O negativo do positivo
À medida que vamos conhecendo novas investigações e novas operações policiais - sempre com aqueles nomes patuscos que só a Polícia Judiciária consegue encontrar - vamos percebendo duas coisas. A primeira é "que isto anda tudo ligado": vai sempre dar tudo aos mesmos. Eles estão em todas, chamem-se Operação Furacão, Marquês, Labirinto (Vistos Gold) ou, ainda ontem, O Negativo.
É verdadeiramente impressionante como os nomes se repetem nos mais escandalosos casos de corrupção. Mais impressionante ainda é como saltam de operação em operação sem que nada dê em nada. Primeiro, até que as tímidas medidas de coacção, quando chegam a existir, se esgotem. Depois, quando a acusação tarda, tarda, tarda... Até que, por fim, tudo prescreva!
Entretanto, pelo meio, um ou outro lá vai passando uns meses pela cadeia. Ainda ontem, nesta Operação O Negativo, para lá entrou Luís Cunha Ribeiro, médico, ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa. E do INEM.
Mas - e esta é a segunda - com os nomes que são transversais a todas as investigações de corrupção e suborno, que estão em todas - da Operação Furacão à Labirinto, da Operação Marquês à O Negativo, na lavagem de dinheiro, nos vistos gold, ou nos negócios mafiosos com o Estado, na Saúde ou onde quer que seja, envolva altos funcionários, dirigentes ou chefe do governo -, como o homem da Octapharma, Paulo Lalanda de Castro, nunca se passa nada...