor, com o Benfica a mandar completamente no jogo, a jogar um futebol que só está ao alcance dos melhores. Ao fim dos primeiros 30 minutos já ganhava por 3-0, com os jogadores da equipa turca de cabeça perdida, mais não fazendo que castigar os do Benfica com sucessivas entradas duras, que o árbitro ia deixando passar sem penalização disciplinar.
A segunda parte arrancou dentro do mesmo cenário, com o Benfica a desperdiçar oportunidades flagrantes de marcar o quarto. Que não de matar o jogo, como se diz e como disse o próprio Rui Vitória, porque um jogo com 3-0 tem que estar morto, não pode ser de outra forma.
Esperava-se o 4-0, não se pressentia o 3-1 em lado nenhum. E os jogadores do Benfica sentiram isso... E deslumbraram-se. Não há outra explicação!
À entradada última meia hora, no primeiro remate do Besiktas à baliza de Ederson - um remate espectacular, sem dúvida, mas com o marcador em posição de fora de jogo, ilegal, portanto - aconteceu mesmo o inesperado golo.
E o jogo mudou, logo aí. Não mudou radicalmente, o Benfica construiu ainda mais uma ou duas oportunidades de chegar finalmente ao quarto, mas mudou. Naquele ambiente não podia ser de outra forma. Mas mudou radicalmente quando, aos 83 minutos, sem nunhuma necessidade nem nemhuma pressão, Lindelof jogou a bola com a mão, ainda dentro da área, quando saía para o contra-ataque. Adivinhava-se já nova oportunidade golo para o Benfica quando o árbitro, provavelmente alertado pelo seu auxiliar, apitou para a marca de penalti. Que Quaresma - bem pode dizer que gosta de jogar contra o Benfica, o que ele gosta é de bater em tudo o que seja jogador encarnado, como hoje se voltou a ver, sempre com a complacência do árbitro - converteu no 3-2.
Percebeu-se que dificilmente o Benfica conseguiria evitar o empate. Que chegou em cima dos 90, como já sucedera na Luz...
Uma exibição de luxo, como aquela que o Benfica fizera ao longo de uma hora, não merecia tão inglório desfecho. Melhor dito: uma hora daquelas não merecia aquela meia hora. Quem faz o que os jogadores do Benfica fizeram em dois terços do jogo só pode estar envergonhado pelo que (não) fez no último terço!
Aí está mais um exemplo de um dos primeiros mandamentos do empreendedorismo: "faz de cada ameaça uma oportunidade". Vem do México, e do sector da construção civil, com uma construtora a apressar-se a oferecer os seus serviços a Trump para a construção do muro. Daquele muro!
Sabendo-se que Paulo Portas centrou a sua actividade neste sector de actividade, na América Latina, e em particular no país dos mariachis, desconfiamos logo que esta seja uma das empresas que serve. Não sei se aqui há dedo de Paulo Portas, mas lá que cheira a Portas, cheira...